sábado, 4 de abril de 2009

Belgas II

5- Hercule Poirot
Detetive belga, personagem criada pela inglesa Agatha Christie. Um homem baixo, sempre a arrumar as coisas, a juntá-las aos pares. E tinha de ser inteligente, tinha de ter muita massa cinzenta no cérebro, disse sobre ele a escritora que o inventou.

Maníaco pela arrumação, tem tanto orgulho do bigode quanto de sua nacionalidade. Não cansa de corrigir quem o tome por francês.

6- Justine Henin
Tenista. No court, ao jogar, todos esqueciam sua baixa estatura para ver apenas uma grande jogadora. Venceu sete torneios do grande slam e acumulou E$ 14,00 milhões de prêmios de jogos.

7- Amélie Nothomb
Filha do embaixador, escritor e barão belga Patrick Nothomb, nasceu no Japão, em Kobe. Aos 25 anos publicou o primeiro romance, Higiene do Assassino. E desde então coleciona sucessos comerciais ao ritmo de um livro por ano.

Aos numerosos fãs junta-se um grupo considerável de detratores que condenam o humor negro e a perversidade psicológica que marcam sua obra, bem como criticam sua extravagância.

8- Hergé
Nascido Georges Remi, ficaria famoso, no mundo da banda desenhada, com o pseudônimo feito das duas iniciais de seu nome. Revelou-se no jornal católico Le XXème Siècle, no qual viria a dirigir um suplemento para jovens. Nascia o Le Petit Vingtième, e o personagem TINTIM. A primeira prancha é de 10/01/29, Tintim no País dos Sovietes.

Este ano comemoram-se 80 anos do nascimento do pequeno repórter belga, que já vendeu 180 milhões de álbuns, traduzidos em 54 línguas. Para os fãs que visitem Bruxelas, é recomendável uma visita ao Centro Belga de Banda Desenhada.

9- Vitor Horta
Belga, apesar do nome. Foi a Paris, onde se tornou designer de interiores. Fez contacto com o trabalho de impressionistas e pontilhistas, ao tempo em que teve a oportunidade de criar a partir do vidro e do ferro.

De regresso a Bruxelas, os dois materiais fizeram parte de suas obras. Assistente de seu professor, o arquiteto do rei, Alphonse Balat, foi pioneiro na introdução da arte nova (art nouveau), em uma exposição em 1892.

Grande parte de suas obras foram destruídas, mas restam alguns exemplares em Bruxelas. Os Armazens Waucquez, onde hoje se encontra o Centro Belga de Banda Desenhada, e mais quatro edifícios privados, são remanescentes de sua produção, todos tombados pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Os exemplos citados são uma pequena mostra de que a Bélgica existe e já deu muita gente de valor ao mundo.

Não esqueça que pulsa em Bruxelas, capital de um país instável politicamente, o coração da União Européia, de onde a euroburocracia emite regras para padronizar costumes de povos marcados pela diversidade, que resiste ancestralmente à centralização.

Saiba mais na revista portuguesa Notícias Sábado, edição de 24/01/09.

Belgas


A Bélgica, como país, estado nacional, é uma criação recente. Data de 1830. Duas comunidades, valões e flamengos, convivem em precário equilíbrio, que se reflete em permanente instabilidade política. Na última década, o país teve dez primeiros-ministros.

O rei, atualmente Alberto II, é a figura unificadora de um país que vive à beira da implosão. Imprensado entre a França e a Holanda, dominantes culturais, a Bélgica é chamada por alguns de país que não existe.

A falta de uma identidade forte dificulta o reconhecimento de expressões de sua cultura e de reconhecimento de vultos de destaque mundial em diferentes campos de atuação. Confundem-nos, sobretudo, com os franceses, que fazem humor com a "ingenuidade" deles.

Olhada com atenção, vê-se que a Bélgica tem muito a oferecer. Excelentes chocolates, enorme variedade de cervejas, gaufres e as batatas fritas. Tidas como criação francesa, são de fato belgas. E mais:

1- Jacques Brel
Cantor que se imortalizou graças às suas letras profundas, apresentadas com sentimento. De origem humilde, disse, certa feita, que talento é ter vontade de fazer uma coisa. Suas canções mais conhecidas datam do fim dos anos 50, início dos anos 60, de que Le plat pays, Ne me quitte pas e Amsterdam, são alguns exemplos.

2- Leopoldo II
Filho mais velho de Leopoldo I, adquiriu para si uma colônia particular na África, o Congo. Mal visto pela forma como tratava a população autóctone, doou um ano antes de morrer a colônia à Bélgica.

3- Georges Simenon
Belga de nascimento, francês por adoção. Escritor prolífico, autor de 192 romances, 158 novelas e inúmeros artigos publicados com o seu nome e mais de 27 pseudônimos. Sua obra foi traduzida em 55 línguas e publicadas em 44 países. Sua personagem mais famosa é o Inspetor Maigret, o homem do cachimbo que não perde ocasião para beber um copo de cidra. Simenon ficou também conhecido por seu insaciável apetite sexual.

4- René Magritte
Escultor, pintor, desenhador, fotógrafo, foi o homem de todas as artes. O mais famoso representante do surrealismo na Bélgica, destacou-se por uma obra na qual a imagem surge separada da palavra que a designa.

Basta pensar no célebre quadro no qual por baixo da representação de um cachimbo surge a frase Ceci n'est pas une pipe ( Isto não é um cachimbo). O próprio Magritte explicou: Conseguiam por tabaco no meu cahimbo? Não, porque é apenas uma representação. Logo, se tivesse escrito isto é um cachimbo, estaria a mentir.

4-Eddy Merckx
Ciclista, tido pela revista Velo como o mais completo de todos os tempos e pela americana VeloNews o mais bem sucedido. Ganhou 525 corridas em 14 anos de atividade.

O livro de Galileu

Falando com físicos, às vésperas de um evento da Academia Pontifícia de Ciências, o Papa Bento XVI disse que a ciência é a busca pelo conhecimento da criação de Deus.

Não há oposição entre o entendimento pela fé e a prova da ciência empírica. Galileu viu a natureza como um livro cujo autor é Deus, afirmou o pontífice.

No século XVII Galileu foi acusado, pela Igreja Católica, de heresia, por ter insistido que a terra girava em torno do sol. A reconsideração só viria em 1992.

Entre os convidados para o evento que decorreu em torno do tema Compreensões Científicas para Evolução do Universo e da Vida, estava o cientista inglês Stephen Hawking, que se considera não religioso no senso comum.

O autor de Uma Breve História do Tempo acredita que o universo é governado por leis da ciência, que podem ser decretadas por Deus, mas Deus não intervém para quebrar essas leis.

A comemoração dos duzentos anos do nascimento de Charles Darwin contribui para animar a discussão sobre a teoria da evolução e seu autor, iluminando o debate sobre ciência e fé.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 01/11/08.

Humor

Miniconto

Brasileiro se encontra com Deus à porta do céu:

-Vá para aquele canto, junte-se aos seus compatriotas, diz Ele.

-Não entendo, Senhor. o céu não é um lugar livre, onde todos são iguais e não há fronteiras?

-Sim, meu filho. Mas eu tenho algo a acertar com muitos de vocês, brasileiros.

-Como assim, algo a acertar?

-De tanto vocês falarem "Deus lhe pague", todos aqueles ali agora querem receber de Mim. E eu não tenho fundos!

Da coluna de Daniel Piza, jornal O Estado de S. Paulo, edição de 05/10/08.

Pobreza

Fecop tem arrecadação recorde e menor execução da história

Contraste - O Fecop comemora a marca de R$ 203,9 milhões arrecadados em 2008, a maior desde que o Fundo foi lançado. Mas a eficiência demonstrada na captação do dinheiro não significa maior execução financeira, que ficou no menor percentual da história, apesar do aumento dos valores brutos

O Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP) foi criado durante meu governo, com o objetivo de arrecadar recursos para aplicar em projetos de combate à pobreza. Afinal, o Ceará ainda é um Estado com enorme contingente de pobres.

Empresários se posicionaram contra a proposta, que também recebeu críticas quando de sua tramitação na Assembleia Legislativa, partidas de deputados que hoje apóiam ou integram o governo Estadual, e então militavam na oposição, ostensiva e enrustida.

Os que votaram contra poderiam aproveitar o poder que detém para propor sua extinção. O que ironizou a destinação, deveria, com o poder que reúne, colocar em prática a ideia que teve de taxar a Coca-Cola para aumentar a receita do Fundo.

Para garantir que os recursos beneficiassem diretamente os destinatários, fiz inserir na lei dispositivo que vedasse sua utilização para pagar pessoal. O novo governo cuidou logo de mudá-la, suprimindo a proibição e remunerando professores.

Avareza, incompetência, descaso pelos pobres explicam o desembolso medíocre.

Saiba mais no jornal O Povo, edição de 04/03/09.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Visto, Lido, Ouvido III

Cinema

Tive oportunidade de assistir bons filmes em minha temporada lisboeta. Seguem-se alguns de que me recordo:

Amália
Produção portuguesa sobre a vida, paixões, sofrimento e desilusões de uma menina pobre que se tornou ícone de Portugal no mundo, a fadista Amália Rodrigues. Há menção a sua proximidade com Salazar e restrições internas que enfrentou, após a revolução de 25 de Abril.

O banqueiro morto era a promessa irrealizada de uma felicidade que nunca foi completa nem permanente.

Não falta a etapa brasileira e o amor tropical colhido na efervescência de Copacabana.

A Troca
Baseado em um episódio verídico, ocorrido nos Estados Unidos, na década de 30, salvo engano, retrata o sofrimento de uma mãe cujo filho desaparece, sendo-lhe impingido um outro, como se fora o seu.

É um relato cruel do poder policial e do poder médico que, associados, determinam a internação compulsória da mulher em um manicômio, para ocultar o erro cometido e o despreparo e corrupção da polícia.

Seu único "erro" era saber que a criança que lhe entregaram não era seu filho, e a persistência com que recusava a solução dada e continuava a buscá-lo.

É um filme que impressiona pela brutalidade do enredo e a pungência do drama. Tanto maior quando se sabe tratar-se de obra de ficção inspirada em um fato real. Imperdível.

Benjamin Button
Filmado a partir de um conto de F. Scott Fitzgerald, sobre um menino que nasce velho e rejuvenesce com o passar do tempo, até tornar-se um bebê.

Um drama interessante, com quadros de humor, frutos de situações incomuns, algumas constrangedoras, criadas em decorrência do inusitado fenômeno cronológico. A paixão que une por algum tempo o casal inviável, é de uma beleza atroz. Existe mesmo isso? Foi a expressão que me ocorreu para descrever o que vi e senti.

Valquíria
Outro filme realizado a partir de fato real, transcorrido durante a Segunda Guerra Mundial. Narra a conspiração de oficiais alemães, pertencentes à elite do exército germânico que, insatisfeitos com a forma como Hitler conduzia o país e a guerra, queriam destituí-lo.

A figura central é o Coronel Stauffenberger, um aristocrata, herói de guerra, que encarnou o papel mais arriscado na trama.

O atentado falhou, mas, embrulhado no pacote do nazismo, ainda não foi completamente digerido pelos alemães. Haja vista as objeções encontradas pela produção para fazer as filmagens na Alemanha.

Não faltam violência, pusilânimidade, altivez, traição e acasos que escreveram a história. Há uma sucessão de cenas tensas, que deixam o espectador em estado de permanente alerta.

Quem quer ser um bilionário
Um filme diferente, ao mesmo tempo trágico e alegre. Realização inglesa com ingredientes da Bollywood indiana.

O cenário da Índia, a um só tempo majestosa e miserável, admite uma história inverossímil, mas com um forte conteúdo humano, que lhe dá surpreendente substância.

Trata-se de uma produção barata, cuidada, exitosa, que expõe as mazelas e a pobreza de uma potência emergente, que despertou reações negativas dentro e fora da Índia, arrebatando uma coleção de óscares.

Críticos torceram o nariz ao que consideram uma fórmula fácil para alcançar sucesso e uma rejeição não revelada a um filme com um improvável final feliz. A infelicidade parece ser, para alguns críticos de cinema, um elemento indispensável à aprovação de uma película.

Teatro

Assisti a uma adaptação para o teatro da obra de Eça de Queiroz, Os Maias. O João da Ega roubou a cena. Lido e representado, está entre meus personagens prediletos.

Um clima singular cercou a apresentação da peça. É que ela se deu no Teatro Trindade, que é belíssimo, e eu ainda não conhecia, cenário de encontros de Maria Eduarda e Carlos da Maia, heróis do romance.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dicas de blogueiro

10 razões pelas quais você NUNCA vai ser um blogueiro e/ou problogger de sucesso
Por Nospheratt

1 - Você não sabe escrever
Você escreve mal, não tem talento para escrever, não tem noções de Português ou copia material de outras pessoas. Você acha que miguxês é um idioma aceitável, e que não há nada demais em usar abreviações de estilo SMS.

2 - Você não sabe nada sobre blogs…
… e não está interessado em aprender. Jamais se deu ao trabalho de pesquisar sobre etiqueta; não imagina o que são práticas e atitudes aceitáveis (ao escrever, linkar, comentar, enviar email à outros blogueiros, etc.) e o que consiste em falta de respeito, abuso e chatice. Também não faz idéia do que diferencia um blog bom de um amontoado de lixo, nem está preocupado com isso.

3 - Você é preguiçoso
Quer tudo de bandeja, que façam para você, que lhe dêem as coisas de presente, que resolvam seus problemas. Instalar plugins, resolver problemas de HTML, divulgar seu blog ou seu projeto, responder milhares de dúvidas simples - que seriam resolvidas com uma simples busca no Google.

4 - Você não tem nada a oferecer
Nem bons textos, nem nada útil nem original. O seu conceito de “blog” resume-se à vídeos engraçados achados em outros blogs (porque nem sequer se dá ao trabalho de garimpar o You Tube), links “maneiros”, textos copiados e posts sobre o gato da sua avó.

5 - Você acha que os outros lhe devem alguma coisa
Exige atenção, links, convites, respostas. Você acha que os outros blogueiros tem a obrigação de correr atrás de você, fazer tudo o que você pedir, tratá-lo como um amigo de longa data. Se alguém não lhe dá a vênia que você quer, é porque essa pessoa é arrogante, cheia de si, antipática.

6 - Você reclama de “panela”
Se você não foi aceito em um grupo, a culpa é dos outros, não sua. Você jamais fez nada para ser aceito, talvez nem sequer tenha nada em comum com o grupo, mas o grupo tem obrigação de lhe aceitar. Além disso, em qualquer caso que você não obtém a resposta que esperava, já sabe: é panela!

7 - Você não saiu da casca
“Construa e eles virão” é o seu lema. Você não se preocupa com divulgação, networking, marketing… Não comenta em outros blogs nem participa de coisa nenhuma; e depois não entende porque seu blog tem 90 visitas diárias, após um ano de existência.

8 - Você só está blogando para ficar rico…
…e acha que é rápido e fácil. Criou seu blog em 3 minutos, encheu de Adsense, e só está esperando que rios de dinheiro comecem a entrar na sua conta. Sabe que não é preciso muita coisa para ganhar dinheiro, basta colocar conteúdo copiado, encher de palavras chave e títulos cata-corno, e voilá! Podre de rico em 3 meses, sem fazer nada!

9 - Você é um mendigo
Acha que pedir esmola (links, troca de banners, uma forcinha) é uma forma aceitável de conseguir as coisas. Nem pensa em se esforçar e conseguir coisas por mérito próprio; é mais fácil pedir. Fazer algo que preste e que seja digno de reconhecimento e atenção? Pra quê? Pedinchar é muito mais fácil.

10 - Você pensa que Internet é terra de ninguém
Você acha que ao estar “escondido” atrás do monitor pode fazer o que lhe der na telha, e que não haverão consequências. Acha que pode fazer de conta que é o que não é, usar os culhões que não tem, extravasar seu ressentimento, sua frigidez ou impotência, dizer e fazer coisas que não teria coragem de fazer ou dizer cara à cara, roubar (isso inclui reprodução não autorizada de conteúdo alheio, com citação de fonte ou não), mentir, caluniar, encher o saco, dar vazão à sua chatice empedernida.

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Se você se encaixa sequer em UMA dessas descrições, fique sabendo: você não vai à lugar nenhum. Sua única chance é tomar vergonha na cara e aprender a fazer as coisas direito.
Se você se encaixa em DUAS descrições, esqueça a idéia de ser conhecido algum dia. A mediocridade é seu destino, sua sina.
Se você se encaixa em TRÊS descrições ou mais, por favor, delete seu(s) blog(s) e pare de contribuir com a imensa massa de ESTERCO que pulula na Internet. Os blogs decentes e a Efigênia como um todo, agradecem.

Outras dicas acesse Blosque.com

Visto, Lido, Ouvido II

1- 2 Faces - Antonio de Oliveira Salazar. Editora Quidnovi.
1º número de uma série, sobre personalidades contemporâneas portuguesas, com o formato de fotobiografias. Textos breves e fotos que falam mais que as palavras. Projeto editorial e qualidade gráfica excelente.

O ditador português que abre a série, continua muito estudado, objeto de amor e ódio, cuja vida paira como um fantasma sobre o país ao qual ficou definitivamente ligado.

2- O Coração Desvelado. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud. Peter Gay. Editora Companhia das Letras.
Um apanhado sobre a pintura, música e literatura no período mencionado no subtítulo. Estudo minucioso recheado de anotações e citações exaustivamente indexadas. Quanto à literatura, há um estudo precioso sobre biografias, autobiografias, memórias e o interesse que despertavam no público leitor.

Bem assim a propósito do impacto das obras românticas sobre o comportamento dos leitores. O caso clássico é o do Werther, de Goethe, e os sucídios que o aparecimento do livro teria desencadeado.

3- A Casa da Palma. Carlos Nascimento Silva. Editora Relume Dumará.
Ganhei este livro de presente há anos. Creio que do meu amigo Paulo Elpídio, ex-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que o recomendou com entusiasmo.

Paciente e mudo, suportou a longa espera, até que pudesse encontrar-me com suas páginas no inverno português de Lisboa.

É a saga de gerações de uma família que implanta uma fazenda na Ibiapaba, cenário onde decorre a maior parte da trama, além de episódios transcorridos em Angola, Lisboa, São Paulo e Recife. A cronologia abrange a Colônia e o Império.

Valeu a pena a espera, embora a obra, a meu ver, se ressinta de um ritmo lento, com uma certa falta de climax. Termina como a chama de uma vela, que se extingue lentamente.

Dilma

Do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre a Ministra Dilma Roussef:

1- A mais competente auxiliar do Presidente Lula.
Na presença dela, quando da inauguração dos trechos 2 e 3 do Canal da Integração.

2- Dilma não tem nenhuma vivência política. Não estou falando de politicagem não. Estou falando de compreender o Brasil, saber como é que as coisas acontecem.
Em palestra, esta semana, para economistas cearenses na Universidade Federal do Ceará (UFC).

3- Eu diria que a Dilma não tem projeto.
Em entrevista à revista Isto É, que circula esta semana.

Saiba mais nos jornais O Povo, edição de 31/03/09 e O Estado de S. Paulo, edição de 01/04/09.

Dengue

Salto preocupante
Casos de dengue duplicam em uma semana no Ceará
Quase 300 casos acendem a luz amarela para a doença


Nos últimos sete dias, o Ceará registrou 297 casos contra apenas 134 na semana anterior. Até o dia 28/03, eram 921 vítimas da doença, distribuídas por 53 municípios.

Há o temor de que o atual surto possa ser causada pelo vírus tipo I, cuja memória imunológica na população está apagada pelo tempo, o que poderia desencadear uma explosão da doença.

Segundo soube, de fonte do Ministério da Saúde (MS), é o que ocorre agora na Bahia.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 28/03/09.

Abolição

O Governador do Estado do Ceará concedeu a Medalha da Abolição ao ministro César Asfor Rocha, Presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e ao cantor Raimundo Fagner.

Escolhas merecidas. Subscreveria as duas.

Meus cumprimentos aos dois homenageados.

Saiba mais no jornal O Povo, edição de 31/03/09.

Modéstia

Você pode me desafiar em relação a qualquer problema. Para todos os problemas do Brasil, eu tenho três soluções.

Do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), em entrevista concedida ao jornal O Povo, edição de 31/03/09.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Lido, Visto, Ouvido

Durante o tempo que passei em Portugal, tive a oportunidade de ler vários livros e assistir alguns filmes. Divido com vocês a impressão que me causaram.

Livros:
1- Dicionário Técnico de Termos Alfarrabísticos, de Paulo Gaspar Ferreira. Editora In-libris.
Livro interessante para bibliófilos e interessados pela história do livro e da leitura. Traz uma lista completa de termos relacionados ao livro e à leitura, desde sua origem.

2-Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Três Últimos Séculos, de Antero de Quental, contendo um excelente prefácio de Eduardo Lourenço. Editora Tinta da China.
Trata-se do discurso com que Antero de Quental abriu o ciclo das Conferências do Casino, em 27 de maio de 1871. A iniciativa partiu de um grupo onde estavam além de Antero, Teófilo Braga, José Soromenho, J. P. Oliveira Martins, Manuel Arriaga e outros mais.

A ideia do grupo era agitar a discussão sobre o país, que consideravam atrasado na política e na economia, mergulhado na inércia, vítima de uma elite anacrônica. Antero atribui, entre outros fatores, ao modelo de cristianismo praticado em Portugal a decadência do país que sucedeu ao período glorioso das grandes descobertas.

O livro tem excelente feição gráfica e dele consta a carta que Antero dirigiu ao Presidente do Conselho de Ministros, Antonio José D'Ávila, o Marquês D'Ávila, que proibira a realização das conferências. O documento é um extraordinário libelo contra a interdição ao direito de reunião e a liberdade de pensamento.

3- Ex-Líbris. Colecções Arquitecto Segismundo Pinto e Biblioteca Nacional. Exposição /Dia Mundial do Livro/23 de Abril 1998. Edição da Biblioteca Nacional de Portugal.
Obra interessante, destinada a um público restrito de amantes do livro e de ex-libris.

4- Os Senhores da Guerra. Hitler, Stalin, Churchill e Roosevelt. Simon Berthon e Joanna Potts. Ed. Record.
Relato minucioso de como se relacionaram estes líderes, por ocasião da Segunda Guerra Mundial.

Excentridades, alianças táticas, divergências de interesses e estratégias.

De como Churchill salvou os ingleses e perdeu o império, Roosevelt abriu mercados para o Estados Unidos substituindo a Inglaterra. E o astuto Stalin avançou com o comunismo sobre a Europa, aproveitando-se da ingenuidade do americano.

Só o combate a Alemanha os uniu. Assim mesmo não faltaram vacilações e desconfianças veladas quanto ao objetivo principal.

5- Poesia-Livro do Português Errante /Prosa-A Terceira Rosa, de Manuel Alegre. Publicações D. Quixote.
Gostei do livro, que se lê rápido. O autor é um poeta que me agrada e sua prosa foi, para mim, uma excelente supresa. Além de escritor, é deputado à Assembleia da República, dissidente do Partido Socialista, foi candidato independente à Presidência da República nas últimas eleições.

(continua)

terça-feira, 31 de março de 2009

O rosto da crise III

1- Brasil perdeu 750.000 mil empregos em três meses
Perda representa corte de 2,3% do total de postos de trabalho do país


2- Desemprego recorde no país
Redução foi de 1% no total das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE em fevereiro


Saiba mais no jornal O Estado, edições de 17 e 23/03/09.

O rosto da crise II

1- Indústria corta investimentos de R$ 21 bi
Segundo sondagem da Fiesp, 25% das indústrias brasileiras reveem planos de aumento de capacidade de produção

Pedidos de máquina cairam pela metade
A revisão dos investimentos da indústria fez o volume de pedidos do setor de máquinas e equipamentos despencar 50% no primeiro bimestre deste ano, e o faturamento 35%


2- Atividade econômica
1º trimestre fraco adia recuperação da indústria
Nem o dia das mães, segunda melhor data de vendas do ano, deve ampliar receita do varejo ante 2008

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 25/05/09.

O rosto da crise

1- Indústria automobilística
Ford anuncia PDV em suas três fábricas
Montadora alega necessidade de ajustar quadro ao nível de produção atual, afetado pela queda das exportações


O anúncio aconteceu às vésperas da divulgação da prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

2- Trabalho
Não é hora de pedir aumento, diz Lula


Falou o ex-líder sindical. Lembrou seu tempo de piquete em porta de fábrica.

Ele não teria a ousadia de dizer isso numa assembleia.

Falou Antonio Carlos Spis, atual líder sindical. É 1º tesoureiro da Central (ex) Única dos Trabalhadores (CUT).

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 28/03/09.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Aquário

O polêmico projeto do aquário, que o governo do Estado do Ceará pretende implantar em Fortaleza, ainda não saiu do papel, e já fez duas vítimas: a elegância e o vernáculo.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), ao defender o projeto, o fez no estilo de sempre, que não está a altura do seu talento. Confunde incisividade com incivilidade, contundência com grosseria, convicção com intolerância. Dá azo que lhe retruquem no mesmo tom, tal o fizeram vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT), em defesa da prefeita Luiziane Lins.

Os contendores lançam mais farpas uns nos outros que luz na discussão. Na verdade, o que o deputado pretende é interditar o debate, impedí-lo. O clã ora no poder, tem aversão ao contraditório. Não admite a controvérsia. Por isso, urge estancá-la no seu início.

É um comportamento que lembra os iluministas, detentores únicos do saber e da verdade. Ou os déspotas esclarecidos, outorgados condutores autocratas da sociedade. Em um caso, como no outro, o modelo está deslocado nos personagens e no tempo.

Tenho visto nos jornais e blogs a palavra aquário grafada com um c (acquário), que antecede ao q. Não encontrei a versão em dicionários que consultei. Só se for o c de confusão que o porta-voz do governo, escalado para explicar a ideia aos deputados, instalou no debate ao mencionar a origem dos recursos para construção da obra.

Admito que um oceanário seja fator de atração turística e estimule o interesse das pessoas pela vida marítima, que é tão cara à cultura cearense. A questão que se coloca é sobre a prioridade e oportunidade do empreendimento, face ao custo e às demandas sociais do nosso povo.

Não bastasse a crise econômica que nos atinge, e que recomenda sobriedade e seletividade nos gastos governamentais.

Basta ver o funcionamento precário dos grandes hospitais estaduais. Ou o elevado déficit habitacional, refletido no constante crescimento das favelas. Quando o deputado Heitor Férrer (PDT-CE) batizou o aquário, com ironia cirúrgica, de casa de peixes, dramatizou a falta de moradia que aflige milhares de famílias.

O fato dos cofres do Estado estarem abarrotados de dinheiro, como proclamam todos os dias autoridades do governo, não justifica o desatino do líder, deputado Nelson Martins (PT-CE), que admite gastá-lo sem se preocupar com a destinação.

O uso de verbas oriundas de compensações ambientais, devidas por empresas em decorrência da instalação de equipamentos que afetem o meio ambiente, para financiar o aquário, é incompatível com a finalidade do recurso.

A aplicação do recurso no aquário descumpriria requisito legal que restringe sua utilização em ações de defesa do ambiente, o que não é o caso. Além do mais, a destinação da verba deve ter aprovação prévia do Conselho Estadual do Meio Ambiente.

Por último, transferir recursos dos municipios onde se deu o dano a ser reparado para investimento ornamental em Fortaleza, é uma injustiça que não resiste a simples exposição da manobra. O abandono dessa solução financeira pelo Estado evidencia a inconsistência e a fragilidade do projeto.

Quando governador, a ideia de fazer um aquário na cidade me foi apresentada. Abandonei-a por não considerá-la prioritária, nem ter me convencido de que o retorno econômico e o social justificassem o gasto.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edições de 20, 24, 25 e 26/03/09. E em O Povo, edição de 26/03/09.

domingo, 29 de março de 2009

Aftosa

O Ceará empacou em relação ao combate à aftosa. Não consegue sair da classificação de risco desconhecido, que acarreta grande inconveniente aos criadores e à economia da pecuária.

Com este rótulo, nosso rebanho fica confinado ao Ceará, portanto excluido de feiras, exposições e da comercialização além de nossas fronteiras.

O desinteresse do governo pelo assunto produziu a desaceleração de medidas fundamentais para o avanço no controle da doença, que vinham sendo implementadas, resultando no estacionamento do processo em um estágio insatisfatório.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edições de 26 e 27/03/09.

Creches

O fechamento de creches em Fortaleza demonstra insensibilidade do governo do Estado, como a falta de integração entre os dirigentes estadual e municipal.

São 87 creches fechadas e 6.000 crianças prejudicadas.

Depois de algum tempo, o porta-voz da prefeitura acena com a proposta de reabrir 30 delas.

A responsabilidade por manutenção de creches é das prefeituras, mas a transferência da obrigação deve se dar mediante entendimento entre as partes, sem que haja prejuízo para as crianças e mães por elas beneficiadas.

Quando fui governador do Ceará, retive sob a administração do Estado creches que a prefeitura se recusava a receber. Descumprimento de obrigação legal não exime a autoridade da responsabilidade social.

Das duas uma: a prefeitura foi consultada e aceitou receber as creches, não tendo assumido a responsabilidade pelo seu funcionamento. Ou não foi consultada pelo Estado, sendo surpreendida pela transferência intempestiva.

Não se entende que o fato tenha ocorrido justo quando os dois gestores se dizem afinados, demorando-se em longas reuniões para discutir a integração das duas administrações.

Não é estranho?

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 10/03/09.

Rodízio

Diante do caos instalado no trânsito de Fortaleza, tem se falado ultimamente na implantação do rodízio de veículos, como meio de amenizar o problema.

O Ministério Público cogitou da medida e desencadeou o debate sobre sua adoção. A iniciativa, neste como em outros assuntos, encontra respaldo na lei e justifica-se face a omissão da Prefeita diante de questões que comprometem gravemente o funcionamento da cidade.

Pondero que o rodízio é medida extrema, cujo emprego só se justificaria se esgotadas outras medidas de engenharia e disciplina de tráfego.

Recorrer ao rodízio, de modo precipitado, em uma cidade sem um sistema adequado de transporte de massa, pode ser uma atitude temerária. A proposta tem o mérito de estimular o debate sobre o tema, despertando as autoridades responsáveis para sua importância.

Prudência parece ser a conduta mais recomendável diante da sensibilidade da solução apresentada.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 25/03/09.

Segurança

Notícia veiculada pelo jornal Diário do Nordeste:

Segurança pública
Sangue novo na polícia civil

Novos delegados de polícia e escrivães, serão nomeados, em breve, para assumir seus cargos nas delegacias cearenses.


É o caso de dizer: já chegam tarde...

Afinal, trata-se de concurso que deixei em avançado estágio, ao fim do meu governo.

Saiba mais no jornal Diário do Nordeste, edição 09/03/09.

Árbitros

Árbitros de futebol nunca foram figuras muito populares. Pelo menos para as torcidas insatisfeitas com a derrota dos seus clubes.

Eduardo Galeano, escritor uruguaio, definiu-os à perfeição. Disse sobre eles: O seu trabalho consiste em fazer-se odiar. Única unanimidade do futebol: todos o odeiam. Sempre assobiado, nunca aplaudido.

Creio que antes de se dirigirem aos estádios, a primeira coisa que fazem é deixar suas mãezinhas em casa, a salvo dos insultos a eles dirigidos e que por tabela atingem-nas.

O fantasma da corrupção ronda os juízes peitados, para garantirem resultados que respondam à ansiedade dos torcedores, e assegurem retorno a fortuna que gira no mundo do futebol, nem sempre lícita.

Em Portugal, por exemplo, há alguns anos se arrasta na justiça um escândalo conhecido como apito dourado, cuja trama inclui dirigentes corruptos, juízes comprados e cenas de alcova.

A marcação de uma penalidade máxima a favor do Benfica, contra o Sporting, na final da Taça da Liga Portuguesa, desencadeou protestos enérgicos, dentro e fora do campo. O assunto ganhou as páginas dos jornais. O árbitro veio a público reconhecer seu erro. E o resultado do jogo? Este não mudou.

Aqui, o técnico do Ferroviário, Arnaldo Lira, em entrevista ao Diário do Nordeste, não poupou críticas à arbitragem. Queixou-se de tantos pênaltis a favor do Ceará (3 em 4 jogos), de juízes gordos e tementes ao poder das grandes torcidas.

Resumiu o que pensa ao fazer o desabafo de que o campeonato deste ano é para ser esquecido: não tem campo, não tem árbitro, não tem bola, não tem nada. Daqui a pouco também não tem torcedor, acrescento eu.

O juíz será sempre o homem mau do jogo. Nunca agradará a todos. É o argumento para amortecer a frustração da torcida diante dos maus resultados do time. Como todo ser humano, erra.

Os modernos recursos tecnológicos expõem os equívocos dos árbitros nas telas dos televisores, com a repetição dos lances e a reprodução das jogadas em câmara lenta. Isto os torna mais vulneráveis à crítica e mais responsáveis perante o público.

Resta saber se a falha é involuntária ou se há algo por trás dos erros. Nunca deverão ser julgados por um só jogo. Terá que se examinar o conjunto da obra, para se fazer uma opinião segura sobre a conduta moral de qualquer deles.

Nunca se saberá se a mão goleadora de Maradona foi guiada por um juíz venal ou orientada por intervenção divina, como chegou a ser dito em meio ao turbilhão de emoções despertadas em partidas de grande responsabilidade.

O germe da corrupção compromete a seriedade das disputas e põe em dúvida a justiça dos resultados.

Saiba mais em O Público e Diário do Nordeste, edições de 24/03/09.

Viçosa


Viçosa é um dos municípios do Ceará presentado por Deus com uma bela natureza. Trabalhado pela mão do homem, ganhou um rico patrimônio edificado e uma sólida tradição cultural.

Na sua matriz, restaurada durante meu governo, pregou o Padre Vieira, em sua peregrinação pela serra da Ibiapaba, evangelizando os índios. De lá, saiu Clóvis Beviláqua para dar ao Brasil o Código Civil. E o guerreiro Tibúrcio, para defender a pátria nos campos de batalha.

Tem peta e biscoitos gostosos, licores que embriagam docemente, e sua cachaça que ficou famosa pelas mãos do Coronel Chico Caldas.

O harmonioso conjunto arquitetônico da praça, onde está incrustrada a igreja matriz, tombada pelo Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é o cenário privilegiado do Festival de Música, criado na minha administração e realizado anualmente no mês de julho.

O evento, um sucesso desde a primeira versão, tem por finalidade principal a formação musical através de oficinas didáticas de diversas modalidades, ministradas por competentes instrutores. O que não exclui apresentações públicas de alunos e músicos renomados.

A Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional (SDLR), em meu governo, empreendeu, junto com o Sebrae, ações para incentivar a produção artesanal da aguardente de cana, fabricada no município, em pequenos alambiques, dentro de padrões de qualidade que favorecessem seu reconhecimento e comercialização.

Com uma divulgação inteligente poderá vir a ter tanto prestígio, quanto as do norte de Minas Gerais, famosas e caras.

Visite Viçosa do Ceará, lá você entra no céu mesmo sendo pecador e sem precisar morrer!

Antiguidades

Aprendi em Lisboa, com um antiquário, dono de uma loja no bairro em que vivia, uma cronologia das coisas velhas.

A saber:

Objetos usados: até 50 anos de existência.
Velharias: entre cinquenta e cem anos.
Antiguidades: mais de cem anos.

Advinhação

Que há de semelhante entre a lua e as ruas de Fortaleza?

ONGs

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal (SF) que investiga irregularidades em Organizações Não Governamentais (ONGs), anda a passo de cágado. Constituída há muito, não se reúne desde outubro último.

O relator da CPI, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), antes tão diligente em cobrar dos outros, promete o relatório final para o próximo 1º de julho.

Um dos objetivos da Comissão é definir uma forma padrão de relacionamento dos governos com as ONGs. Para mim, este padrão já havia sido estabelecido anteriormente e depois revogado. Consistia na proibição de inclusão no orçamento federal de verbas para instituições não governamentais.

A medida foi adotada na esteira do escândalo dos anões do orçamento, como forma de evitar a hemorragia de recursos públicos drenados para arapucas montadas com o fim de roubar dinheiro do povo.

Infelizmente, a medida viria a ser revogada no atual governo, o que considero grave equívoco.

Usina

O governo do Estado do Ceará anuncia que irá retomar o projeto da usina de ondas, que data do período em que fui governador, projeto esse que era desenvolvido em conjunto com a Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE), Eletrobrás e, salvo engano, Petrobrás.

O protótipo da usina seria, como agora, implantado na área do porto do Pecém. Quando governador, tive ocasião de visitar moderno centro de pesquisas da Petrobrás, instalado na ilha do Fuundão, no Rio de Janeiro.

No momento em que cresce o interesse pelas formas renováveis de geração de energia, o desenvolvimento da pesquisa sobre a alternativa das ondas, é informação alvissareira.

Não admira se amanhã, com o hábito do atual governo de mudar os nomes dos projetos herdados do antecessor, a obra passar a se chamar de usina de vagas...

Não importa. Que a ideia tenha prosseguimento é o que interessa.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 27/03/09.