quinta-feira, 17 de julho de 2008

Licitações

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Acompanhando a aquisição de bens e serviços em diferentes modalidades de compra, observamos que o Governo do Ceará utilizou o pregão eletrônico em 62% de suas negociações. A segunda maior fatia da pizza - 18% das negociações – refere-se à dispensa e inexigência de licitações.

O percentual pode até parecer pequeno, se comparado aos dados do ano passado.

Mas, se formos verificar o montante dessas negociações a história muda. Vamos aos números:




Além dos números, é preciso lembrar dispensas de licitação feitas para aquisição de livros, contratação de oficinas para reparos de carros e "concorrências" destinadas a um ganhador previamente conhecido, a exemplo do que ocorreu na compra das Hylux.


* Os dados referem-se aos seis primeiros meses deste ano de 2008 e foram obtidos no Diário Oficial do Estado do Ceará.

Holding

Há algum tempo, venho denunciando a formação de uma holding eleitoral no Ceará. Estratégia pela qual, membros de um mesmo grupo político, se distribuem por vários partidos e apoiam candidatos diferentes ao mesmo cargo, para assegurar, com a vitória de um ou outro, o Poder.

Já desmascarei a estratégia, aqui em Fortaleza, para alertar os incautos.

Aos poucos, a farsa se torna mais clara.

Lanço, agora, uma pergunta: Qual é, na holding, a candidatura matriz?

Segurança

De um modo geral, os especialistas em segurança pública advogam maior integração entre as polícias, alguns chegando a propor a unificação das polícias civil e militar.

No Ceará, é diferente. Aqui, temos três polícias: a Civil, o Ronda e a Militar.

As diferenças de salário, de qualidade dos equipamentos empregados e do fardamento, terminaram por criar um quisto dentro da Polícia Militar do Ceará (PMC), o Ronda do Quarteirão.

Os benefícios trazidos pelo Ronda do Quarteirão, não podem servir de argumento para justificar a discriminação.

A insatisfação salarial, o desestímulo funcional e a falta de apoio, estão gerando um indesejável clima de revolta no seio da tropa.

É tudo que não precisamos para cuidar de uma questão grave, como a do combate à violência.

Ressaca

O crescimento da Bolsa no Brasil, é apontado como um sinal de vitalidade de nossa economia.

Entre os anos de 2006 e 2007, 90 empresas abriram o capital, ante 16 nos dois anos anteriores, o que indica forte expansão do mercado de capitais.

Nem tudo são flores na Bolsa. A ressaca já chegou para algumas empresas.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, 70% das empresas que fizeram a oferta inicial de ações, a partir de 2006, estão com o preço abaixo do valor de estréia.

O boom de empresas, abrindo o capital em um mercado em explosão, tem um lado obscuro, que não demora aparecer.

Há empresas que abrem o capital e que, na verdade, não têm a menor condição de terem ações negociadas na bolsa. É a falta de transparência que prejudica muito o mercado. O Brasil já viveu isso no passado. E o resultado foi uma longa temporada de estagnação da bolsa, em decorrência da desconfiança dos investidores.

É verdade que o mercado amadureceu nos últimos anos. Foram adotadas novas exigências que o tornaram mais confiável. Nem assim, a lição foi totalmente aprendida.

Tome-se o caso das empresas de construção civil, para ficarmos com um exemplo. Houve um enxame delas, abrindo o capital.

O Brasil é o único País no mundo a ter 20 companhias do setor listadas em bolsa. Dezesseis delas estão valendo menos do que por ocasião do lançamento. A percepção dos investidores é que muitas delas estão a braços, com problemas de caixa. Pressionadas para mostrarem lançamentos e vendas, adquiriram terrenos caros e grandes. Agora, enfrentam dificuldades para comercialização.

Saiba mais em O Estado de S. Paulo, edição de 14/07/08.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

É...

Nem sempre leve
O secretário Mauro Benevides Filho, que não consegue se livrar da prolixidade, tentou justificar o aumento de subsídios do governador e dos ocupantes de cargos de confiança (inclusive o próprio Mauro), de quase o dobro do percentual concedido aos demais servidores, mortais comuns, mas só fez se complicar, se enrolar.

Da coluna É..., do jornalista Neno Cavalcante, Diário do Nordeste, 13/07/08.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Memoriol

Para refrescar a memória do Deputado Nelson Martins (PT-CE), informo que o Ceará foi um dos raros estados a conceder aumento aos funcionários públicos, no ano de 2003.

E olhe como andavam as finanças do Estado àquela época... O Governo Federal, por exemplo, não deu aumento aos seus funcionários naquele ano.

Achei que o aumento concedido agora, poderia ser bem maior, pois, todos os dias membros do Governo, inclusive ele, alardeiam que os cofres estaduais estão abarrotados de dinheiro.

Trata-se, então, de avareza ou sadismo?

Além do que, todos os anos reajustei o piso salarial do Estado, de acordo com o acréscimo do salário mínimo. Lembrar que a elevação anual do salário mínimo, foi antecipada de maio para abril.

No atual Governo, o reajuste do piso só acontece em julho. Significa que os funcionários que percebem o valor mínimo, tiveram garfados três meses de aumento.

Defensores

Leio na coluna do jornalista Eliomar de Lima, Primos pobres em campanha, em O Povo, edição de 12/07/08, a disposição dos defensores públicos de continuarem a luta por melhores salários. Aliás, estão cobrando uma promessa que, até agora, é apenas um calote eleitoral.

A luta é justa. Em meu Governo, comecei a corrigir a defasagem salarial, no contexto de outras medidas que adotei para valorizar a classe.

Quanto ao número de municípios que dispõem de defensores públicos, assunto também tratado no mencionado tópico, é bom lembrar as transferências, ultimamente feitas, de recém-admitidos na carreira, para Fortaleza, já foram denunciadas por integrantes do órgão.

Justiça

A Secretaria de Justiça (Sejus) anuncia a implementação do Sistema de Informação Prisional.

Referido Sistema foi contratado e iniciada a implantação durante meu Governo. Todas as informações dos detentos são armazenadas, inclusive digitais e voz, além dos dados sobre a situação jurídica.

O Ceará, à época, foi o segundo Estado do Brasil a adotar o moderno Sistema.

Foi contratado, também, um módulo para a Secretaria de Segurança, e iniciada sua implantação. Nesta última, o assunto não recebeu a prioridade que merece.

A continuidade administrativa promove o progresso e o desenvolvimento.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 09/07/08.

Lei Seca

A lei que pune os que dirigem após a ingestão de bebida alcóolica está produzindo resultados. A imprensa tem estampado estatísticas que apontam a redução do número de acidentes, nos fins de semana sobretudo.

Inspetores da Polícia Rodoviária Federal, em conversa comigo, me informaram que só nos Estados Unidos e na Colômbia a legislação é mais rigorosa que a nossa. O rigor se impunha, uma vez que os nossos índices de violência no trânsito são assustadores.

A lei acarreta uma grande mudança cultural e o abandono de hábitos arraigados na população. Haverá, portanto, um período de acomodação à nova situação, durante o qual será preciso resistir às pressões para mudança da lei, em função de razões econômicas ou lesão a direitos individuais. Acima desses, está o interesse público.

Dengue

Até ontem, em 165 municípios cearenses foram registrados, em 2008, 32510 casos de dengue.

Chama atenção o avanço dos casos de dengue hemorrágica. Já são 401 as pessoas que desenvolveram esta forma da doença.

O número de vítimas fatais, até agora, é de 17.

Saiba mais no Diário do Nordeste, edição de 12/07/08.

Vaga

Para cada vaga que surge, há sempre um Ferreira Gomes a espreita.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Eleições

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) vem de publicar o livro Primeiras eleições e acervo documental, numa excelente iniciativa daquela Corte, presidida pela Desembargadora Huguette Braquehais.

No fim de semana, tive oportunidade de examinar seu conteúdo, que guarda a memória de importante período da história política do Ceará, quando recolhi informação preciosa sobre o desempenho eleitoral de meu pai, Waldemar Alcântara.

A idéia que tinha é que nas eleições de 1947, quando concorreu a uma vaga de Deputado Estadual, havia sido o mais votado de seu partido, o PSD. Agora, compulsando os dados, verifiquei que fora, de fato, o Deputado Estadual mais votado de todos os partidos.

A seguir, os números dos deputados estaduais mais votados:

- José Waldemar de Alcântara e Silva (PSD) - 5.375
- Antonio Perilo de Sousa Teixeira (UDN) - 4.378
- Joaquim Bastos Gonçalves (PSP) - 3.632
- Raimundo Aristides Ribeiro (PRP) - 1.280

Começava, aí, meu pai, uma longa e vitoriosa carreira política, que o levaria ao cargo de Governador do Estado do Ceará, quando a encerrou.

Fittipaldi


Um amigo deu-me de presente o livro Hernani Fittipaldi. Histórias do piloto e Ajudante-de-ordens de Getúlio Vargas. Uma passagem chamou-me atenção por trazer um diálogo que travou com Getúlio, quando este estava recolhido à sua estância, em Itu.

Após aterrissar o Lockheed Hudson, dirigiu-se à casa, onde encontrou Getúlio rodeado de amigos, entre eles o Senador Salgado Filho:

-Pois é, Presidente. Vim da Base Aérea de Fortaleza, onde agora estou servindo. Como o Senhor hoje tem muitos visitantes, só vim para lhe dar um abraço. Agora bem longe, lá no Ceará, tudo é mais difícil.
-Fique para almoçar, determinou.
A conversa fluindo, o ex-Presidente pediu notícias do Ceará. Atendendo-o, comentei.
-Os jornais de Fortaleza noticiam diariamente sua provável candidatura à Presidência. Lá é um reduto udenista, como o senhor sabe.

Interrogado sobre se era candidato, o astuto político desconversava, mas já estava com a decisão de ser candidato tomada. Foi candidato e venceu.

Pagou a vitória com a vida.

Entrevista

A revista Veja, edição de 2 de julho, trouxe, em suas páginas amarelas, entrevista de Gilberto Carvalho, Chefe de Gabinete, amigo íntimo do Presidente Lula.

Em um trecho da entrevista ele afirma, a propósito dos momentos de tensão vividos pelo Presidente: Outra noite trágica foi a do dólar na cueca (um petista foi preso com dinheiro dentro da cueca). Ao saber da história, o Presidente botou as mãos na cabeça e falou: "Meu Deus onde é que nós vamos parar". Era uma sucessão inacreditável de picaretagens.

Eis aí o que pensam Lula e seu assessor mais chegado sobre o deprimente episódio.