sábado, 12 de abril de 2008

Fleugma


A fleugma britânica e o instinto comercial fizeram os ingleses suportar, olímpicos, os bombardeios alemães sobre Londres.

Barrado

Nos sistemas parlamentaristas de governo, os partidos que vencem as eleições submetem o nome do seu líder ao parlamento, para exercer o cargo de Chefe do Governo.

O Partido Socialista Espanhol (PSOE) venceu as últimas eleições na Espanha. O nome do atual Primeiro-Ministro, José Luis Zapatero, foi indicado para presidir um novo Governo.

Pela primeira vez na história democrática do País, o Presidente eleito nas urnas, não foi aprovado pelos parlamentares na primeira votação. Conseguiu 168 votos, quando seriam necessários 176, em um Congresso de 350 deputados. Espera-se sua eleição na segunda votação.

Situação semelhante ocorreu com Leopoldo Calvo Sotelo, que não fora eleito pelo povo, só logrando aprovação no segundo escrutínio. Ele substituía Adolfo Suárez, que renunciara em 1981.

Saiba mais em O Globo, edição de 10/04/08.

Maioria

O islamismo superou o catolicismo no mundo.

A informação foi divulgada pelo Monsenhor Vittorio Formenti, que coordenou o mais novo anuário de estatísticas do Vaticano.

Segundo o levantamento, 19,2% da população é muçulmana. E 17,4% católica.

É a primeira vez que os católicos não estão em primeiro lugar.

Somadas todas as religiões cristãs, incluíndo anglicanos, ortodoxos e protestantes, os cristãos representam 33% da população mundial.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A verdade da metáfora

A apresentação de livros em sessões públicas compõe o ritual de lançamento de novas obras. É hábito já integrado aos nossos costumes literários. Não fora isso, seria dispensável, ainda mais quando se trata de autor consagrado, tal Carlos Augusto Viana, autor de vários livros (“Primavera empalhada”, “Inscrição dos lábios”, “A báscula do desejo”, todos de poesia, e o ensaio, “Drummond, a insone arquitetura”, sua tese de mestrado) e é dono de vasta fortuna crítica. “Côdeas”, com o qual venceu o Prêmio Unifor de Literatura é a reafirmação de um talento poético que se refina com o tempo e não carece de apresentação. Convidado pelo escritor para apresentar sua laureada produção, aceitei o encargo honrado pela escolha, mas sobretudo por haver gostado do livro. Resta-me procurar traduzir bem esse gosto pessoal. Isto é, dizer porque gostei.

Poesia é sentimento, emoção. Mesmo quando abstrata como em grande medida o é a de Carlos Augusto Viana. Atributo assinalado com justeza por Paulo de Tarso Pardal na introdução do livro. É certo que o crítico detecta também na obra poemas com manifestações confessionais, e outros nos quais a descrição das coisas os torna mais próximos do real. De todo modo, há um predomínio do hermetismo, tendência visível na evolução da produção poética do autor. Ainda assim, não tenho como comentar sua poesia, para cumprir minha missão, a não ser com emoção, esse ingrediente essencial do fazer poético. Ferreira Gullar, falando sobre a racionalidade na poesia, tão defendida por João Cabral de Melo Neto, disciplinador de emoções, conclue que mesmo o pernambucano, se escapou delas na elaboração do poema, não as escondeu no texto final. Adianta que “Cão sem plumas”, e sobretudo “Morte e vida Severina”, confirmam essa impressão. O duelo emoção/razão, administrado com competência, resulta numa poesia bela e densa ao mesmo tempo. Creio ser o caso do poeta Carlos Augusto. Reservo aos doutos o método, e a linguagem dos especialistas, que considero tentativas de tecnificação dos sentimentos, elaboração científica da literatura. Se nem a poesia dos racionalistas se desvencilha das emoções, não tenho porque escoima-la da minha crítica, feita de sensações que captei.

O livro está dividido em duas partes. Na primeira, a mais extensa, em versos soltos, e alguns sonetos, o poeta escava na memória imagens recorrentes do pai, da casa, do mar, dos navios, em um cenário rural evocado com sintética elegância, característica de sua poesia: “só o mar permanece (e bem o desejaste) diante de ti (Meu pai); “meu pai havia cadernos” (Itinerário das sombras); “meu pai com seu terno de areia, / percorre todos os mitos do mar” (O caminheiro); “A casa já não mais vadeia as espumas da tarde” (Notícias); “Caminho, assim, por estrada nenhuma, e suspiro algum não vem daquela casa” (Sub tegmine fagi); “Reergo a casa / as vértebras da solidão” (A Casa); “E o mar alteia a espinha de suas espumas” (Degraus); “A noite se contorce, e o mar se inflama./ As ruas são navios; e os ventos, rotas. (Soneto com folhas e navios); “A casa é um navio, e assim navega /nas águas insepultas do verão (Soneto com canários e alpendres). Está aí pequena amostra da recorrência temática em sugestivas imagens. A economia de vocábulos não prejudica a percepção da idéia, mas aguça a imaginação do leitor, levado a se aproximar do texto pela subjetividade das sensações induzidas pelo ritmo das palavras.

É o livro da angústia, da dor, do silêncio (“O silêncio maduro inclina as horas, / cujo pêndulo se cobre de espumas.” (“Soneto com silêncio e sal”).

A segunda parte, “Cantares”, tecida com os fios da paixão, dedica à Laéria. O ambiente agora é urbano. Ao poeta não basta amar, é preciso proclamar o seu amor. A cidade admira sua musa, “A cidade se contorce à tua passagem / janelas e portas se abrem a teus pés”, a quem convida repetidas vezes, enunciando o bordão – “És formosa amiga minha, vem ...” sob auspícios delicadamente sensuais, “e como arde o rio que corre em tua língua... Entrega teus olhos aos azuis, para que teu corpo em chamas, se cubra desses lençóis que a noite estende sobre os escombros”, numa atmosfera levantina onde não faltam os cedros, incenso, mirra, aloés, o Líbano, atávicas referências amorosas. É o livro de Eros.

Se côdea é a casca rija da madeira, ou do pão de cada dia, como ensinam os dicionários, deparamo-nos já no título do livro com a primeira de muitas metáforas. Pois o que faz, é remover revestimento e camadas para extrair sofridamente dos armazéns da memória, recolhidos na intimidade da alma, a matéria que reconcilia seu espírito, “cimitarra do vento a triturar as côdeas da memória”, expressão do poeta em “Itinerário da sombra”. A dor, insumo das recordações, mesmo das felizes, alimenta o fluxo criador, espontâneo, que confere ao autor a autenticidade a que se refere Vargas Llosa em seu livro “Cartas a um jovem escritor”. Ainda quando prepondere o abstracionismo que oculta o real em imagens sofisticadas. Na verdade, a linguagem elíptica do poeta, tecida de metáforas estranhas e belas (“o barro do vazio”; “grãos do mar” (qualquer um diria gotas); “singra os cílios da solidão”; “grãos dos cílios”; “o alfabeto aceso das jangadas”; “pétalas de vinho”; “os mortos espantam borboletas com seu chapéu de areia”; “nesta terra sem cartilha”, indiferentes ao real, convida o leitor, sob o acorde melodioso das palavras, a que se refere Maria Beatriz Alcântara na orelha do livro, a completar imagens insinuadas com talentosa criatividade. É a palavra trabalhada com precisão semântica, força sugestiva, e a potencialidade da comoção. Percebe-se na obra do poeta o esforço, bem sucedido, de domar a corrente criadora que emerge da memória que não morre, e reata convívios interditos. Sob o fogo “dos gravetos do remorso”, empenha-se em conter palavras que no dizer dele se apoderam do poema (“navio, por exemplo, é uma dessas” em “Navio”), semeadas em remotas estufas, independem dos olhos e das mãos. Acontece como disse José Lins do Rego a propósito do alagoano Jorge de Lima, “o poema entra dentro do poeta e o domina, ou ele escreve ou perde o poema”.

O diálogo que trava com a folha em branco é a elegia da palavra, “pira, pátina, pórtico” (em “Anotações a lápis”), arquitetura do poema, feita de texturas diversas e às vezes do nome do silêncio. “Idéias e imagens ajustam-se ora no ritmo métrico, ora no ritmo psicológico” conforme comentou Linhares Filho em estudo sobre o autor. Prova disso é a destreza com que maneja verso livre e soneto, sem que a rima aprisione o vigor da palavra empalidecendo a força das imagens. A forma não constrange a criação. A poesia de Carlos Augusto, sem descartar o lirismo imanente a essa linguagem, é desidratada, lipoaspirada. Dispensa os atavios barrocos para se expressar numa beleza máscula e singular, feita de ossos e músculos. Ossos, são palavras dispostas num arranjo que suporta os músculos, metáforas comprometidas só com o mistério contido na harmonia dos vocábulos. A sensação que tenho ao ler os poemas é que o primado da palavra, indiscutível, não suprime a emoção nem envereda por uma criação cerebral, fria, que abafe a essência estética do verso ou anule seu conteúdo misterioso. A metáfora é o cerne da poesia, ensinou Neruda ao carteiro aprendiz de poeta junto ao jardim de sua casa à beira-mar.

Vargas Llosa, no livro a que me referi antes, afirma que o romance é uma fraude, uma mentira que parece verdade. A poesia, exceção das epopéias e do cordel, no geral não tem trama explícita, mas possui metáforas sensíveis, que ao contrário, são verdades que sugerem mentiras, por serem irreais ao exame objetivo das coisas. Essas metáforas são construções poéticas, e não meras analogias elegantes, que valorizam as dissemelhanças, e produzem tensão e interação de sentidos diferentes desprezando a similitude empírica. Alicerçam-se sobre a vontade da imaginação (“La terra est bleue comme une orange”, Paul Éluard). Operam para redescrever realidades e não para descobrir semelhanças, como ensina Paul Ricoeur.

Esses são os conceitos anotados por Clara Crabbe Rocha em ensaio constante na obra “Medicina e outras artes”. Ao adotá-los Carlos Augusto palmilha caminho hermético que instiga o leitor a interagir com a obra através da porta entreaberta da imaginação. Otávio Paz já disse que “a poesia não compara, não indica semelhanças, mas revela, mais ainda, provoca a identidade última de objetos que nos parecem irredutíveis”. Essa é a verdade da metáfora. Aí reside a dose de mistério que encanta e seduz, na riqueza das imagens e na harmonia das palavras que embalam o devaneio do leitor. Mistério, que como diz Garcia Lorca “está em todas as coisas, e a poesia é o mistério que todas as coisas têm”. Não por acaso o carteiro iniciado deixou perplexo o poeta ao indagar-lhe: “o senhor acha que todo o mundo, quero dizer todo o mundo, com o vento, os mares, as árvores, o fogo, os animais, as casas, desertos, as chuvas... o senhor acha que o mundo inteiro é a metáfora de alguma coisa? E o homem, acrescento eu, essa metáfora ambulante do inconsciente indecifrado. O mundo como uma formidável metáfora, esta é a matéria prima do nosso poeta. Com ela desenha o esboço dos enigmas que cada um decifre.

Chama-me atenção na obra de Carlos Augusto o rigor com que usa as palavras. Lembra a obsessão de Flaubert na busca da palavra exata, única capaz de expressar uma idéia, “le mot juste”, que perseguia com tenacidade admirável. Submetia todos seus textos à leitura em voz alta caminhando sob uma alameda de tílias (a “allée des gueulades” – a alameda da gritaria) para testar definitivamente a harmonia entre forma e conteúdo. O processo, peripatético ou não, serve igualmente à poesia, penso que até mais que à prosa. Ela é boa, se resiste ao derradeiro teste da leitura em voz alta. É o que vou fazer agora, submetendo a criação do poeta ao público, a despeito de notória deficiência vocal que empresta mais valor ao produto final.

O Caminheiro

Meu pai, com seu terno de areia,
percorre todos os minutos do mar.
Ainda bem, pois sempre amou os navios.
Um dia,-
desses que se desprendem dos calendários -
ele me falou que certas espumas
cultivam sílabas tão frágeis
que, aos lábios do vento,
perdem-se de nós,
ainda que nos deixem impregnados
do rastro de seu perfume.
A morte sabe a essas composições.


Que tal? Por mim, aprovo com louvor poema e poeta.

Trânsito

O trânsito de Fortaleza é um caos. O daqui e o das grandes cidades brasileiras. Entre outras razões pelo baixo investimento na melhoria do sistema viário e no sistema de transportes públicos.

Para agravar o problema, um número cada vez maior de pessoas, graças à facilidade de crédito, aquire automóveis, que vêm congestionar, ainda mais, as ruas já entupidas de veículos.

Providências ao alcance das autoridades locais de trânsito são paliativas, mas úteis, enquanto não se resolvem questões estruturais.

Em Fortaleza, por exemplo, carros estacionam em ruas estreitas dos dois lados, como na faixa de rolamento livre, veículos trafegam nos dois sentidos. O resultado é um engarrafamento permanente. Para piorar, serviços de carga e descarga, nessas mesmas ruas, ocorrem sem controle. Até em horários de pico!

E os motoristas, como se comportam? Falta civismo, como se diz em Portugal!

A Revista que circula aos domingos junto com o jornal O Globo, edição de 06/04/08, listou Os Dez Pecados Mais Comuns Ao Volante:

1- Fechar os cruzamentos
2- Avançar sinais
3- Andar devagar na faixa da esquerda
4- Correr na faixa da direita
5- Buzinar a qualquer hora do dia
6- Estacionar nas calçadas
7- Avançar sobre os pedestres que ainda atravessam
8- Mudar de faixa sem dar seta
9- Ficar parado quando abre o sinal... até que o carro de trás dê uma buzinada
10- Buzinar para o carro da frente no segundo em que o sinal abre

Faça seu exame de consciência, evitando pecar tanto.

Ministros

Da coluna de Ancelmo Goes, do jornal O Globo, edição de 08/04/08:

"Geddel é melhor

Pelo visto já foram melhores as relações entre Lula e Ciro Gomes. Um político governista garante ter ouvido do Presidente críticas ao ex-Ministro e elogios a Geddel Vieira Lima, seu sucessor no Ministério da Integração: O Geddel é um Ministro muito melhor que Ciro.
É. Pode ser."

Delegacias II

Querer atribuir a superlotação dos xadrezes das delegacias de polícia à ação do "Ronda", que tem méritos, é fazer pouco caso da inteligência das pessoas.

O problema antecedeu em muito à implantação do citado programa, que só ocorreu no mês de dezembro do ano passado.

O Governo do Estado do Ceará foi negligente em relação ao problema.

Se vai reconhecer...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Curiosidade

Como andam nossas delegacias de polícia?

Ainda estão livres de presos, como deixei ao fim do meu Governo?

A imprensa livre e investigativa do Ceará, sempre preocupada com os direitos humanos, poderia nos oferecer esta resposta.

Vamos aguardar.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ombudsman

A Folha de S. Paulo, edição de domingo, 06/04/08, trouxe a mensagem de despedida do seu ombudsman, jornalista Mário Magalhães.

Na verdade, o mandato dele encerrara no dia anterior. As regras que disciplinam o exercício do cargo, permitem que o titular possa ser reconduzido por mais dois períodos.

A direção do jornal e o jornalista não chegaram a um acordo quanto às condições para execução de seu trabalho. Daí o jornalista ter optado por dar por concluída sua missão.

E qual foi a divergência? A Folha condicionou a permanência ao fim da circulação, na internet, das críticas diárias do ombudsman. Alega, para tal, a vulnerabilidade do meio, o que permitiria acesso às mesmas, até de concorrentes.

Note-se que mencionadas críticas são, na expressão do jornalista, verdadeira autópsia do jornal. A exposição de suas vísceras, fraquezas e virtudes.

As críticas serão doravante enviadas por correio eletrônico a um número limitado de jornalistas e funcionários da empresa. Por considerar a medida um retrocesso, pois barra o acesso dos leitores comuns às observações feitas, é que o jornalista decidiu não continuar no cargo.

Segundo ele, não é praxe entre jornais do mundo inteiro compartilhar essas informações na rede. Informa, ainda, o jornalista, não ter encontrado na Organização de Ombudsmans de Notícias, com participantes de treze países, quem, como ele, digitasse, todo santo dia, uma crítica ou memorando.

O fato permitiu ao leitor conhecer um pouco mais da dinâmica de relacionamento do ombudsman com a direção, redação e leitores do jornal.

O jornal cearense O Povo, que há tempos tomou a iniciativa de implantar a figura do ombudsman em seus quadros, bem que poderia aproveitar a oportunidade para melhor informar sobre seus mecanismos de funcionamento.

A valorosa jornalista Adisia Sá, dos quadros do jornal, tem sido grande impulsionadora das ouvidorias, além da imprensa, no setor governamental e na iniciativa privada.

Grau de investimento

O Peru acaba de obter o tão almejado grau de investimento. Na região, só o Chile, México e Colômbia tinham o selo concedido pelas agências que avaliam o risco das economias nacionais. A distinção atrai investidores mais conservadores, como os fundos de pensão americanos.

O Peru, que gozava de uma classificação idêntica à do Brasil, mereceu a promoção por ter uma situação fiscal melhor que a nossa e um ambiente mais atraente para os investidores. Além disso, segundo analistas, estaria menos exposto do que nós a uma desaceleração global.

Enquanto isso, continuamos na fila aguardando a nossa vez.

Deixa o homem trabalhar!

James Bond

James Bond mudou-se para o deserto de Atacama, no Chile, cenário de seu próximo filme.

O inglês Daniel Craig, atual titular do personagem, disse: "Realismo é fundamental. A percepção das platéias mudou. Incluindo a dos fãs de 007. Isso aqui não é CGI (computer-generated imagery, efeitos de computação gráfica que criam cenários virtualmente).

O filme custará US$ 200 milhões, o mais caro da série desde seu início, em 1962.

Piscina

A pista de skate no calçadão da Avenida Beira-Mar acumula água de chuva há dias.

Faz a alegria dos mosquitos da dengue.

Cidades

O projeto Cidades do Ceará, financiado pelo Banco Mundial (BIRD), segundo informações da imprensa, afinal, ameaça sair do papel.

Foi imaginado e elaborado durante meu Governo, pela Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional (SDLR).

Acontecendo, fico feliz.

A frase do dia

Não tenho dúvida em ter pena dos que não têm dúvidas.

domingo, 6 de abril de 2008

Lula e Keynes



Quando o Presidente Lula disse, a propósito de opinião que emitira, em desacordo com posição que expressara sobre o mesmo assunto tempos atrás, "que mudara de idéia porque era um ser humano e não um poste", muita gente torceu o rosto para ele.







Pois, agora li que o famoso economista inglês John Maynard Keynes, ao ser ironizado, por mudar de idéia, afirmou: "Quando os fatos mudam eu mudo minha opinião. E o senhor, o que faz?"

Como se pode ver, o Presidente, ao dizer o que disse, estava em boa companhia...

Livros

Que livro abalou seu mundo?

Para responder a essa pergunta, a editora Casa da Palavra a formulou a dez personalidades, transformando as respostas recebidas em livro, que fez publicar.

Vamos às escolhas das pessoas consultadas:
1- José Mindlin: Père Goriot - Honorè de Balzac.
2- David Toscana: A Metamorfose - Franz Kafka.
3- Lúcia Riff: O Deserto dos Tártaros - Dino Buzzati.
4- Sérgio Augusto: Educacão Sentimental - Gustave Flaubert.
5- Bráulio Tavares: The Encyclopedia of Science Fiction - Org.Peter Nicholls.
6- Heloisa Seixas: O Primo Basílio - Eça de Queirós.
7- Ruy Castro: Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll.
8- Beatriz Resende: A Idade da Razão - Jean Paul Sartre.
9- Rui Campos: cita vários, mas não elege um.
10-Milton Hatoum: Um Coração Simples - Conto de Gustave Flaubert.

Os editores da Casa da Palavra não resistiram e acabaram mandando também suas contribuições:
1 - Júlio Silveira: O Caso da Borboleta Atíria - Lúcia Machado de Almeida.
2 - Martha Ribas: Profissão - Isaac Asimov.
3 - Nina Schipper: A Metamorfose - Franz Kafka.

Praticamente todos os consultados revelaram a dificuldade que tinham em mencionar um único livro. Quem acabou não indicando nenhum mencionou a livraria como um sítio capaz de abalar o mundo.

Pensava que só eu tinha dificuldade em responder a perguntas do gênero desta. Fico sempre embaraçado quando sou indagado sobre preferências literárias ou instado a mencionar obras que me marcaram. São muitas, certamente.

Algumas de que já não me lembro, mas que ficaram dentro de mim. Outras de que me recordo, por terem sido importantes para mim em determinado momento de minha vida.

Certamente estarei sendo injusto com muitas delas, nas quais me refugiei para encontrar consolo, espaço para a imaginacão e a fantasia, e estímulo para viver, mas vou citar algumas:

1 - Tesouro da Juventude.
2 - Cazuza - Viriato Correia.
3 - A Cidadela, e outros livros de A. J. Cronin. Só há pouco tempo me dei conta da importância que este autor teve na minha opção pela carreira médica.
4 - O Arco do Triunfo - Erich Maria Remarque.
5 - O Livro de San Michel - Axel Munthe.
6 - Batismo de Fogo - Mário Vargas Llosa.
7 - Angústia - Graciliano Ramos.
8 - O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo.
9 - Memórias -João Neves da Fontoura.
10 - Baú de Ossos, e tudo mais de Pedro Nava.

Tem muito mais. O espaço não comporta. A internet não tolera os prolixos.

Desculpem-me os muitos esquecidos. Toda lista é feita de injustiças e omissões.

E você, caro(a) leitor(a), atreve-se a fazer a sua?

Mãos à obra!

Positivo

Do jornal Diário do Nordeste, edição de 05/04/04:

Recuperação é desafio
CE lidera produção industrial


Segundo a notícia, o Estado elevou em 3,4% seus resultados em fevereiro em relação à janeiro. Foi a melhor marca entre as regiões pesquisadas.

A notícia é boa. Os dados acumulados são ruins.

O Brasil teve uma taxa acumulada no bimestre de 9,2%. O Ceará apontou 2,1%. Resultado que ainda é bem inferior ao do Nordeste, com média 7,7%.

Em doze meses, a situação é ainda muito ruim. O Brasil, no período, cresceu 6,9%. O Nordeste, 3,8%, enquanto a taxa no Ceará foi de apenas 0,9%.

Com o resultado agora divulgado, espera-se que o Governo cearense desista de brigar com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).