sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Banana

A banana é a fruta mais consumida no mundo.

Como alimento, só perde no consumo para o trigo, o arroz e o milho. É cultivada em 130 países. Originária do sudeste asiático, seu berço provável foi a Nova Guiné. São, ao todo, 35 espécies espalhadas pelo mundo.

Seu nome é fácil de pronunciar em qualquer língua, e ela é de uma versatilidade insuperável. Come-se in natura, assada, processada, cozida, amassada, doce ou salgada. Só ou acompanhada.

Versatilidade igual, só a das metáforas que sugere.

Dar uma banana é insultar alguém; o banana é um frouxo; entrar numa bananosa é estar em dificuldade. E da profusão de alguma coisa diz-se a preço de banana.

Pela sua forma tornou-se um símbolo fálico, que se presta a demonstrações e usos heterodoxos.

Está na letra de canções, nos trajes e cenários de musicais. Basta lembrar, como exemplo, a octogenária melodia, que falava da Chiquita Bacana, lá da Martinica, que se veste com uma casca de banana nanica...

É inspiração para a moda, o design, as artes plásticas, o cinema e a decoração. A banana é fashion.

Delícia exclusivamente tropical, quando conhecida, encantou europeus e americanos. Para terem uma idéia, um americano consome, em média, 150 bananas por ano.

Produto tão popular, envolve uma economia nada desprezível...

E aí, chegou à política. Ou melhor, à sua versão armada, guerras e revoluções.

Dois livros recentes, saídos nos Estados Unidos, Banana - The Fate of the Fruit that Changed the World, de Dan Koeppel e Bananas - How the United Fruit Company Shapped the World, de Peter Chapman, contam o que se passou em torno dela, sobretudo nos países da América Central, que ficaram conhecidas pelo apodo genérico de banana republics.
Os golpes, a corrupção e a violência desencadeadas pelas empresas interessadas em dominar a produção e o comércio da fruta inspiraram, também, muitos escritores. Os colombianos Gabriel Garcia Marquez e Alvaro Cepeda Samudio e o guatemalteco Miguel Angel Asturias são bons exemplos disso.

Agora, chegou a vez de sabermos que a prosaica banana é tão vilã quanto o petróleo, no fomento às guerras, misérias e tragédias mundo afora.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 26/04/08.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

50 mil acessos

Nosso blog ultrapassou os 50 mil acessos. E eu queria aproveitar esse número – representativo para mim –, e convidar meus leitores e blogueiros para um bate-papo descontraído, sobre assuntos diversos, como é o Blog do Lúcio Alcântara.

Para quem se tornou blogueiro de forma desinteressada, impulsionado pela curiosidade e pela gama de informações que essa grande ferramenta - que é a internet – nos proporciona, estou satisfeito por atingir a marca dos 50 mil acessos.

Quero aproveitar este momento de descontração para conhecer meus leitores, agradecer as visitas e os comentários – às vezes favoráveis, outras nem tanto. Afinal, a internet nos permite o verdadeiro exercício da democracia.

Célio Ferreira Facó, Augusto, Paulo Marcelo FM, Cris, Ivana Maia, José Sales, Kilmer Castro, Marco, Marcílio S., Reinaldo, Isolda, Lili Trovão, entre outros, e os anônimos, conto com a presença de vocês.

Com os meus colegas blogueiros, queria conversar mais sobre essa ferramenta, conhecer novas possibilidades de uso. Resumindo: quero aprender mais.

Eliomar de Lima, o mais rápido na postagem de notícias – disputando com os jornalistas do Cearáagora (Donizete, Luzenor e Beto Almeida), Nonato Albuquerque, os blogueiros do O Povo e do Diário do Nordeste (entre eles Egídio Serpa, Daniel Praciano e Roberto Maciel - postando em dois blogs), Luiz Carlos Carvalho, do Sobretudo, Laércio Macambira (pensando segurança), Deputado Leo Alcântara (abordando as notícias do Congresso), Emílio Moreno, André Carvalho, Wanderley Filho, Tiago Viana, Maísa Vasconcelos, Fátima Abreu, Norton Lima Júnior ...

Peço desculpas se esqueci de citar alguém, mas sintam-se todos convidados. Quem sabe, até o Alan Neto, que me intitulou de O Rei do Blog, não compareça??? Assim, poderei agradecer, pessoalmente, a homenagem.

Marquei essa pequena comemoração dos 50 mil acessos, para o dia 28 de agosto próximo, uma quinta-feira, às 19 horas, na Fundação Waldemar Alcântara (rua Júlia Vasconcelos, 100 – continuação da Rua Oswaldo Cruz, já no bairro Pio XII).

Aguardarei todos vocês, com prazer, neste encontro – algo diferente e gratificante para mim.

Consolo

Alex Marshall, crítico musical do diário inglês The Guardian, depois de ouvir os 205 hinos dos países que participam das olimpíadas que ocorrem na China, considerou o do Uruguai, o melhor.

Para ele, o hino uruguaio é uma das peças clássicas mais eufóricas que já ouviu.

Orientales, la Patria o la tumba é o nome do hino nacional do Uruguai, cuja letra é de Francisco Acuña de Figueroa. Quem tiver curiosidade de ouvir é só clicar abaixo.

Nepotismo II

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu, em sessão realizada ontem, a nomeação de parentes para cargos administrativos nos três poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

A decisão abrange União, estados e municípios.

Há exceção para os cargos de ministros, secretários estaduais e municipais.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Nepotismo

Hoje o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá atacar uma prática que infesta as instituições públicas brasileiras, o nepotismo.

Ao decidir sobre o tema, que teve reconhecida a repercussão geral, por ser relevante do ponto de vista jurídico, o STF estará pondo termo a abusos praticados no âmbito do poder público.

Alguns ministros adiantam que sequer o Congresso Nacional precisaria editar lei para disciplinar a contratação de parentes de funcionários em cargos de chefia, direção ou assessoramento para o serviço público. Consideram que a Constituição Federal já veda a conduta.

Há os que desafiam a lei. E o Ministério Público, por se julgarem acima dela, quando não a própria lei.

No Ceará, há casos assim.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 18/08/08.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Queda


A movimentação do Aeroporto Internacional Pinto Martins, durante a alta estação turística, teve um saldo negativo.

No período de férias escolares foi registrada queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A informação é da assessoria da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), em Fortaleza.

Saiba mais no jornal O Estado, edição de 18/08/08.

História de Portugal

Pedagogos portugueses estão preocupados com o debate acerca do ensino da História em seu País. Nas últimas reformas educativas, o tempo letivo da disciplina foi drasticamente reduzido, e a tarefa de a ensinar deslocada para a periferia.

O Currículo Nacional do Ensino Básico, imputa à História a responsabilidade de construir "esquemas conceituais que ajudem [os alunos] a pensar e a usar o conhecimento histórico de forma criteriosa e adequada, e que contribuam para o perfil de competências gerais".

A análise deste e de outros documentos curriculares, indica que os propósitos orientadores do seu ensino, deixaram de se limitar à comunicação e conhecimento da herança civilizacional, alargando-se à explicação do presente, à compreensão dos problemas atuais, à procura de soluções para esses problemas, ao entendimento da conjuntura internacional, à valorização de civilizações, à preparação para a democracia participativa…

Mas esses propósitos estão se mostrando incompatíveis com a carga horária semanal que lhe está destinada, a qual varia de acordo com a escola e o ano de escolaridade: as Ciências Humanas e Sociais (História e Geografia) dispõem, no sétimo ano, de dois blocos de noventa minutos; e nos oitavo e nono anos, de dois blocos de noventa minutos e um de quarenta e cinco minutos. Sendo esta carga horária distribuída pelas duas disciplinas, à História pode ser atribuído apenas um bloco de noventa minutos ou um bloco de noventa minutos mais um de quarenta e cinco minutos.

Sem resposta para estes dilemas, apresentaram, de forma irônica, o filme que se segue como o futuro da disciplina, onde a História de Portugal é contada em sete minutos e dezessete segundos:



Ironia à parte, sabemos que o conhecimento histórico é importantíssimo para perpetuar a memória da humanidade, entender o presente e nos prepararmos para o futuro.

Eleições

Parlamentares concorrem às eleições municipais.

A imprensa podia apurar como anda o comparecimento deles aos trabalhos legislativos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Obama II

Há cerca de duas semanas, surgiu um livro nos Estados Unidos que é um fenômeno de vendas. Já está no primeiro lugar na lista de ensaios mais vendidos do New York Times. Chama-se The Obama Nation, de Jerome Corsi.

O autor é o mesmo que escreveu o livro Unfit for Command, que acusava o então candidato presidencial John Kerry, de ser um falso herói de guerra. Foi um sucesso de vendas, e acabou desqualificado pela mídia, face às imprecisões que continha. Ainda assim, acredita-se tenha influenciado a perda de popularidade de Kerry.

Desta feita, o autor não esconde seu propósito, de com o novo livro, impedir a chegada de Obama à Casa Branca. Acusa Obama de estar próximo do Islã, ainda que se diga cristão, de ser ultra-esquerdista e um socialista obcecado pela distribuição da riqueza, com idéias perigosas quanto à questão racial.

No texto, já foram apontadas numerosas falsidades. A mídia, desta vez, parece que não vai esperar, como fez com o primeiro livro, para denunciar as inverdades contidas na obra. Mesmo assim, os artigos contra o livro, de algum modo, fazem sua publicidade.

A primeira edição foi de 475.000 exemplares, e o autor já tem agendadas 100 entrevistas em rádios de todo o País.

Obama

A eleição nos Estados Unidos começa a esquentar. As sondagens eleitorais mostram uma disputa acirrada.

Aparentemente, a obamamania, denominação que a imprensa deu a uma aura de simpatia que se gerou em torno do candidato Barack Obama, não tem se traduzido em votos.

Depois de um giro pelo mundo, o candidato voltou para casa consagrado por recepções calorosas na Europa. Os árabes vêem com agrado um candidato negro e com antecedentes muçulmanos. O problema é que europeus e árabes não votam nos Estados Unidos.

Os americanos conservadores, cristãos radicais, temerosos de mudanças, parecem estar a reagir diante do que julgam um risco para os seus valores.

O rival McCain, atiça o receio desse segmento do eleitorado, insuflando, mediante comerciais de televisão, dúvidas sobre a capacidade gerencial e de liderança de Obama. O democrata seria, apenas, um político negro, com idéias vagas, mas generosas, embaladas num discurso aliciante, inspirado numa emocionante história de vida.

No retorno, Obama foi recebido em casa por comerciais republicanos na televisão, taxando-o de uma celebridade, à semelhança de Britney Spears e Madona. Isto é, bom para admirar, ver, ouvir, mas nunca para governar uma nação poderosa e complexa como os Estados Unidos. De par com isso, alimenta-se a incerteza sobre as convicções religiosas do candidato, para mostrá-lo como um muçulmano enrustido.

A capa da conceituada revista New Yorker, de 21/07/08, trouxe imagem de Obama e Michelle, sua esposa, vestidos de terroristas muçulmanos, em pleno salão oval da Casa Branca. Segundo a revista, o propósito era ironizar os boatos espalhados pela direita, para desestabilizar a campanha do democrata. O porta-voz do candidato reagiu, dizendo que a caricatura era ofensiva e de mau gosto.