quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Bôbô

As últimas eleições presidenciais francesas apontam, segundo analistas, para um novo desenho da esquerda. As grandes cidades passaram a votar nos candidatos de esquerda, e a maioria dos jovens sufragou Ségoléne Royal.

O jornalista americano David Brooks cunhou a expressão bourgeois bohème (bôbô), para caracterizar eleitores de esquerda bem remunerados, intelectualizados, adeptos de culturas alternativas e morando nos velhos quarteirões reabilitados das grandes cidades. Eles seriam pessoas menos conservadoras e mais abertas às mudanças sociais. Qualquer semelhança com nossas antiga esquerda festiva não será mera coincidência...

12 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Difícil compreender que a França da Liberdade, Igualdade e Fraternidade tenha optado por Sarkozy, antes que por Ségolene. O diabólico poder universal da direita, hoje, com seus banqueiros, sua mídia financiada e controlada, e as multidões levadas pelo queixo e imbecilizadas pela televisão, pela internet, pela civilização do espetáculo, como em um imenso "Big brother", não deixam maior esperança. Sarkozy não gosta de africanos, árabes, latino-americanos; segue a histérica e racista política de Bush contra os países árabes e os muçulmanos, não quer que entrem os que não falem francês. Sua vitória na França é a de Bush e sua política de guerra em meio mundo. Banqueiros e grandes grupos americano-franceses, o empresariado e a mídia jogaram tudo nele. Candidato, a primeira coisa que fez foi ir à Casa Branca, colocar a candidatura nas mãos de Bush. Elegendo-o na última eleição, a França trocou a sua história, memória e sólidas lideranças, como a de De Gaulle, pela de Bush. A França já não é o que foi, não se sabe como será o futuro. Ségolène Royal temia-o: "Eleger Sarkozy é uma decisão perigosa. É minha responsabilidade alertar sobre o risco.”

Anônimo disse...

É esta esquerda festiva que contamina nossos jovens com preceitos socialistas romantizados, que os levam a acreditar que a truculenta Cuba é uma ilha da fantasia.

São artistas formadores de opinião que emprestam seu talento para engrossar as fileiras de uma esquerda burra e totalitária por vocação.

São intelectuais que, no tilintar do gelo de seus scotch 12 anos, fecham os olhos e não enxergam o desabamento do comunismo no Leste europeu, a queda do muro de Berlim ou a rendição da China de Mao ao capitalismo.

São cabeças pensantes que ignoram os 70 milhões de mortos na China comunista de Mao Tse-tung, ou nos milhares de cadáveres produzidos na Rússia de Stalin, ou no paredon de Fidel. Teimam em cultivar um ódio à democracia e à liberdade, tudo em nome de um marxismo ultrapassado que, na essência, não deve ser bem conhecido por eles.

São seres que desconhecem que as primeiras vítimas de regimes totalitários e castradores da liberdade, como os fascistas da esquerda, são eles próprios: intelectuais, artistas e cabeças pensantes.

Cris

Anônimo disse...

Para os que defenestram Sarkozy, vejam o texto postado no site ETC do Zuenir Ventura:

"Há 100 dias no cargo, completados na semana passada, o presidente francês dá mostras de querer muito mais do que simplesmente conquistar a Europa. Ele demonstra tal energia e capacidade de apresentar novas idéias – e de transformar rapidamente muitas delas em fatos concretos – que até os franceses mais bem informados estão tendo dificuldade em acompanhar. Super-Sarkô, Hiperpresidente e Nicolas Bonaparte (em referência ao agitado e centralizador Napoleão Bonaparte) são alguns dos apelidos que a imprensa francesa cunhou para o ativo Sarkozy.

Mesmo de férias – sim, ele já tirou férias porque tout le monde sai de Paris em agosto –, o presidente não parou de trabalhar nem se afastou dos holofotes. Nas duas semanas em que descansou com o filho Louis nos Estados Unidos (ele voltou na quinta-feira passada para Paris), Sarkozy encontrou tempo para fazer vinte declarações à imprensa, retornar rapidamente à França para comparecer ao enterro de um cardeal e voltar para o almoço com o presidente americano George W. Bush e sua família. As relações entre os dois países sempre foram complexas e um tanto relutantes. Sarkozy já conseguiu aquecê-las a um nível sem precedentes. Os franceses estão extasiados (61% de popularidade) com o presidente que se vislumbra ser l'homme providentiel – aquele que vem a propósito, no momento certo para resolver uma situação."

Como se pode ver, Sarkozy, que a esquerda demoniza por ser de direita, é um político que trabalha.Diferente de alguns que a gente conhece por este meu Brasil varonil...

Pra finalizar, colo uma pergunta bem pertinente do Reinaldo Azevedo:

"Stálin era de esquerda, sabia-se de esquerda e se dizia de esquerda. Churchill era de direita, sabia-se de direita e se dizia de direita. Sob os cuidados de qual dessas duas personagens históricas você preferiria ficar, leitor amigo?"

Thaisa

Anônimo disse...

Antiga mesmo...porque hoje em dia não existe mais esquerda no Brasil.
Quem imaginaria o PCdoB defendendo o Renan, aquele santo fazendeiro de sucesso.

Anônimo disse...

É Augusto, o "senador" Inácio Arruda fez a defesa do Renan Calheiros, quem diria...
Ah Thaisa, eu ficava decididamente com o Churchill!

Anônimo disse...

a frança é a terra da prometidas e inúteis revoluções impossíveis...

qual foi o maior pensador da frança? voltaire? si si... montaigne? si si si... nietzsche? hahahah henri corbin? hahah

antes reclamei da framça por acreditar ignorantemente que era um mal a frança ter abrigado o aiatolá, mas depois de entender essa conexão persa que é a frança, wow, sem dizer ianques go home, vive le france, não pelas mesmas razões da acidental racionalidade ocidetal de FHC...

na política trabalhei na criação de uma campanha em sp lado a lado com marc bosquet, consultor do chirac, levado pelo nosso hiram pessoa de mello... o hiram e o marc são muito amigos, circulam ali pelo centro político em miami e atuam em campanhas hispânicas e tb no continente africano,

bem interessante o jeito francês de agendar os temas da eleição, a forma como isolam os problemas, e bem criativos na solução,

cruzei depois com ele na campanha em portugal, na época lancei a tese de formatar essa agenda para além da sociologia eleitoral, a partir da interpretação dos sentimentos na curva das demandas inconscientes, acho que naquela hora, ali na tua lisboa, pois a minha veio de tomar para cá, criamos a antropologia eleitoral... nada que os velhos coronéis não saibam o que é...

hahaha

tivessemos cruzado aí na eleição passada, longe dos bajuladores e das malas carregadas de egos fragéis, ou até mesmo no governo, longe dos galegos e dos leitões e outros ões vc ia achar tudo isso muito interessante...

Anônimo disse...

lúcio,

mas nesse assunto de monitorar tendências, esqueça a frança, o paradigma (nem gosto muito dessa busca por um padrão, coisa de nazista, pois o centro é nervoso, é algo não cristalizado, não racionalista) o ponto lançador de tendencia é a inglaterra,

política hoje, com obediência total a regra interativa que se impõe como modelo inclusive de gestão, só nos estados unidos... nem habbermans do nosso manfredo oliveira entendeu que é possível tornar a política também uma política economica...

basta ver como governador um considerado tolo pelos tolinhos está conseguindo implantar a república de Platão na platônica california...

o político terá por principio, políticas que conquistem stakeholders..

será que o que escrevemos nesse comentário-blog será copiado por algum triste pirateador? no prob, pode copiar, mas toda cópia tem prazo de validade, dai tem uma hora em que o sol chega para escaldar e ao icaro derretido resta fornecer matéria prima para as velas...

Anônimo disse...

Nos idos de 1964, a esquerda era considerada a única saída para a felicidade.
Agora, que já assistimos ao longo do tempo o que ela fez nas nações em que se instalou (e eu acrescento aqui a Coréia do Norte, pelo abismal atraso e miséria do povo com relação à Coréia do Sul), não temos mais o direito de embarcar em seu sectarismo e dogmas totalitários.
Alguns acima lembraram bem: vejam no que dá um comunista ascender ao poder: se juntam aos porcos e comem farelo com eles. Tou falando das ardentes defesas que os comunistas Inacio Arruda, Chico Lopes têm feito de Renan Calheiros.
Eles são o retrato fiel da esquerda.

Anônimo disse...

Alguém assistiu ontem o imperador das mudanças batendo boca no Senado e, de maneira acintosa, fazendo trejeitos alegrinhos e chamando o Sen. Almeida Lima de "menina" e "boneca"?
Que vergonha!!! A compostura mandou lembranças...

Cris

Anônimo disse...

e as "meninas" e as "bonecas" do ceará, que não são poucas, convenhamos, não vão repreender com veemência, esse feio e preconceituoso gesto de seu máximo representante no senado da república brasileira, hein, cris?

Anônimo disse...

O furioso "oligarca das mudanças" chamou o outro senador de "palhaço" e "mentiroso" também, é só mais uma prova do descontrole irracional quando contariado...

Anônimo disse...

Parece que a turma reagiu. Vejam o texto que colei do blog do Eliomar:

"A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) cobrou explicações do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, por ter chamado de “boneca” o senador Almeida Lima (PMDB-SE). Para a associação, o senador foi “infeliz ao utilizar-se de um termo denotando a homossexualidade como forma de menosprezar outro parlamentar”. Tasso e Almeida Lima protagonizaram o momento mais tenso da reunião de anteontem (quinta, 30) do Conselho de Ética, quando foi decidido que a votação do pedido de cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros, será feito por voto aberto.

No ofício, o presidente da ABGLT, Toni Reis, requer o apoio do presidente do PSDB ao projeto de lei que criminaliza e penaliza atos homofóbicos, e sugere que ele passe a integrar a Frente Parlamentar pela Cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais."

Cris