segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Bartleby, o arquiteto

(Bartleby, em ilustração de Götting, 2004.)

É o título do trabalho do arquiteto Iñaki Abalos para pregar em favor da idéia de sustentabilidade em arquitetura, que implica na produção de edifícios que atendam satisfatoriamente a requisitos ambientais, sociais e econômicos.

O autor chama atenção para os modismos em arquitetura, que muitas vezes distorcem a idéia original que impulsionou o surgimento de novos conceitos. À onda dos prédios inteligentes, segue-se o culto à sustentabilidade, agregada ao significado estético das obras.

O autor reage à submissão da arquitetura ao aparato, e recomenda perguntar o que verdadeiramente interessa neste conceito que não signifique apenas manipulação de palavras mágicas pela indústria da construção. Assim, a idéia de sustentabilidade pode se manifestar na recusa em projetar, ou executar uma obra, julgada desnecessária, ou postergável.

À semelhança do personagem do conto de Herman Melville, "Bartleby, o escriturário", que a cada ordem recebida no escritório repetia o bordão "preferiria não fazê-lo", o arquiteto coerente com a pureza do conceito de sustentabilidade é o que recusa fazer uma determinada obra. Isto é, o melhor a fazer é não fazer.

Leia mais: Bartleby, el arquiteto. Publicado no suplemento "Babelia" de "El Pais", edição de l0 de março de 2007.

2 comentários:

Unknown disse...

Dr. Lucio,

Parabens pelo blog! Todos os dias estou acessando e passarei a comentar mais vezes.

Abraco.

Anônimo disse...

No caso de boa parte da arquitetura de Fortaleza, nós cidadãos é que preferíamos que não tivesse sido feita...