segunda-feira, 10 de março de 2008

Devolução

Aumentou o número de brasileiros mandados de volta da Espanha, já do Aeroporto de Madri. Alegam, para tal, o descumprimento de exigências feitas pelo chamado acordo de Schengen, que regula a entrada de estrangeiros nos países da União Européia signatários do tratado, entre eles a Espanha.

Entre outros requisitos exigidos estão passagem de volta, comprovação que porta dinheiro ou cartão de crédito internacional, seguro saúde, garantia de hospedagem, passaporte que só vença pelo menos três meses após a viagem. Isso, em se tratando de viagem de negócios ou turismo, por prazo inferior à 90 dias.

Ao que parece, a aplicação de maior rigor para entrada de estrangeiros na Espanha está ligada à realização das eleições nacionais. O Governo socialista do primeiro-ministro Zapatero é acusado, pela oposição, de ser excessivamente tolerante com a imigração ilegal, o que estaria se refletindo no aumento da violência e dos gastos com saúde e previdência. O rigor seria uma resposta do Governo à crítica dos opositores.

Nossa indignação encontra apoio nos constrangimentos e maus-tratos que nossos compatriotas sofrem dos policiais espanhóis. Essas são dores de um País que só há poucos anos passou a conviver com a emigração.

Todavia, é necessário que se informe melhor os viajantes sobre as exigências feitas para entrada em países da União Européia. A reciprocidade de tratamento é a resposta política para o fato. Mas, quanto nos convém em se tratando de um forte parceiro econômico como a Espanha?

Há, também, uma pergunta que não quer calar: por que tanta gente quer deixar o Brasil?

Um comentário:

Anônimo disse...

Governador,

A "fuga" de brasileiros em massa para o exterior é uma questão que merece um estudo mais aprofundado. Mas é típica de país sub-desenvolvido e também da globalização.

Se o nosso país atravessa um bom momento de estabilidade político-econômica o mais sensato seria a permanência do cidadão em sua Pátria.

Migração sempre haverá pois é uma característica do ser humano. Mas nas proporções atuais é estranho.

Creio que tem muito a haver com a falta de uma profissionalização bem adquirida do cidadão. Há uma ilusão que nos países do primeiro mundo ganha-se dinheiro com facilidade. Mesmo submetendo-se aos trabalhos que os nativos rejeitam, como gari, serviços de faxina, entre outros.

Viver ilegalmente no país é um suplício para o ser humamo. Entretanto, não deixa de ser um estágio que serve para toda a vida.

O que se sabe através da imprensa é que há muita prostituição e malandragem no meio disso tudo, proporcionando ao brasileiro uma fama de baixíssimo conceito.

Se a educação é uma grande fonte de desenvolvimento, é um direito do povo e é uma obrigação do país fazer com que aconteça, nossos governantes têm obrigação de priorizá-la, mas com qualidade.

José de Freitas