segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Poesia

Litoral III

O mar beija a foz dos rios,
Salga a memória da terra,
Arrastada dos aluviões na
Torrente das águas.
Ali, onde terminam todos
Os rios de sonhos, o abraço
Das águas afoga a tragédia da vida.
No fundo do mar, apaziguadas,
Dormem todas as angústias
Ao som do cantochão das ondas.

2 comentários:

David disse...

O mar e esse encontro litoral é sempre dramático. É nossa saga de povo vertido no mar, assim como nossa pátria original, Portugal.

Célio Ferreira Facó disse...

Tão terrível a força do destino. Inevitável, inexorável. Por isso a majestosa, clarividente mitologia grega o representa capaz de obrigar ao próprio Zeus. Vão todas as manhãs transmudar-se em noite e ocaso. Todos os sonhos desfazerem-se no fragor dos dias. E, entretanto, deve cada um viver como se fora imorredouro e tentar compor o justo modelo do que seria para sempre bom.