Revoltas populares se alastram pelos países do Oriente Médio e Norte da África cuja repressão tem causado mortes e destruição.
Com intensidade variável esses movimentos já atingiram Tunísia, Egito, Bahrein, Líbia, Argélia, Marrocos e Jordânia. Nos dois primeiros os ditadores foram depostos, e na Líbia os revoltosos avançam em meio a sangrentos combates que marcam a resistencia de Kadafi.
O rastilho de pólvora parece ter sido aceso por uma combinação de grande deficit democrático, ausência de liberdade de expressão e miséria. Concessões de última hora feitas pelos déspotas não bastaram para deter o ímpeto de mudança.
Governos apoiados em fortes estruturas militares e policiais ruiram como um castelo de cartas diante da posição resoluta dos rebeldes.
Em alguns desses paises, Tunísia e Egito, por exemplo, a modernização e as melhorias econômicas implementadas não foram suficientes para assegurar a paz social na falta de democracia. Da mesma forma regimes democráticos carecem de legitimidade quando não conseguem responder às carências sociais do povo.
O desequilíbrio entre as duas variáveis, democracia e bem estar, é o caldo de cultura no qual medram as revoluções. Voto sem pão não basta. Pão sem voto não é suficiente. O desafio dos governos está em saciar as duas fomes para assegurar a estabilidade política e social.
Resta avaliar o papel da internet na arregimentação da população na eclosão dessas rebeliões. Aparentemente foi muito significativo, graças à instantaneidade e rápida difusão das mensagens.
Sua larga utilização pode explicar ainda um certo espontaneismo dos movimentos que aparentemente não se identificavam com um lideranças hegemônicas.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Lisboa
Estou sob o céu de Lisboa, de cujo azul diáfano se irradia uma luz branca, que ilumina sem arder, e que encantou entre outros o cineasta Wim Wenders. São as brilhantes manhãs de inverno, como não as há senão em Lisboa, disse Almeida Garrett ao contemplar o Tejo de sua janela. Confirmo a impressão do reputado escritor.
Mesmo com baixas temperaturas, quando não chove tenho caminhado pela cidade, ido aos museus, percorrido a zona comercial, visitado monumentos, subido e descido ladeiras, algumas íngremes, esmiuçando prateleiras de livrarias e alfarrabistas, assistido a filmes e espetáculos.
Tomo o pulso à cidade, sou um flaneur, a apreciar sem compromisso a paisagem urbana feita de pessoas e prédios. Caminho bastante, para vencer maiores distâncias desloco-me em transportes públicos, autocarros, metro e comboio, que é como se chama o trem por aqui.
Integrado ao ambiente enfrento longas filas disciplinadas pela emissão de senhas individuais; prescindo dos fatos sociais, ando vestido esportivamente; encontro alguns amigos locais e já fui surpreendido no Rossio pelo grito cearense que invocava meu nome; levo o lixo aos pontos de reciclagem; compro o pão e outras mercadorias em padarias e supermercados.
Enfim, vivo como um homem comum. Aliás, comuníssimo! E digo, a experiência tem lá seus encantos.
Vou até utilizar o SNS (Serviço Nacional de Saúde), o equivalente do nosso SUS, para renovar receita de medicamentos de uso contínuo de meu consumo. Fui avisado por telefone que a consulta antes marcada para ontem, 23, fora adiada para o dia 7 devido à ausência da médica, Dra. M. Conceição. Agora irá me atender a Dra. Aldina. Esperemos.
Mesmo com baixas temperaturas, quando não chove tenho caminhado pela cidade, ido aos museus, percorrido a zona comercial, visitado monumentos, subido e descido ladeiras, algumas íngremes, esmiuçando prateleiras de livrarias e alfarrabistas, assistido a filmes e espetáculos.
Tomo o pulso à cidade, sou um flaneur, a apreciar sem compromisso a paisagem urbana feita de pessoas e prédios. Caminho bastante, para vencer maiores distâncias desloco-me em transportes públicos, autocarros, metro e comboio, que é como se chama o trem por aqui.
Integrado ao ambiente enfrento longas filas disciplinadas pela emissão de senhas individuais; prescindo dos fatos sociais, ando vestido esportivamente; encontro alguns amigos locais e já fui surpreendido no Rossio pelo grito cearense que invocava meu nome; levo o lixo aos pontos de reciclagem; compro o pão e outras mercadorias em padarias e supermercados.
Enfim, vivo como um homem comum. Aliás, comuníssimo! E digo, a experiência tem lá seus encantos.
Vou até utilizar o SNS (Serviço Nacional de Saúde), o equivalente do nosso SUS, para renovar receita de medicamentos de uso contínuo de meu consumo. Fui avisado por telefone que a consulta antes marcada para ontem, 23, fora adiada para o dia 7 devido à ausência da médica, Dra. M. Conceição. Agora irá me atender a Dra. Aldina. Esperemos.
Recomeço
Das margens do Tejo, onde me encontro em gozo de licença sabática auto-concedida, retomo o blog. Pretendo daqui comentar os acontecimentos mundiais, falar de livros, cultura, pouca política, e a minha experiência de vida como um cidadão comum, desconhecido, livre para agir e me movimentar sem preocupação com a opinião alheia.
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