quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tempo

Um dia de chuva é tão belo quanto um dia de sol.
Ambos existem, cada um como é.

Fernando Pessoa

Twitter II

"Mulher encontra homem chamado Darcy que parece horrível. Ele mostra ser realmente legal. Eles ficam juntos".

Esta é uma versão bem humorada de "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen que está no "Little Book of Twitter" compilação recém-lançada de mensagens "tuitadas" na rede.

Para alguns "tuitar" é mais que fazer piada. Esses levam as possibilidades instrumentais literárias do twitter a sério. Dois estudantes americanos anunciam para breve a publicação, pela Penguin, do livro "Twitterature", versões de romances no estilo twitter.

Pretendem que nehum deles tenha mais que 20 trechos com até 140 caracteres.

Ian Bogost, professor do Instituto Georgia de Tecnologia (EUA) junto com um colega resolveu refazer no twitter, para comemorar o Bloomsday (16/060), o capítulo 10 da obra de Joyce (Ulysses) com a pretensão de abordar além da extensão dos textos a temporalidade.

Aqui, Marcelino Freire, organizador do livro "Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século", ligado confesso em micro-formatos, entrou no twitter este mês com o propósito de atingir a marca de mil contos nanicos.

Até agora "tuitou" 12, tipo: " O que é iiiisssssoooooo, Padre ?/- O pecado meu filho." Diz já ter 200 prontos.

Saiba mais nos jornais Folha de S. Paulo, edição de 30/06/09 e O Estado de S. Paulo, edição de 19/07/09

Twitter

O sistema on-line de troca de mensagens de até 140 caracteres já serve como veículo de escoamento de produção literária.

O processo surge na esteira dos microcontos, da "sudden fiction" (ficção instantânea) e da "flash fiction" (clarão ficcional). Chegou a hora da "twitteratura".

O americano Matt Stewart acaba de estrear no gênero com a obra de ficção "The French Revolution". Cansado de esperar por editor, Stewart começou a "twittá-lo" na data de 14 de julho.

Com 95 mil caracteres o autor calcula que a obra exigirá 3.700 tweets. Com que frequência o fará ainda não decidiu. Afirma desejar oferecer ao público "consistência, e não spams".

Veremos !

A frase do dia

Nem tudo que é natural é inevitável.

Daniel Piza

terça-feira, 21 de julho de 2009

Amigos

Amigos estiveram comigo.
Amigos continuam comigo.

Amigos estiveram comigo.
Amigos não estão mais comigo.

"Amigos" estiveram comigo.
"Amigos" nunca estiveram comigo.

Transparência III

Se a lei complementar federal que obriga a divulgação minuciosa das receitas e despesas dos governos, em todos os níveis, já estivesse em vigor, à época, cada cidadão poderia saber o destino, a forma de contratação, quanto custaram e como foram pagos aqueles voos de jatinho... Lembram?

Bem assim aqueles gastos com cartões corporativos... Lembram?

Tudo isso sem depender da Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, Tribunais de Contas, Ministério Público e Judiciário.

Estamos saindo da época da transparência prometida para a transparência compulsória. A lei está aí, depende de nós cobrarmos seu cumprimento. Temos só que aguardar pouco menos de um ano para exigir sua aplicação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sai número um da Scriptorium

O primeiro número da revista Scriptorium será lançado nesta quarta-feira (22), durante as comemorações do Jubileu de Prata da Associação Brasileira de Bibliófilos - a mais antiga em atividade no Brasil.

A publicação, cuja edição ficou sob a minha responsabilidade, está comprometida com a nova bibliofilia e a propagação do conceito que a atualiza e rejuvenesce.

Não se ama de fato os livros sem cultivar o costume da leitura. O verdadeiro bibliófilo é antes de mais nada um leitor contumaz. Distingue-se do bibliômano, que se apraz em comprar e colecionar livros raros, pelo prazer da posse, sem valorizar os conteúdos.

O colecionismo estéril, individualista, é apenas um ativo atraente e um símbolo de prestígio social, despojado da chama que anima a bibliofilia autêntica: o espírito do leitor.