quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poesia II

Mea Culpa

Em vez de te poupar,
Gastei-te sem saber o que fazia,
E não vivi.
Morri
Em cada hora cega que vivi.

Solidão

Pouco a pouco, vamos ficando sós
Esquecidos ou lembrados...
Mortos sem ter morrido,
Lúcidos defuntos,
Vemos a vida pertencer aos outros.

Miguel Torga
(trechos dos dois poemas)


Poesia I

Sou restos de um menino que passou
Sou rastos erradios num caminho
Que não segue, nem volta, que circunda
A escuridão como os braços de um moinho.

Paulo Mendes Campos



Lupi

Lupi pode ter ganho uma sobrevida à frente do ministério do trabalho. Pelo noticiário a presidente Dilma, mesmo insatisfeita com o comportamento atabalhoado do ministro, teria decidido dar-lhe uma chance. Sabe-se lá porque.

No PDT correligionários muito próximos ja insinuam sua saída sob o argumento de resguardarem a imagem do partido imolado na imprensa graças às travessuras do ministro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Emendas

A angústia do governo para aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União), essencial ao equilíbrio de suas contas, pagou alto preço.

Além da liberação urgente das emendas parlamentares o relator do orçamento de 2012 aumentou em R$ 2 milhões o valor das emendas a que tem direito cada parlamentar. Cada um disporá de 15 milhões no próximo ano.

Em São Paulo, o jornal O Estado de S. Paulo tem publicado uma série de matérias mostrando irregularidades e desvios na aplicação de recursos oriundos de emendas dos parlamentares estaduais. É um escândalo!

Já aqui...

Europa

Na Europa os governos caem como pedras de dominó. Sucessivamente cairam os governos da Irlanda, Portugal, Eslováquia, Grécia, Itália. O da Espanha só espera o dia da eleição, que está próximo.

Políticos são substituidos por técnicos à frente dos governos. Foi o que aconteceu na Grécia e na Itália. Não por coincidencia os dois com carreiras no mundo das finanças internacionais.

Assombrados com o tamanho da crise os partidos políticos encontram um mínimo de consenso para aplicação das duras normas impostas pelas instituições financeiras internacionais aos paises hiper endividados.

Enquanto isso há especulações sobre a formação de um núcleo duro de países, Alemanha, França, Áustria e Holanda, que manteriam o euro como moeda comum, ficando os demais fora da união monetária.

A notícia foi desmentida. José Manuel Durão Barroso, português, presidente da Comissão da União Europeia, atacou a proposta duramente mostrando o quanto a Alemanha se beneficiou da integração dos paises europeus e as perdas que teria em caso de fracionamento da união.

O remédio para a crise, que é econômica, mas também política, é mais, e não menos, Europa. Não é possível uma moeda única com políticas econômicas e financeiras nacionais diferentes.

O desafio é como estabelecer uma política econômica unificada preservando o que restar de autonomia nacional. O projeto europeu enfrenta seu maior desafio. Ou se consolida em definitivo ou se desfaz de vez.