terça-feira, 8 de março de 2011

Hitler

Hitler, quem diria, gostava de livros e foi um grande leitor. Os 1.200 livros que restaram de sua bilbioteca estão hoje na Biblioteca do Congresso, em Washington.

Sobre o leitor e seus livros o jornalista e acadêmico americano Timothy Ryback escreveu " A Biblioteca Privada de Hitler" para tentar decifrar a influência que a leitura teve sobre sua formação.

Ele supõe a existência de três tipos de livros na vida dele. A saber:

Os que ajudaram a moldar sua pessoa. Adorava livros de aventura. "Robinson Crusoe" e "Viagens de Gulliver".

Outros influenciaram sua ideologia, como um livro de Madison Grant, "The Passing of the Great Race", perceptível em discursos posteriores.

A terceira categoria está constituida por livros que explorava para seus próprios objetivos. Nietzsche e Schopenhauer estão entre esses autores. Pinçava frases escolhendo as que lhe convinham para alimentar sua ideologia.

Agia da mesma forma em relação à Bíblia. Seus discursos estão cheios de alusões religiosas.

O senso comum admite que a leitura, a educação, a literatura, instruem, contribuem para uma boa formação e ajudam a fazer um mundo melhor. Com Hitler não foi assim. Era um homem mau que tinha uma biblioteca.

Saiba mais em O Público, edição de 01/03/11

Humor judaico

Deus guiou o povo eleito no deserto durante 40 anos para o conduzir ao único lugar do Médio Oriente onde não há petróleo.

Sinceridade

Hoje em dia, o que mudou é que os canalhas são sinceros.

Jean-Luc Goddard, em Filme Socialismo

Jornais

Em Portugal, como em outros paises, os jornais perdem leitores. Em dez anos foram quase cem mil compradores de jornais a menos.

Se o papel perde terreno outras plataformas ganham mais leitores. Os sites, os tablets, têm cada dia mais leitores. A questão está na gratuidade da internet.

Ninguem vai querer produzir conteúdo sem gerar receita que embora esteja a crescer ainda é residual no faturamento das empresas jornalísticas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Alentejo III

Portugal é o país do mundo com a sétima população mais velha. Ano passado, afinal, o número de nascimentos suplantou os óbitos.

Percorrendo o Alentejo deparei-me com muitas cegonhas, elegantes, sobre o relvado, ou altaneiras, isoladas ou aos pares, nos ninhos implantados no cimo dos postes que sustentam a fiação.  Por mais que olhasse juro não ter visto nenhuma com bebê ao bico.

Não será portanto a elas que se deve o resultado positivo, mas aos imigrantes que se mostram mais prolíficos que os nacionais.

Em Mértola (antiga Myrtillis) o carrinho que nos levava, conduzido pela Danny, gemeu para vencer uma subida íngreme, em rua estreitíssima com piso muito irregular, único acesso ao castelo da cidade e à igreja matriz que já servira aos árabes como mesquita. Prudentes, fizemos o resto da visita a pé.

Mértola debruça-se sobre o Guadiana dando a impressão de que as casinhas brancas sobre as escarpas precipitem-se no rio. Romanos e árabes deixaram por lá sinais de sua passagem que ainda subsistem.

No subsolo da Câmara Municipal (a nossa prefeitura) ruínas conservadas e adequadamente dispostas reconstituem uma casa romana cuja visão, complementada por informações adicionais, oferece uma ideia do estilo de vida desse povo.

Durante minha curta permanência colhi a impressão de que a vila valoriza o passado mouro (cheguei a ver uma seta indicativa escrita em árabe) realizando anualmente um Festival Islâmico a ter lugar em maio.

Do pouco que pude ver gostei. É lugar que se deixa com vontade de voltar. O Alentejo é uma festa dos sentidos, a paisagem, que entra pelos olhos, a gastronomia, que invade o olfato e o paladar.