sábado, 4 de abril de 2009

Belgas II

5- Hercule Poirot
Detetive belga, personagem criada pela inglesa Agatha Christie. Um homem baixo, sempre a arrumar as coisas, a juntá-las aos pares. E tinha de ser inteligente, tinha de ter muita massa cinzenta no cérebro, disse sobre ele a escritora que o inventou.

Maníaco pela arrumação, tem tanto orgulho do bigode quanto de sua nacionalidade. Não cansa de corrigir quem o tome por francês.

6- Justine Henin
Tenista. No court, ao jogar, todos esqueciam sua baixa estatura para ver apenas uma grande jogadora. Venceu sete torneios do grande slam e acumulou E$ 14,00 milhões de prêmios de jogos.

7- Amélie Nothomb
Filha do embaixador, escritor e barão belga Patrick Nothomb, nasceu no Japão, em Kobe. Aos 25 anos publicou o primeiro romance, Higiene do Assassino. E desde então coleciona sucessos comerciais ao ritmo de um livro por ano.

Aos numerosos fãs junta-se um grupo considerável de detratores que condenam o humor negro e a perversidade psicológica que marcam sua obra, bem como criticam sua extravagância.

8- Hergé
Nascido Georges Remi, ficaria famoso, no mundo da banda desenhada, com o pseudônimo feito das duas iniciais de seu nome. Revelou-se no jornal católico Le XXème Siècle, no qual viria a dirigir um suplemento para jovens. Nascia o Le Petit Vingtième, e o personagem TINTIM. A primeira prancha é de 10/01/29, Tintim no País dos Sovietes.

Este ano comemoram-se 80 anos do nascimento do pequeno repórter belga, que já vendeu 180 milhões de álbuns, traduzidos em 54 línguas. Para os fãs que visitem Bruxelas, é recomendável uma visita ao Centro Belga de Banda Desenhada.

9- Vitor Horta
Belga, apesar do nome. Foi a Paris, onde se tornou designer de interiores. Fez contacto com o trabalho de impressionistas e pontilhistas, ao tempo em que teve a oportunidade de criar a partir do vidro e do ferro.

De regresso a Bruxelas, os dois materiais fizeram parte de suas obras. Assistente de seu professor, o arquiteto do rei, Alphonse Balat, foi pioneiro na introdução da arte nova (art nouveau), em uma exposição em 1892.

Grande parte de suas obras foram destruídas, mas restam alguns exemplares em Bruxelas. Os Armazens Waucquez, onde hoje se encontra o Centro Belga de Banda Desenhada, e mais quatro edifícios privados, são remanescentes de sua produção, todos tombados pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Os exemplos citados são uma pequena mostra de que a Bélgica existe e já deu muita gente de valor ao mundo.

Não esqueça que pulsa em Bruxelas, capital de um país instável politicamente, o coração da União Européia, de onde a euroburocracia emite regras para padronizar costumes de povos marcados pela diversidade, que resiste ancestralmente à centralização.

Saiba mais na revista portuguesa Notícias Sábado, edição de 24/01/09.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Persistem em mim as impressões maravilhosas do primeiro texto lido de Agatha Christie: O Assassinato do Expresso Oriente.

Um trem segue implacável, no interior do qual um mistério que desvendar inquieta Hercule Poirot.

Este, corpo breve, mente aguda, dotado de olhos que parecem tudo ver, pode reconstruir com palavras a realidade não vista.

No fim do volume, quando reúne os presente e anuncia a identidade do assassino, espanta a certeza cristalina, baseada em sólidos raciocínios, com que o faz.

Dir-se-ía um pequeno deus a revelar o passado aos cegos.

Da própria Agatha Christie já se sabe de seu enorme talento. E, contudo, quando ainda no colégio, chegou a ser humilhada por professores que a chamavam de burra.