Leio nos jornais portugueses que a comissão que analisava as contas do país concluiu seu trabalho opinando pela concessão de um apoio financeiro no valor de 78 bilhões de euros a serem desembolsados em um prazo de três anos.
O país foi à lona arrastado por uma leniência fiscal agravada pela crise econômica mundial que repercutiu fortemente sobre a dívida soberana dos estados nacionais pressionada pela elevação dos juros acionada por sucessivos rebaixamentos de sua classificação anunciados pelas agências de rating.
Em defesa do euro a União Europeia prontificou-se a ajudar Portugal como já fizera com a Grécia e a Irlanda. Sucessivos programas de cortes nas despesas não foram suficientes para reverter a situação.
O governo em minoria caiu quando o parlamento rejeitou a quarta proposta de ajuste fiscal.
Os bancos comunicaram ao governo que deixavam de financiar a dívida nacional e o socorro à ajuda externa tornou-se imperativo. O anúncio da providência provocou um misto de alívio e temor.
O dinheiro que virá, se evita a falência do país, acarretará medidas que importarão na recessão, no desemprego e no corte de benefícios sociais.
A conta chegou agora para o estado e as famílias que durante algum tempo se endividaram ao gastar mais que podiam. O dinheiro virá do Fundo Europeu de Estabilização Fiscal (FEEF) 70% e Fundo Monetário Internacional (FMI) 30%.
Não obstante ser minoritário é o FMI, com sua trajetória de xerife das finanças internacionais, que desperta as maiores reações. Quando estava em Portugal revivi as cenas brasileiras das visitas das missões do FMI a inspecionarem nossas contas com um batalhão de repórteres a cobrirem a entrada dos técnicos à porta do Ministério da Fazenda.
Até a Ana Maria Jul e a Tereza Ter-Minansian, lembram delas? andaram por lá. Aposentadas, são agora consultoras privadas.
Lá como cá o Fundo é o vilão que intervem no país e impõe as políticas a serem seguidas. Após a redemocratização esta é a terceira vez que o país recorre ao FMI.
continua...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
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