sábado, 13 de março de 2010

Contos I

Horácio Quiroga (1878-1937) é um grande escritor uruguaio, pouco conhecido, cuja vida trágica esteve repleta de dramas pessoais e familiares que o marcaram de forma definitiva.

Viveu entre a Argentina e seu país natal quase sempre em grande penúria amenizada pela proteção de políticos uruguaios.

Além de inúmeros artigos em revistas e jornais escreveu os seguintes livros :

- Los Arrecifes de Coral (1901), poemas e relatos.
- El Crímen del Otro (1904), contos.
- Los Perseguidos e Historia de um Amor Turbio (1908), novelas.
- Cuentos de Amor, de Locura yde Muerte (1917)
- Cuentos de la Selva (para los niños)-1918
- El Salvaje (1918), contos
- Anaconda 1921), contos
- El Desierto (1924), contos
- Los Desterrados (1926), seu livro mais eleogiado pelos críticos.
- Pasado Amor (1928)
- Suelo Natal (1931), em parceria com Leonardo Glusberg, mais tarde adotado como livro escolar
- Mas Allá (1935), contos.

Escritor magistral, que conhecia os grandes contistas, Kipling, Maupassant, Poe, Tchecov, Bret Harte, Hemingway,Caldwell, preocupou-se em organizar uma espécie de preceitos que ajudariam a produzir bons resultados.

Os conselhos vieram primeiro no Manual do Perfeito Contista (El Hogar-Buenos Aires, 1925) do qual selecionamos uma mostra:

A importância da frase final ("do mesmo modo que o soneto, o conto começa pelo fim")
A retomada ao final do conto da ideia formulada no começo
O conhecimento prévio da história completa
O início abrupto do conto, como se o leitor já conhecesse parte da história.
A supresssão de falas iniciais ("se passam de quatro o leitor se enfada")

Piso

O governador diz que é a favor do piso salarial nacional insituido nos termos de lei federal em vigor.

Não obstante, todos os dias pisa no piso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Autoria

Os jornais registraram uma polêmica entre os deputados Artur Bruno e Adahil Barreto, a propósito de uma proposta de emenda constitucional apresentada pelo segundo a qual fixa um percentual mínimo, 35%, para aplicação de recursos estaduais em educação.

Segundo Bruno era seu desejo fazer o mesmo via projeto de iniciativa popular.

Meu amigo Artur Bruno que me perdoe, mas não há autoria de intenção. Barreto agiu dentro de suas prerrogativas parlamentares. Nada impede a apresentação do projeto, idêntico ou semelhante, por outra via legislativa.

Frota de carros novos do Governo

Clique na imagem para melhor visualização

Fonte: Diário Oficial do Estado

Detalhe: Todos os veículos são de uma mesma marca e comprados de um mesmo fornecedor.

A frase do dia

Seguir todos os impulsos enviados pelos instintos faria mal aos próprios instintos.

Daniel Piza

Previdência x Bolsa

O programa Bolsa-Família, apesar de sua importância no combate à pobreza, não é o maior e mais importante instrumento de distribuição de renda.

Os programas de transferência de renda instituidos pela Constituição de 1988, como a Previdência Rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), têm efeito mais significativo na redução da pobreza. O Bolsa-Família é o terceiro em impacto social.

As simulações foram testadas em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 07/03/10

Indenização

Do blog do Eliomar (08/03/10)

Espera-se

Do procurador-geral do estado, Fernando Oliveira, ao tentar explicar o porque de o governador Cid Gomes (PSB) ter concedido indenização apenas para duas famílias de PMs assassinados em serviço: Isso é um começo.

Ao rejeitar a emenda ao projeto de lei do executivo, de autoria do Dep. Adahil Barreto, que estendia o benefício às famílias de todos os policiais mortos, ou tornados inválidos, desde 2007, quando em serviço, ficou estabelecido que a indenização só será concedida quando o governador for ao sepultamento e receba uma vaia.

Estaleiro

Manipulação e falta de respeito.
Foram estes os termos usados pela prefeita Luizianne Lins (PT) ao criticar o abaixo assinado entregue por vereadores ao governador para pedir a instalação do estaleiro na praia do Titanzinho. Para a prefeita, estão usando a boa fé da população.

Não consigo entender esse empenho tão enlouquecido de alguns, mas, no que depender da prefeitura, não terá nada ali a não ser praia.

No jornal O Povo, edição de 11/03/10.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Da coluna Sônia Pinheiro - O Povo

NA PELE


Perplexidade, tristeza, revolta são termos aplicáveis a tragédia da jovem, bonita e querida empresária Marcela Montenegro, vítima de tentativa de assalto, seguido de morte, por grupo que incluiu até um menino.

E, aí, a melancolia se torna maior ainda quando se sabe que inúmeras outras pessoas passaram por amargas experiências assim. E, por já serem tão frequentes, episódios semelhantes, quando não resultam em morte, quase nunca são detalhados nos meios de comunicação, engrossando, então, as estatísticas da violência desmedida, insegurável, insustentável.

A crua verdade é que Fortaleza virou uma capital extremamente perigosa e palco de cenas cruéis. Seus governantes têm que se deter no grave problema para, no mínimo, atenuá-lo já. Não é justo um cidadão pagar tantos impostos enquanto é forçado a se despojar do mais básico direito de ir e vir.

Enquanto isso, famílias e amigos, à duríssimas penas, têm que lidar com o próprio sofrimento ou de seres amados, ficando abandonados à própria sorte porque o aparelho de segurança no Estado é extremamente falho.

E, nesse aspecto, a cidade passa literalmente por uma guerra de profundidade desigual, cujos vitoriosos são sempre os dito fora da lei, pois os perdedores, desarmados, surpreendidos, sequer podem se defender.

E o rumo que isso tomou, se não encontrarem um jeito, extra-ingênua Ronda do Quarteirão, Fortaleza ou passa a ser defendida por um policiamento mais hábil, municiado e rigoroso, ou tornar-se-á uma cidade sitiada por bandidos. Com seus habitantes na condição de eternos reféns. Sem direito à diversão fora de casa e, quem sabe, um dia, até à singelas idas a shoppings, praias, restaurantes e templos religiosos.

Daí não ser pequeno o número de pessoas vítimas da síndrome do pânico, muitas vezes ocasionada por experiências não tão drásticas como a que tirou a vida da doce Marcela e seus sonhos.

Para, quem sabe, viver aqueles versos de antigo hit do Chico Buarque:``...A DOR da gente não sai no jornal``.

Da coluna Vertical - O Povo

DEVER DE CLASSE


Sindicato Apeoc cobrou ontem do líder do governo na Assembleia, Nelson Martins (PT), promessa feita por Cid Gomes, no começo dos trabalhos da Casa, de abrir diálogo sobre o novo PCCS dos docentes.

O Deputado Nelson (esqueça o que eu disse) Martins (PT), deve explicações aos professores.

(In)Segurança

Manchete de primeira página do jornal O Povo :

* Empresária é baleada
Crime comove Fortaleza
Insegurança na área foi alertada pelo O Povo há cinco dias

*Morte da empresária
Depois do crime, reforço policial não funciona
Na mesma área bandidos atacam carro de publicitário
O Povo percorreu quatro "zonas de insegurança" e medo continua

Edições de 10 e 11/03/10

Poesia

Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.

Fernando Pessoa

A frase do dia

A humanidade tem uma moral dupla: uma que prega, mas não pratica; outra que pratica, mas não prega.

Bertrand Russell (1872-19700), filósofo e matemático britânico

Estado

Para uma reflexão dos candidatos à presidência - Dilma e Serra - sobre tamanho e funções do estado:

1-Se o estado é forte, esmaga-nos. Se é fraco perecemos.
    Paul Valery

2-O governo não deve ser máximo e não pode ser mínimo. Ele tem de ser ótimo: na forma e na função.
    Edmund Wilson

(In)Segurança

Diante do descalabro do setor só há uma palavra para definir a política de segurança do atual governo: fracasso.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Licitações do Governo - Fevereiro/2010

A frase do dia

Que o destino tenha dó de quem tenha um sonho só.

Daniel Piza

Sabedoria

No século 4º antes de Cristo, os sete sábios da Grécia de então foram convocados ao santuário de Delfos para para sintetizar, em frases curtas, o ideal do pensamento grego.

Eles apontaram duas: "conheça-te a ti mesmo" e "nunca passa do teu limite".

Do artigo de Celso Ming, Um homem que sabia das limitações da vida, sobre José Mindlin, no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 01/03/10

Chile

Temuco, no centro-sul do Chile é a cidade de Neruda. Conheci-a em 1975, como bolsista da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Guardo dela uma boa impressão.

Atingida pelo terremoto ficou sem água e sem energia. Prédios do início do século XX foram os mais danificados. Oito pessoas morreram e muitas ficaram desabrigadas.

A lua cheia no céu claro impediu que os moradores passassem a noite no escuro. Mas o brilho da lua não afastou os saqueadores que pilhavam o comércio.

Fosse vivo o poeta não tenho ideia de que versos faria com a tragédia.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 01/03/10

Twittadas

Pérolas, achados e picaretagens. O melhor da filosofia em até 140 caracteres.

* Quando um carnavalesco tira 8,5 ou 9,0 xinga, se irrita. Pô! Devia ficar feliz! Pra quem nunca frequentou o ensino médio essa é uma ótima nota.

* Uma coisa eu aprendi, viajando pelo mundo: o brasileiro é o único que discute quando tem certeza de que está errado.

* Diga aí: Agora que o carnaval terminou, você pretende, enfim, começar a trabalhar pra valer em 2010 ou vai esperar passar a Copa do Mundo?

* A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. (Friedrich Nietzsche)

Saiba mais no Diário Econômico, edição de 20/02/10.

domingo, 7 de março de 2010

Da newsletter Pauta Livre

Cid Gomes apela à racionalidade. Uma autocrítica?

EM SUA MAIS recente declaração sobre o projeto para um estaleiro no Titanzinho, o governador faz apelo “à racionalidade”. Pelo que entendi, reclama, com o termo, uma avaliação comparativa sobre “os números”.

NÚMEROS não dizem tudo. O urbanismo também dialoga sobre fatores intangíveis e mesmo subjetivos. Que cálculo pode medir o desconforto de ser vizinho de um estaleiro, que produz poluição sonora durante o dia inteiro?

BASTA UMA leitura em retrospectiva para constatar que foi o próprio governador quem, desde o início, fomentou o embate e tumultuou a discussão do projeto, criando o ambiente do qual se queixa agora. Veja:

1 – FOI BELIGERANTE. Cid Gomes escolheu o pior momento para lançar a idéia, quando a prefeita da cidade se encontrava de férias, criando, de saída, uma situação favorável a uma atitude de resistência da parte dela. De tão desastrado, ficou a leitura corrente de que buscava, de fato, o conflito.

2 – FOI AUTORITÁRIO quando, desde o início, excluiu a possibilidade de que a localização do projeto fosse colocada em discussão. O espírito varejista da sua declaração – “É pegar ou largar!” – revelou falta de percepção sobre a capacidade de reação crítica da cidade. Deu no que deu.

3 – FOI FISIOLÓGICO já desde seu primeiro ato de articulação, ao ungir “os vereadores mais votados no bairro” como grupo de maior relevância para a construção da legitimidade do projeto, desprezando a prevalência de aspectos de ordem técnica e urbanística.

4 – FOI PROVINCIANO, de uma estupidez atroz, ao afirmar que caberia “à população do Titanzinho decidir” sobre a instalação, quando o projeto afeta toda a cidade, envolve aspectos de estratégia global para o desenvolvimento. O governador olhou para uma metrópole como se fosse um prefeito de roça.

5 – FOI ELITISTA quando, ao perceber a reação de setores organizados da sociedade, foi buscar apoio prioritário na representação social do poder econômico, a FIEC, e em segmentos mais comprometidos do trade turístico, não obtendo, aliás, em nenhum dos dois, a almejada unanimidade.

TUDO ISSO – vejam – em um ano eleitoral, onde o próprio governador é candidato, quando lideranças como ele são mais exigidas na capacidade de lidar com a complexidade de administrar em um ambiente onde interesses unilaterais se mostram com maior vigor e resistência à “racionalidade”.

PERDEU-SE, o governador, no caso, o bastante para que se tome seu apelo à racionalidade como uma autocrítica, ainda que inconsciente. Só lhe resta recompor o curso do projeto, abrindo a discussão a partir do ponto inicial do desvio: uma conversa com a prefeita (eleita) da cidade. Ao trabalho.

Tucanicídio midiático

A NOTÍCIA é plantada porque é ridícula ou é ridícula porque é plantada? Pouco importa, mas diz muito sobre o grau de desespero a que chegaram os setores mais conservadores de apoio à candidatura de José Serra.

O BOATO QUE circulou pela imprensa, quinta-feira, dava conta de que o presidente Lula se licenciaria para dedicar tempo ao palanque da Dona Dilma, deixando no cargo um campeão de impopularidade – Zé Sarney.

CHAMA-SE a isto de suicídio midiático (é protocolar: o desespero sempre erra na dose). Um boato como esse – de resto, logo desmentido – acaba provocando mais prejuízos a quem pretende beneficiar. Voltem ao normal.


Comente: pautalivre@ricardoalcantara.com.br