segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ramos


O evangelho narrado por Marcos, lido na missa de ontem, Domingo de Ramos, descreve a condenação e o martírio de Cristo.

Entregue a Pilatos, pelos sumos sacerdotes, anciãos, os mestres da lei e todo o sinédrio, este, convencido da sua inocência e para não desagradar o poder religioso, valendo-se de um costume que permitia libertar um prisioneiro indicado pelo povo, resolve consultar a massa reunida para decidir o destino de Cristo.

Consultada duas vezes, a multidão mandou crucificar Cristo e soltar o assassino Barrabás. Pilatos lavou as mãos, não sei se terá lavado a consciência.

Toda unanimidade não é apenas burra, como disse Nelson Rodrigues. Pode ser também cruel, má. Cristo foi vítima de um julgamento unânime de uma assembléia instigada pelos sumos sacerdotes envenenados pela inveja.

Nos dias de hoje, Cristo morre de novo nos que são injustamente linchados na periferia das grandes cidades, pela turba exaltada por uma sanha justiceira.

Saiba mais lendo Marcos 15, 1-39.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Jesus Cristo, a ter existido realmente, teria sido um grande reformador social, formidável líder político, dotado de enorme amor pela humanidade.

Não é preciso dizer que nem precisava do acúmulo destas qualidades para se tornar vítima, mártir do stablishment, que acabou por matá-lo.

Persistem, porém, muitas dúvidas, quanto à sua existência histórica.

Por que não fala dele o historiador Flávio Josefo, que viveu quase na mesma época?