NA PELE
Perplexidade, tristeza, revolta são termos aplicáveis a tragédia da jovem, bonita e querida empresária Marcela Montenegro, vítima de tentativa de assalto, seguido de morte, por grupo que incluiu até um menino.
E, aí, a melancolia se torna maior ainda quando se sabe que inúmeras outras pessoas passaram por amargas experiências assim. E, por já serem tão frequentes, episódios semelhantes, quando não resultam em morte, quase nunca são detalhados nos meios de comunicação, engrossando, então, as estatísticas da violência desmedida, insegurável, insustentável.
A crua verdade é que Fortaleza virou uma capital extremamente perigosa e palco de cenas cruéis. Seus governantes têm que se deter no grave problema para, no mínimo, atenuá-lo já. Não é justo um cidadão pagar tantos impostos enquanto é forçado a se despojar do mais básico direito de ir e vir.
Enquanto isso, famílias e amigos, à duríssimas penas, têm que lidar com o próprio sofrimento ou de seres amados, ficando abandonados à própria sorte porque o aparelho de segurança no Estado é extremamente falho.
E, nesse aspecto, a cidade passa literalmente por uma guerra de profundidade desigual, cujos vitoriosos são sempre os dito fora da lei, pois os perdedores, desarmados, surpreendidos, sequer podem se defender.
E o rumo que isso tomou, se não encontrarem um jeito, extra-ingênua Ronda do Quarteirão, Fortaleza ou passa a ser defendida por um policiamento mais hábil, municiado e rigoroso, ou tornar-se-á uma cidade sitiada por bandidos. Com seus habitantes na condição de eternos reféns. Sem direito à diversão fora de casa e, quem sabe, um dia, até à singelas idas a shoppings, praias, restaurantes e templos religiosos.
Daí não ser pequeno o número de pessoas vítimas da síndrome do pânico, muitas vezes ocasionada por experiências não tão drásticas como a que tirou a vida da doce Marcela e seus sonhos.
Para, quem sabe, viver aqueles versos de antigo hit do Chico Buarque:``...A DOR da gente não sai no jornal``.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Da coluna Sônia Pinheiro - O Povo
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Um comentário:
Querem que os policiais cearenses atuem como seus colegas ingleses.
Coitado do policial que tocar num marginal!
Assim não dá mesmo. Com ronda do quarteirão ou sem ronda ...
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