sábado, 7 de maio de 2011

Compras

Lula: compre
Se tem um dinheirinho no bolso ou recebeu o 13º, está querendo comprar uma geladeira, um fogão ou trocar de carro, não frustre seu sonho, com medo do futuro.

Lula
Presidente, em dezembro de 2008

Dilma: poupe
Se quiser adiar o consumo, para consumir mais para a frente, esse é o momento de faze-lo, quando o rendimento das aplicações financeiras está em elevação.

Alexandre Tombini
Presidente do Banco Central.

Saiba mais na Folha de S. Paulo, edição de 06/05/11

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Portugal II

A crise política caudatária da econômica contribuiu para agravar a situação. O governo minoritário na Assembleia da República rejeitava reiteradamente a hipótese de auxílio externo, leia-se FMI.

Sem forças para implantar medidas urgentes foi empurrado para fora por uma oposição que vislumbrava a possibilidade de chegar ao poder.

A queda do governo determinou a convocação para junho de eleições nacionais. A postura das duas facções, uma para não ser apeada do poder (Sócrates e o PS), outra para alça-lo (Passos Coelho e o PSD), jogou-as no mesmo alçapão.

O programa do próximo governo, independente de quem vença, já está definido previamente. É a execução do acordo firmado para a obtenção do empréstimo junto às duas instituições financeiras internacionais.

A margem de diferença substancial entre propostas de governo de diferentes partidos políticos se já era mínima após o fracasso do comunismo soviético tornou-se nula no caso de Portugal.

O cardápio a ser oferecido aos eleitores irá girar em torno do desgaste de imagem de partidos e candidatos, simpatia pessoal, credibilidade, probidade e outros valores éticos e morais.

Não haverá espaço para promessas a não ser contenção e sacrifícios em prol de um futuro melhor que não estará muito próximo.

Só os comunistas acenarão com um diagnóstico razoável e um saco de soluções que não cabem na realidade.

Portugal

Leio nos jornais portugueses que a comissão que analisava as contas do país concluiu seu trabalho opinando pela concessão de um apoio financeiro no valor de 78 bilhões de euros a serem desembolsados em um prazo de três anos.

O país foi à lona arrastado por uma leniência fiscal agravada pela crise econômica mundial que repercutiu fortemente sobre a dívida soberana dos estados nacionais pressionada pela elevação dos juros acionada por sucessivos rebaixamentos de sua classificação anunciados pelas agências de rating.

Em defesa do euro a União Europeia prontificou-se a ajudar Portugal como já fizera com a Grécia e a Irlanda. Sucessivos programas de cortes nas despesas não foram suficientes para reverter a situação.

O governo em minoria caiu quando o parlamento rejeitou a quarta proposta de ajuste fiscal.

Os bancos comunicaram ao governo que deixavam de financiar a dívida nacional e o socorro à ajuda externa tornou-se imperativo. O anúncio da providência provocou um misto de alívio e temor.

O dinheiro que virá, se evita a falência do país, acarretará medidas que importarão na recessão, no desemprego e no corte de benefícios sociais.

A conta chegou agora para o estado e as famílias que durante algum tempo se endividaram ao gastar mais que podiam. O dinheiro virá do Fundo Europeu de Estabilização Fiscal (FEEF) 70% e Fundo Monetário Internacional (FMI) 30%.

Não obstante ser minoritário é o FMI, com sua trajetória de xerife das finanças internacionais, que desperta as maiores reações. Quando estava em Portugal revivi as cenas brasileiras das visitas das missões do FMI a inspecionarem nossas contas com um batalhão de repórteres a cobrirem a entrada dos técnicos à porta do Ministério da Fazenda.

Até a Ana Maria Jul e a Tereza Ter-Minansian, lembram delas? andaram por lá. Aposentadas, são agora consultoras privadas.

Lá como cá o Fundo é o vilão que intervem no país e impõe as políticas a serem seguidas. Após a redemocratização esta é a terceira vez que o país recorre ao FMI.
continua...

Estrelas III

...continuação.

Por trás da imagem estereotipada de uma diva do cinema havia uma mulher sensível e inteligente que emergeria na sólida amizade que dedicou a Montgomery Clift, por quem se apaixonara durante a filmagem de Um Lugar ao Sol (1950).

Clift foi um homossexual semiassumido, personalidade torturada, imposto por ela como seu parceiro em Reflexos num Olho Dourado (1967) que entretanto morre e é substituido por Marlon Brando.

Cria a Fundação Clift e colabora com Associação Americana para Doenças de Coração e a Sociedade Britânica da Crianças Deficientes Mentais.

Quando Rock Hudson, seu amigo desde os tempos de Gigante, perto de morrer de Aids assume sua homossexualidade, ele um dos galãs do cinema americano, Elizabeth Taylor enceta uma campanha contra a hipocrisia de Hollywood, em defesa dos homossexuais, centrada no ator medíocre que foi Ronald Reagan figura de proa do macartismo no meio cinematográfico.

Uma carreira tão longa e vitoriosa não escaparia de insucessos, tais Boom e Cerimônia Secreta (1968) e protagonismos em filmes sem grande representatividade (X,Y e Z e Por que Morre o Nosso Amor).

Encenou o gigantesco fracasso de George Cukor, O Pássaro Azul (1976), e nem o fabuloso elenco( Rock Hudson, Tony Curtis, Kim Novak) de O Espelho Quebrado (1980) bastou para livra-la do papel de canto do cisne.

Depois disso aparições em séries da televisão marcaram seu declínio e o fim da carreira cinematográfica.

Uma vida sentimental tumultuada, doenças graves, internações em clínicas de recuperação de alcoolismo, excesso de peso, operações plásticas, hostilidade da imprensa, não abateram seu ânimo que acondicionado num corpo frágil venceu todas adversidades.

Ela foi, como está em uma matéria que veio no Público : uma beleza deslumbrante resultante de uma química inexplicável operada pela luz e pelo olho da cãmara.

Mito vivo e imperecível, segundo o mesmo jornal, instituido no mínimo pelos close-ups de Um Lugar ao Sol; o seu solilóquio final em Bruscamente no Verão Passado; a imponente entrada em Roma, de Cleópatra; a fúria sanguinária de Quem tem Medo de Virgínia Woolf.

Saiba mais no jornal Público, edição de 24/03/11

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Estrela III


Elizabeth Taylor - a última das estrelas, integrante de um grupo vinculado aos grandes estúdios de Hollywood no apogeu do cinema americano.

Greta Garbo, Ava Gardner, Rita Hayworth, Marlene Dietrich, Grace Kelly, protagonizavam nas telas e na vida real cenas luxuosas cheias de glamour e elegância semeando escândalos feitos de excessos que desdenhavam das normas sociais.

A filmografia de Taylor é extensa e divizível em grupos de filmes que correspondem a fases de sua vida.

A menina pura e casta de Lassie e a boneca de rosto perfeito e olhos violetas de Mulherzinhas (1949) e o Pai da Noiva (1950) não advinhavam ainda a devoradora de homens de sucessivos casamentos e vida tumultuosa  que se constituiu em prato cheio para a imprensa ávida de notícias escandalosas.

Na primeira metade dos anos 50 atuou em filmes de aventuras como Ivanhoé (1952), melodramas, Rapsódia (1954) com o esplendor de sua fotogenia e no final da década, já uma figura sexy, em peliculas das quais Gata em Telhado de Zinco Quente 1958) é um exemplo.

Como Cleópatra (1963) viria a desempenhar seu papel paradigmático movida pela paixão na tela e na vida real por Marco Antonio na pele de Richard Burton com quem casou duas vezes numa relação turbulenta regada a álcool e diamantes.

O encontro com Burton culmina um desfile de maridos e amantes que começa com um rico herdeiro da cadeia de hóteis Hilton, seguindo-se o produtor Mike Todd, o ator inglês Michael Wilding e Eddie Fisher, que "roubou" à sua amiga Debbie Reynolds o que lhe valeu a censura social e o fim do estado de graça de sua imagem pública.

Matrona preoccemente envelhecida revela-se atriz de insupeitados recursos nos filmes Adeus as Ilusões (1965) e Quem Tem Medo de Vírginia Woolf .
continua...

A frase do dia

Cresce a convicção de que a mudança é a nossa única permanência. E a incerteza a nossa única certeza.

Zygmunt Bauman, pensador polonês.

Imóveis

Da coluna da Míriam Leitão:

"O mercado imobiliário está pressionado por gargalos: falta de mão de obra; grandes centros sem terrenos; infraestrutura precária em áreas afastadas; cartórios superlotados; preços de imóveis de alta renda subindo e os de baixa renda com limites; A alta da inflação e a dos juros tiram renda das famílias e encarecem financiamentos, apesar de o crédito imobiliário não ser ligado diretamente à Selic".

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estrelas II

Maria Schneider - jovem atriz, tornou-se conhecida pela atuação no filme Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci, tendo como parceiro Marlon Brando.

O filme teve enorme repercussão, foi tido como pornográfico, proibido em vários paises, inclusive o Brasil, famoso por uma cena de sexo facilitada pelo emprego de manteiga.

Estigmatizada pelo papel que desempenhou, aos 19 anos, declarou-se traida pelo diretor, a quem jamais perdoou; teve uma carreira medíocre com papeis secundários em filmes sem importância.

A exceção foi o filme Profissão -  Repórter, de Michelangelo Antonioni  no qual contracenou com Jack Nicholson.

Disse-se arrependida da cena polêmica que afirmou não estar prevista no roteiro original.

O trauma levou-a ao consumo de drogas tendo sofrido ainda transtornos mentais que provocaram inernamentos em hospitais.

Faleceu de câncer, aos 59 anos. Era filha do ator francês Daniel Gélin.

Estrelas

Este ano perdemos três estrelas do cinema, Annie Girardot, Maria Schneider e Elizabeth Taylor. Três vidas, três estilos, três destinos.

Annie Girardot - Jean Cocteau a considerou  o mais belo temperamento dramático do pós-guerra. Atriz popular francesa por excelência dizia-se verdadeira, totalmente verdadeira.

Seu percurso é uma sobreposição de representação e vida. Segundo ela tudo o que representava tinha de o sentir verdadeiro e pessoal.

Sua revelação veio em uma película do neo-realismo italiano no papel de Nadia que Luchino Visconti filmou em Rocco e Seus Irmãos (1960). Contracenou com o ator italiano Renato Salvatori que viria a ser seu marido e pai de sua filha Giulia.

Sofrendo de Alzheimer gravou há três anos um depoimento sobre a doença para Nicolas Baulieu - Annie Girardot, Ainsi Va la Vie.

Falecida aos 79 anos em 1996 ao receber o prêmio César como melhor atriz secundária no filme Os Miseráveis disse : não sei se fiz falta ao cinema francês, mas o cinema francês fez-me falta... loucamente...perdidamente... dolorosamente... 

Atuou nos seguintes filmes : Treize à Table (estreia), Morrer de Amar (1971), Docteur Françoise Gailland (1976), O Pianista (2000).

Foi ícone feminista, as mulheres reconheciam-se nela como alguém que as representava.

Saiba mais no jornal Público, edição de 01/03/11

domingo, 1 de maio de 2011

Costumes

Pertenço a uma geração que na juventude ia à praia para queimar-se, tal a exposição ao sol. Não era raro que o abuso terminasse com a formação de bolhas e a descamação da pele. O consumo de cremes para bronzear era intenso.

Fernando Namora, médico e escritor português, chegou a escrever um livro cujo título foi inspirado nessa forma das pessoas se comportarem. Chama-se "Os Adoradores do Sol".

Hoje a coisa mudou, o bronzeador deu lugar ao protetor solar. A estética corporal cedeu lugar à preocupação com a saúde. O mais importante é prevenir o câncer de pele.

Censo

As mulheres são maioria, os brancos minoria, o país está mais velho e urbano.

A classe C ( de 1 a 2 salários mínimos) cresceu e é majoritária. O acesso aos serviços básicos melhorou, 98,7% dos lares estão servidos pela energia elétrica enquanto apenas 55,4% dos domicílios são atendidos pela rede de esgotos.

Em relação ao saneamento um dado preocupante é a diminuição entre um censo e outro do ritmo de extensão da rede de esgoto.

A taxa de analfabetismo (pessoas com 10 anos e mais) caiu para 9% mas o número absoluto ainda é muito expressivo. O último Ministro da Educação a dar prioridade ao tema foi Cristovão Buarque. Com ele fizemos um grande programa no Ceará para realizar a segunda abolição.

Uma explicação oferecida para o maior número de mulheres está na violência e nos acidentes viários que incidem mais sobre os homens.

As melhorias nos indicadores econômicos e sociais são evidentes mas deveriam ser mais rápidas.

Bodas



O enlace real deixou-nos duas lições que merecem ser aprendidas:

1- A pontualidade é de fato, como já foi dito, a cortesia dos reis

2- Simplicidade e elegância casam bem.