sexta-feira, 8 de abril de 2011

Leitura

Acabei de ler Os Jardins da Memória, Editorial Presença, do turco Prêmio Nobel, Ohran Pamuk, que há tempos aguardava o momento de ser lido.

É uma página de amor a Istambul, a metrópole que pulsa entre dois mundos, abraçada pelo Ocidente e o Oriente. Dividida, e fundida, entre duas culturas.

O autor fala com nostalgia, e melancólico carinho, da família, das ruas e praças, dos tipos, usos e costumes, e uma sutil condenação da influência americana e europeia sobre o meio.

O ritmo lento, mas sedutor, alimenta um mistério que leva o personagem principal a caminhar sem destino e horário pelas ruas, desertas ou apinhadas, em busca de uma resposta.

A síntese psicológica desse errante urbano surge quase ao fim do livro numa sentença que se desdobra em suas últimas páginas.

Para o homem o problema mais importante é poder ou não poder ser ele próprio.

O eterno drama da identidade pessoal constrangida pelo forçoso convívio social.

O tempo

Quando era criança
Gostava que o tempo apressasse
Para ingressar logo
No mundo dos adultos

Agora, gostava
Que o tempo retardasse
Para conviver com as
Promessas do futuro

Ele, nunca, nem ontem
Nem hoje, me obedeceu,
Rebelde aos meus desejos

Indomável, manteve
O ritmo de sempre
Indiferente às minhas
Vontades

Fico todavia a pensar
Que acelera a roda quando
A vida está madura.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Charada

Pichação em uma parede de Lisboa :

Nenhum emprego é melhor que emprego nenhum.

Declínio

Na capa da edição portuguesa de março da revista Foreign Policy:

O declínio americano
Desta vez é mesmo verdade

Será mesmo?

Silêncio

Na paz verde dos jardins da Gulbenkian só um zumbido que há tempo se acomodou em meu ouvido interfere no peso do silêncio.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Obama

O presidente americano anunciou sua candidatura a um segundo mandato. Era o esperado. Todavia o lançamento foi precoce para os padrões americanos uma vez que a eleição se dará em novembro de 2012.
A explicação oferecida pelos responsáveis é que o tipo de campanha imaginada leva tempo a construir.

A sede da campanha ficará em Chicago para transmitir a ideia de que não interferirá nas ações do governo e será desenvolvida de acordo com as preocupações do país e não com as conveniências do poder.

Novamente as redes sociais serão usadas de forma intensa para difundir propostas e mobilizar as pessoas.

A frase chave já está definida. Tudo começa conosco  substitui  Sim, nós podemos.

Saiba mais no jornal Público, edição de 05/04/11

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fotos

O blog ganha mais vida com a postagem de fotos. Todas elas de autoria da Maria Beatriz.

Estamos em fase experimental. Agradecemos comentários.

Acordo ortográfico

Está em curso um acordo ortográfico a ser celebrado entre os paises lusófonos com o objetivo de padronizar a escrita da língua portuguesa.

Isso viria facilitar sua adoção nos foruns internacionais conferindo maior prestígio à língua falada por cerca de 250 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo.

A vigência do acordo se dá após aprovação pelos parlamentos nacionais. No momento vigora, salvo engano de minha parte, no Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Aguarda aprovação em Angola, Moçambique e Timor.

No âmbito da Comunidade de Paises de Língua Portuguesa criou-se o Instituto da Língua Portuguesa com o objetivo de difundir o português entre os paises membros e em todo mundo.

É lamentável que esse organismo, sediado em Cabo Verde, ainda não tenha oferecido resultados concretos.

É de salientar que nos países africanos, além do português, são faladas línguas índigenas que competem de alguma forma, alimentadas por nacionalismos, com o idioma luso.

Em um mundo em processo de rápida globalização poucas línguas sobreviverão para comunicação entre os povos.

Busca-se assegurar que o português seja uma dessas.

Humanidade

Quando eu nasci já estavam escritas todas as frases para salvar a humanidade. Só faltava uma coisa, salvar a humanidade.

Fernando Pessoa