quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Poesia

Renda

O mar de esmeraldas
Borda com fios de espuma
Rendas efêmeras na praia,
Que o vento desfaz
Zunindo no ventre
Dos búzios vestidos
De algas.

Lúcio Alcântara

2 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Oh! O efêmero da vida. A tal ponto que não ficam as coisas como são por muito tempo. Tudo muda. O mar avança, reflui. Muda a praia branca, à sua frente, varrida dos ventos. Andam as dunas. Os passantes chegam, vão-se. Inapreensíveis todos. Homens e coisas e dias. Há apenas o sonho de ser, que sempre se desfaz nas manhãs. E no tempo, contudo, há uma permanência, equivalência, igualdade das coisas e situações. “Imortalidade cósmica” chamava a isto Jorge Luís Borges.

Anônimo disse...

Linda poesia,Dr. Lúcio!Eu não sabia que sua veia poética estava tão aguçada.Parabéns!