quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Setúbal

Faleceu Olavo Setúbal, filho do escritor e historiador Paulo Setúbal, autor de Confiteor, um livro que me impressionou quando o li, na juventude.

Morreu em São Paulo, aos 85 anos, de insuficiência cardíaca. Era Presidente do Conselho de Administração do Banco Itaú, cuja gestão havia transferido para o filho, Roberto, há alguns anos.

Engenheiro, espírito cartesiano, cultor da disciplina e dedicação ao trabalho, construiu um grande banco, praticando fusões e aquisições, profissionalizando a administração, internacionalizando operações e elegendo clientelas preferenciais.

Integram o conglomerado Itaú, a Itautec, a Duratex e a Deca, indústrias de computadores, aglomerados de madeira e ferragens para louças sanitárias, respectivamente.

Fundou o Instituto Itaú Cultural, destinado à preservação e promoção da literatura e artes plásticas brasileiras. Sua sede, plantada na Avenida Paulista, é, por si só, uma obra de arte, um marco da moderna arquitetura brasileira. A meu pedido, chegou a ser implantado um núcleo do Instituto, aqui em Fortaleza, sob os auspícios do Amarílio Macedo.

Na área social, outra instituição ligada ao Banco, apoia projetos de educação e inclusão digital.

Na vida pública, foi Prefeito de São Paulo (1975-1979), e Ministro das Relações Exteriores, no Governo Sarney.

Afastou-se do Ministério para disputar o governo de São Paulo. A rasteira que levou, do partido político ao qual era filiado à época, impediu sua candidatura e curou-o da política.

Conheci-o quando, escolhido pelo Governador Virgílo Távora para ser Prefeito de Fortaleza, antes de assumir, empreendi viagem, em companhia do arquiteto Airton Ibiapina, a algumas cidades brasileiras, para colher experiências de administrações municipais bem sucedidas.

O Dr. Olavo, como o chamava, estava em seus últimos dias como Prefeito. Depois que me fez uma breve exposição sobre sua experiência e feitos, indaguei-lhe sobre o que achava ter mais agradado à população como um todo. Sem tergiversar, ele me disse, pavimentação de ruas e iluminação pública.

A partir daí, principalmente por intermédio de meu amigo Cláudio Lembo, tornamo-nos amigos.

Costumava visitá-lo com alguma freqüência, ocasião em que trocávamos idéias sobre economia, política e cultura.

Era uma pessoa simples, de convicções liberais firmes, otimista quanto ao futuro do Brasil. Um empreendedor bem ao estilo dos bandeirantes, antigos e modernos.

2 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Outra que devia estar também no obituário dos jornais é a administração de Luizianne e grupelho da reeleição. Todos ouviram como a classifica Ciro Gomes. SEM OPOR resposta objetiva à crítica despudorada (Assim não dá, Ciro.), NÃO SAI DO SECTARISMO Acrísio Sena, auxiliar da Prefeita. Detestável a grosseria do deputado. A realidade, porém, é pior. Muitos já censuraram esta administração de Luizianne e grupelho da reeleição com cabimento e mais felicidade. Prefeitura com “pés de barro”, disse ERIVALDO CARVALHO, de O Povo. Referia-se às arquibancadas que caem, às festas vulgares, ao senta-levanta de prefeitos substitutos. E ADÍSIA SÁ: “Por “bela” querem dizer “dela”. Não fique Fortaleza e Estado nas mãos de uma família, grupelho só.

Anônimo disse...

Quem, quem no Estado do Ceará, tem esse vasto leque de especialíssimas amizades?
Meu Deus, é inacreditável como a vida pública cearense foi descartar Lúcio Alcântara.
É brincadeira de mau gosto, que tem nos deixado capengas.
Que tenhamos o tempo necessário para tais correções.