quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estrelas III

...continuação.

Por trás da imagem estereotipada de uma diva do cinema havia uma mulher sensível e inteligente que emergeria na sólida amizade que dedicou a Montgomery Clift, por quem se apaixonara durante a filmagem de Um Lugar ao Sol (1950).

Clift foi um homossexual semiassumido, personalidade torturada, imposto por ela como seu parceiro em Reflexos num Olho Dourado (1967) que entretanto morre e é substituido por Marlon Brando.

Cria a Fundação Clift e colabora com Associação Americana para Doenças de Coração e a Sociedade Britânica da Crianças Deficientes Mentais.

Quando Rock Hudson, seu amigo desde os tempos de Gigante, perto de morrer de Aids assume sua homossexualidade, ele um dos galãs do cinema americano, Elizabeth Taylor enceta uma campanha contra a hipocrisia de Hollywood, em defesa dos homossexuais, centrada no ator medíocre que foi Ronald Reagan figura de proa do macartismo no meio cinematográfico.

Uma carreira tão longa e vitoriosa não escaparia de insucessos, tais Boom e Cerimônia Secreta (1968) e protagonismos em filmes sem grande representatividade (X,Y e Z e Por que Morre o Nosso Amor).

Encenou o gigantesco fracasso de George Cukor, O Pássaro Azul (1976), e nem o fabuloso elenco( Rock Hudson, Tony Curtis, Kim Novak) de O Espelho Quebrado (1980) bastou para livra-la do papel de canto do cisne.

Depois disso aparições em séries da televisão marcaram seu declínio e o fim da carreira cinematográfica.

Uma vida sentimental tumultuada, doenças graves, internações em clínicas de recuperação de alcoolismo, excesso de peso, operações plásticas, hostilidade da imprensa, não abateram seu ânimo que acondicionado num corpo frágil venceu todas adversidades.

Ela foi, como está em uma matéria que veio no Público : uma beleza deslumbrante resultante de uma química inexplicável operada pela luz e pelo olho da cãmara.

Mito vivo e imperecível, segundo o mesmo jornal, instituido no mínimo pelos close-ups de Um Lugar ao Sol; o seu solilóquio final em Bruscamente no Verão Passado; a imponente entrada em Roma, de Cleópatra; a fúria sanguinária de Quem tem Medo de Virgínia Woolf.

Saiba mais no jornal Público, edição de 24/03/11

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