sábado, 28 de novembro de 2009

Prédicas

Na Inglaterra em crise, banqueiros subiram ao púlpito das igrejas para apregoar as virtudes cristãs do sistema financeiro e o lastro moral da prosperidade dos banqueiros.

Lá, a taxa de desemprego anda por volta de 7,8%, a maior dos últimos 14 anos, e a distância entre pobres e ricos é a maior em cinco décadas.

Não obstante, as bonificações na City deverão aumentar 50% este ano.

John Varley, executivo do Banco Barclays, subiu ao púlpito da Igreja de Saint Martin-in-the-Fields para afirmar que o lucro não tem parte com o diabo, e que bonificar as grandes performances dos banqueiros não vai contra os valores cristãos.

Brian Griffith, conselheiro internacional do grupo Goldman Sachs, na Catedral de Saint Paul, doutrinou:

1- Devemos tolerar a desigualdade como uma maneira de assegurar maior prosperidade e oportunidade para todos.

2 - Ao aconselhar que amemos nossos semelhantes como amamos a nós mesmos, Jesus endossou o auto interesse.

Ken Costa, do Lazard Internacional, ao defender a cristandade do lucro, ensinou na Igreja de St. Katherine Cree: Nós contribuímos para a sociedade sendo bons no que fazemos.

Poderia resumir o fundamento da ofensiva dos banqueiros ingleses na defesa do lucro financeiro ao dizer: o sucesso santifica a opulência.

Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 08/11/09.

Implicâncias

O Mauro Chaves, do jornal O Estado de S. Paulo, vem de publicar artigo naquele periódico, sob o título Meu rol de implicâncias, no qual relaciona algumas expressões de uso comum na imprensa que o incomodam, por considerar que comprometem as boas regras de estilo.

1- Recorrente. É a palavra mais recorrente do discurso que se pretende inteligente.

2- Marco regulatório. Tem um soar técnico para ouvidos desprovidos. Se é para se referir a um conjunto de normas que regulam o serviço público prestado por empresas privadas, porque não dizer simplesmente regulamentação, normas ou apenas regras?

3- Bordões. Repetidos à exaustão por apresentadores ou narradores esportivos, Daqui a pouco a gente volta ou Obrigado pelo carinho e pela audiência, parecem a única maneira de se comunicar com ouvintes e telespectadores.

4- Deu sorte. Antigamente se dizia que alguém teve sorte quando obteve algo bom. Agora, costuma dizer-se que alguém deu sorte. Por que deu, quando de fato recebeu?

5- Risco de morte. Trocou-se risco de vida por risco de morte. O primeiro significa o perigo que a vida da pessoa está correndo. Risco de  morte seria o perigo da morte não ocorrer, isto é do sujeito se tornar imortal?

Há outros exemplos de implicância estilística do autor, que você poderá conhecer na edição de 07/11/09 do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A frase do dia II

Só há uma coisa pior do que lutar com aliados: é lutar sem eles.

Winston Churchill

A frase do dia

Todo mundo é louco.
Por isso, é que se precisa de religião:
para se desendoidecer, desdoidar...

Guimarães Rosa

Armas

Investigação
34 armas desaparecem de quartel da PM em Caucaia

Polícia Militar confirmou o desaparecimento de 29 revólveres e cinco pistolas durante inspeção anual

Por falar nisso, em que deu o "competente inquérito" que apurou o roubo de armas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, ocorrido há tempos?

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 25/11/09.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dois pesos

Em entrevista ao jornal O Povo, edição de 25/11/09, o secretário de segurança admite tratamento desigual dado aos protagonistas de um dos episódios que integra a crise da polícia cearense.

Refiro-me ao caso da tortura que teria sido infligida a presos para induzir acusações contra policiais.

O secretário atribui o favorecimento a um dos personagens do caso a uma determinação do governador do Ceará.

Exime-se de culpa e transfere a responsabilidade para seu superior. O qual, por sua vez, nega a existência de crise na polícia, que teima em desconhecer, como se assim a extinguisse.

Recusa a investigação isenta, impessoal, envolve-se diretamente na questão, torna, antecipadamente, suspeito o resultado da apuração.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Transparência

A jornalista Kamila Fernandes, que escreve uma coluna aos domingos no jornal O Povo, comentou nas edições dos dias 15 e 22/11/09, a falta de transparência do atual Governo do Estado.

A blindagem do Governo é garantida pela esmagadora maioria de 43 deputados. Só 3 fazem oposição ao Governo.

A única vez que um pedido de informação foi aprovado, resultou na descoberta do escândalo das viagens milionárias do governador e familiares para o exterior, em jatos executivos pagos pelo Governo.

Mesmo assim, os fatos nunca foram esclarecidos como recomenda a ética pública.

Questões como a compra dirigida e manutenção das luxuosas Hylux, contratos terceirizados, viagens da primeira dama, continuam como segredos de Estado, aos quais nem os deputados têm acesso.

As justificativas do Governo, oferecidas pelo seu líder, dep. Nelson Martins, para sonegar os dados solicitados pela sociedade, na voz dos parlamentares, soam a deboche e desrespeito.

Pitta


O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, faleceu aos 63 anos, de câncer no intestino.

De origem modesta, economista, com pós-graduação na Universidade de Leeds (Inglaterra) e Harvard (EUA), profissional vitorioso, elegante, foi o primeiro negro a assumir posição de grande destaque na vida pública brasileira.

Poderia ter sido o Obama do Brasil.

Terminou nas páginas policiais, devido a problemas familiares e uma má administração, marcada pela corrupção. (FolhaImagem)

A frase do dia

A beleza não está na paisagem e nas coisas, mas nos olhos que as veem.

Ceará


O Ceará está na primeira divisão. Viva!

É hora de comemorar o grande feito, apoiado não só pela quinta torcida do Brasil, mas por todos os amantes do futebol, quaisquer que sejam os times de suas preferências.

Agora é torcer para não fazer feio no meio da elite do futebol brasileiro. (Bela foto: DN/Kiko Silva)