quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ressaca

O crescimento da Bolsa no Brasil, é apontado como um sinal de vitalidade de nossa economia.

Entre os anos de 2006 e 2007, 90 empresas abriram o capital, ante 16 nos dois anos anteriores, o que indica forte expansão do mercado de capitais.

Nem tudo são flores na Bolsa. A ressaca já chegou para algumas empresas.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, 70% das empresas que fizeram a oferta inicial de ações, a partir de 2006, estão com o preço abaixo do valor de estréia.

O boom de empresas, abrindo o capital em um mercado em explosão, tem um lado obscuro, que não demora aparecer.

Há empresas que abrem o capital e que, na verdade, não têm a menor condição de terem ações negociadas na bolsa. É a falta de transparência que prejudica muito o mercado. O Brasil já viveu isso no passado. E o resultado foi uma longa temporada de estagnação da bolsa, em decorrência da desconfiança dos investidores.

É verdade que o mercado amadureceu nos últimos anos. Foram adotadas novas exigências que o tornaram mais confiável. Nem assim, a lição foi totalmente aprendida.

Tome-se o caso das empresas de construção civil, para ficarmos com um exemplo. Houve um enxame delas, abrindo o capital.

O Brasil é o único País no mundo a ter 20 companhias do setor listadas em bolsa. Dezesseis delas estão valendo menos do que por ocasião do lançamento. A percepção dos investidores é que muitas delas estão a braços, com problemas de caixa. Pressionadas para mostrarem lançamentos e vendas, adquiriram terrenos caros e grandes. Agora, enfrentam dificuldades para comercialização.

Saiba mais em O Estado de S. Paulo, edição de 14/07/08.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Não é senão uma farsa o jogo da Bolsa de Valores. Esta alardeia que a queda do "risco” das empresas, até de países, é necessária medida que perseguir por cada um, pelos governos sempre. São os próprios participantes que decidem estas falsas expectativas. Crescimento econômico, desenvolvimento real nada têm que ver com isto. Bolsas mal geram empregos. É apenas um meio de o mercado financeiro produzir lucros para si mesmo. Só uns poucos, grandes participantes movimentam o mercado, ganham na alta e na baixa; tentam influenciar investidores comuns, os quais, atraídos, entram e perdem quase sempre ou ganham um pouquinho. O mesmo que ganhariam com o trabalho honesto e sadio ou a simples poupança. E ninguém protesta contra esta farsa. Não por acaso vemos, não raro, muitos de seus grandes “jogadores” pilhados pelas polícias, acusados dos maiores crimes financeiros.