Sabemos que a língua é um instrumento vivo de comunicação feita pelo povo que a altera, descartando palavras, incluindo outras, alterando significados, em uma permanente mutação.
Convive-se assim com uma forma popular de expressão usada pelas camadas sem instrução, ou pouco instruidas, sem que deixem de prevalecer as normas cultas que constituem as regras vernaculares a serem respeitadas.
Causa espécie assim que o Ministério da Educação patrocine a distribuição de um livro que faz a defesa da linguagem popular aceitando incorreções. Estão no livro expressões como
: Posso falar os livro?; Nós pega o peixe; Os menino pega o peixe.
São trechos da obra
"Viver, aprender" justificados por uma das autoras como uma reação ao preconceito linguístico e uma forma de ensino que
considere diferentes gêneros textuais, diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça.
Provocado, o Ministério da Educação, através de sua assessoria, informou que o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade. Disse ainda a porta-voz que o MEC não é o ministério da verdade.
Ouvido, o Presidente da Academia Brasileira de Letras Marco Vilaça declarou que para a língua ele é sim o ministério da verdade.
Enquanto o governo brasileiro se esforça para padronizar a língua portuguesa através de um acordo ortográfico a ser subscrito por todos os paises lusófonos o MEC não apenas tolera, o que é compreensível, mas promove o emprego incorreto da língua como parte de uma política educacional.
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O Globo, edição de 14/05/11