sexta-feira, 29 de maio de 2009

Censura

Há uma escalada da censura na Rússia. Putin, o líder soviético, seduz os russos com um discurso fundado na ideia de lei e ordem, e na preservação dos valores tradicionais da cultura russa.

É a resposta que dá à frustração e ao desencanto do povo, com o rebaixamento do país à condição de potência de segunda classe, e ao caos instalado durante o governo de Yeltsin.

Inspira-se não em Stalin, mas sim em Pedro, o Grande, segundo diz. Recentemente, a propósito de estancar publicações que revisam a participação da Rússia na Segunda Guerra Mundial, editou norma que proíbe a divulgação de versões contrárias à história oficial.

O escritor Vladimir Sorokin foi o primeiro intelectual molestado pelo governo, depois da abolição da censura em 2002. Foi acusado de ter escrito um livro pornográfico, O Toicinho Azul (1999), e por isso perseguido por iniciativa da organização Andando em Grupo, jovens que lembram, no modo de atuação, a Juventude Hitlerista.

Caso inédito foi a condenação de um jornalista de província, no Daguestão, por ter feito resenha de um livro que desagradou seu autor. Por decisão do juiz, coube-lhe pagar ao crítico o equivalente à 1.000 dólares ao melindrado escritor.

São os traços da cultura eslava, de fundo autoritário, embalados em sonhos de grandeza e tradição, que permanecem bem vivos na Rússia contemporânea.

Saiba mais em O Estado de S. Paulo, edição de 24/05/09.

Ford e Hitler


Desconhecia que Henry Ford, o fundador da montadora de veículos Ford, responsável pela inovação industrial que permitiu a fabricação de automóveis em série, tornando-os acessíveis à população, inspirara o autobiográfico Mein Kampf, de Adolfo Hitler.

A informação está no livro A Biblioteca Esquecida de Hitler, de Timothy W. Ryback, a ser lançado, em breve, pela editora Companhia das Letras, que pesquisou oito anos a vida do ditador. Entre outras pessoas que lhe foram próximas, entrevistou a cineasta Lili Riefenstahl e sua secretária Traudl Junge.

O Führer tornou-se conhecido por queimar livros, no entanto constituiu bilblioteca pessoal, com cerca de 16 mil volumes, integrada por clássicos da literatura, da filosofia e ensaios racistas, que influenciaram sua formação política.

Entre as personagens reais mais invocadas por Hitler, está Henry Ford, modelo de self made man, que admirava ao ponto de manter uma foto dele na parede de seu escritório. De acordo com Ryback, o livro O Judeu Internacional, de autoria de Ford, marcou sua vida.

O livro do industrial, anti semita e ultra conservador, é uma compilação de textos inicialmente publicados no jornal da companhia, o The Dearborn Independent, nos quais afirmou que os EUA era um país ameaçado por uma conspiração judaico comunista, que visava dominar o mundo.

Hitler apreciou tanto o que Ford disse da Alemanha, segundo ele o país mais ameaçado pela conspiração judaica, que o citava com frequência.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 23/05/09.

Greve

A greve dos professores da rede estadual permanece.

Decorre de outra greve. A de sinceridade, no trato com a classe, por parte do Governo do Estado do Ceará.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A frase do dia

Não há maior falta de humildade que a falta de curiosidade.

Daniel Piza

Prefácio

Há quem diga que os prefácios dos livros são dispensáveis.

Não haveria necessidade dessas introduções analíticas prévias, que adiam o encontro com o conteúdo do livro, o qual prescindiria de uma apresentação introdutória.

Não sou radical quanto à conveniência de prefácios. Há deles que contribuem para um melhor conhecimento do autor e compreensão da sua obra, ao colocá-la no contexto em que foi escrita e dar pistas para um melhor aproveitamento da leitura.

Álvaro de Campos, heterônimo do poeta Fernando Pessoa, debita a tarefa de escrever prefácios à liberdade de pensamento de cada um.

É dele a frase o único prefácio de uma obra é o cérebro de quem o lê.

Obrigado

Agradeço aos amigos que estiveram comigo para abraçar-me, no dia de meu aniversário e participar do lançamento do livro Blog de Papel.

O agradecimento se estende aos que não puderam ir, mas me distinguiram com suas mensagens de congratulações.

Foi, para mim, um privilégio tê-los ou lê-los.

Perda


Durante o tempo que estive fora, partiu de nosso convívio um grande e leal amigo. Refiro-me ao Caetano Guedes, que foi prefeito do município de Fortim, presidente da Central de Abastecimento (Ceasa) e deputado estadual.

Conhecemo-nos quando militávamos ambos no Partido Democrático Trabalhista (PDT), tendo ao longo dos anos se estabelecido uma sólida amizade entre nós.

Quando ocupei o cargo de vice-governador do Ceará, no exercício do Governo, devido a ausência do titular, tive o privilégio de assistir sua posse como primeiro prefeito de Fortim. Fazíamos, ele e eu, o parto de um novo município, por cuja emancipação tanto lutara.

Suportou com estoicismo e bom humor a longa moléstia que lhe acometera, a qual pouco se referia, enfrentando com coragem o agravamento e as intercorrências surgidas em sua evolução.

Nosso último contacto foi, para mim, uma dolorosa experiência, marcada pelo esforço que fazia para articular, com coerência, seu pensamento. Com a consciência nublada pela insuficiência hepática, tentava me alertar para o risco político que eu poderia correr.

Senti no encontro o travo amargo de uma despedida armada pelo acaso.

Ausência

Nos últimos dias fiz poucas postagens.

A razão disso é que estive ausente de Fortaleza por uma semana, sem ter como usar regularmente a internet.

Peço desculpas aos frequentadores do blog pela escassez de matérias.