domingo, 29 de março de 2009

Árbitros

Árbitros de futebol nunca foram figuras muito populares. Pelo menos para as torcidas insatisfeitas com a derrota dos seus clubes.

Eduardo Galeano, escritor uruguaio, definiu-os à perfeição. Disse sobre eles: O seu trabalho consiste em fazer-se odiar. Única unanimidade do futebol: todos o odeiam. Sempre assobiado, nunca aplaudido.

Creio que antes de se dirigirem aos estádios, a primeira coisa que fazem é deixar suas mãezinhas em casa, a salvo dos insultos a eles dirigidos e que por tabela atingem-nas.

O fantasma da corrupção ronda os juízes peitados, para garantirem resultados que respondam à ansiedade dos torcedores, e assegurem retorno a fortuna que gira no mundo do futebol, nem sempre lícita.

Em Portugal, por exemplo, há alguns anos se arrasta na justiça um escândalo conhecido como apito dourado, cuja trama inclui dirigentes corruptos, juízes comprados e cenas de alcova.

A marcação de uma penalidade máxima a favor do Benfica, contra o Sporting, na final da Taça da Liga Portuguesa, desencadeou protestos enérgicos, dentro e fora do campo. O assunto ganhou as páginas dos jornais. O árbitro veio a público reconhecer seu erro. E o resultado do jogo? Este não mudou.

Aqui, o técnico do Ferroviário, Arnaldo Lira, em entrevista ao Diário do Nordeste, não poupou críticas à arbitragem. Queixou-se de tantos pênaltis a favor do Ceará (3 em 4 jogos), de juízes gordos e tementes ao poder das grandes torcidas.

Resumiu o que pensa ao fazer o desabafo de que o campeonato deste ano é para ser esquecido: não tem campo, não tem árbitro, não tem bola, não tem nada. Daqui a pouco também não tem torcedor, acrescento eu.

O juíz será sempre o homem mau do jogo. Nunca agradará a todos. É o argumento para amortecer a frustração da torcida diante dos maus resultados do time. Como todo ser humano, erra.

Os modernos recursos tecnológicos expõem os equívocos dos árbitros nas telas dos televisores, com a repetição dos lances e a reprodução das jogadas em câmara lenta. Isto os torna mais vulneráveis à crítica e mais responsáveis perante o público.

Resta saber se a falha é involuntária ou se há algo por trás dos erros. Nunca deverão ser julgados por um só jogo. Terá que se examinar o conjunto da obra, para se fazer uma opinião segura sobre a conduta moral de qualquer deles.

Nunca se saberá se a mão goleadora de Maradona foi guiada por um juíz venal ou orientada por intervenção divina, como chegou a ser dito em meio ao turbilhão de emoções despertadas em partidas de grande responsabilidade.

O germe da corrupção compromete a seriedade das disputas e põe em dúvida a justiça dos resultados.

Saiba mais em O Público e Diário do Nordeste, edições de 24/03/09.

2 comentários:

Pailo César disse...

O pior de tudo é o gramado do Castelão cheio de buraco, e o inverno nem começou pra valer, ainda vem ABRIL CHEIAS MIL, que tal jogar lá pólo aquático.

Anônimo disse...

juízes ou árbitros?