Quem não anuncia se esconde, bradava um velho bordão publicitário. Não é bem assim.
Pelo menos Ancelmo Goes, colunista do jornal O Globo, acha que anunciar pode ser uma forma de esconder.
Veja o que ele diz:
Anúncios escondem
Cid Gomes, com anúncios do governo do Ceará na mídia de todo o país, tenta se recuperar do vôo de jatinho que levou a sogra à Europa.
Também o quadro ruim da educação no país, revelado na PNAD, foi seguido de enxurrada de anúncios do governo federal. E quem paga a conta é... você.
Está em O Globo, edição de 30/09/08.
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2 comentários:
Nós pagamos os anúncios, as camionetes de luxo, as viagens de jatinho, os Toyota Corolla novos dos secretários, o carro importado blindado que o governador anda, as festas com bandas de forró nos municípios nas assinaturas de contratos...
É um governo perdulário, mentiroso, que acredita ser onipotente.
Faz tempo governos descobriram o poder quase irrecusável da propaganda. Detrás de formidáveis cenários artificiais desenvolveu-se, sobreviveu, por muito tempo, p. ex., o fascismo, nazismo, socialismo soviético. Levou tempo até que a realidade – terrível – pudesse ser vista.
Hoje, gigantescas fatias do orçamento são reservadas para o contrato de agências publicitárias mesmo nos regimes democráticos. Pelo lado da corrupção, dá-se o caso, não raro, de conluio fraudulento com agentes dos governos e do serviço público. Podem ocorrer formidáveis assaltos ao erário público. Ou fortalece-se a prática clientelista. Podem aparecer, crescer, enriquecer em poucos meses. Abundam casos. Estes contratos com órgãos de governos convertem-se também noutro poder a definir, controlar as editorias de muitos veículos de comunicação e a própria pena de muitos jornalistas.
A lei de licitação, criada para disciplinar gastos como este, não raro tem sua aplicação suspensa sob a alegação de urgência ou valor pequeno. Nada disso podia ocorrer.
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