quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Religião e Ciência

Por mais de uma vez, tenho abordado aqui a dicotomia entre ciência e religião, no esforço de desbastar o radicalismo, que exacerba a discussão, para buscar pontos de convergência, que não descartem a conciliação entre os dois campos do pensamento.

Ultimamente, tenho me interessado muito por esse debate, acompanhando argumentos antagônicos, às vezes incandescentes, de evolucionistas e fundamentalistas religiosos.

Ao ler o livro Viagens na Minha Livraria, de A. F. Barata, Barcellos-Portugal, 1894, deparei-me com a reprodução de um trecho do livro Questões de Philosophia Natural - O Darwinismo ou a Origem das Espécies, de Albino Geraldes, 1879, que por achar curioso, reproduzo a seguir:

A religião, meos senhores, é comparavel a uma estatua que embora magestosa e moldurada em ouro, como o bezerro dos antigos israelitas - como tal, está, é immovel; a sciencia anda. A estatua não vê nem ouve; a sciencia procura ver e ouvir, e por isso inventou o microscópio pra observar os infinitamente pequenos, e descobrio o telescópio para dirigir aos astros immensos e luminosos.

Como o Asahaverus da lenda, a sciencia caminha sempre, tendo por norte a civilisação e o progresso da humanidade. Se a religião, por um de seus milagres, fizer tambem andar a estatua, podem ir ambas a par...

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

"Não existe milagre", escreveu o sábio e Santo Agostinho, no século V. Se não existe milagre, não é possível ressuscitar, nem andar sobre as águas, nem receber as tábuas da mão de Deus sobre um monte, nem ouvir de um anjo revelações sobre o porvir.

E, então, quantas conseqüências advirão daí. Já as há pelo fato de não ser a Terra o centro do universo, mas pequeno astro a mover-se segundo uma elipse ao redor de pequena estrela em algum lugar da Galáxia. A Igreja, entretanto, preferiu compor um milagreiro, mais que um reformador sobre a imagem de Jesus Cristo. Bem sabido agora por que o fez.