segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A sala dos livros mortos

Com este título, Inácio de Loyola Brandão publicou crônica no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 04/07/08, descrevendo a dependência de uma biblioteca, na qual são recolhidos livros que há mais de cinco anos não tenham sido requisitados por leitores.

Os livros retirados de circulação não podem ser doados, são um patrimônio público. Isto exigiria um interminável processo que a burocracia impõe, explica a bibliotecária heroína da crônica.

Antes de serem recolhidos à sala da morte, arranca-se uma ou duas páginas dos livros para cumprir a lei, que manda inutilizá-los.

Entre os autores recolhidos ao cemitério literário, havia muita gente famosa. A Menina Morta, de Cornélio Pena, A Montanha Mágica, de Thomas Mann, obras de José de Alencar, Mário Donato, Lúcio Cardoso, Maria Alice Barroso, Ibiapaba Martins e tantos outros.

Substituindo as páginas em falta por textos reproduzidos de exemplares íntegros, a bibliotecária zelosa salva livros, que destina a bibliotecas comunitárias.

Ela caminha na direção contrária dos que ateiam fogo aos livros, na fogueira das ideologias e dos preconceitos, como tem ocorrido ao longo da história.

A biblioteca do Iraque foi a vítima mais recente dessa cegueira cultural.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que notícia interessante essa! tem algo de Umberto Eco, né não?
Parabéns pela qualidade do blog, Lúcio.

José Sales disse...

Estou precisando destes livros mortos para aumentar uma Biblioteca(com M maísculo mesmo) no Conjunto Palmeiras. Preciso das referencias, Dr. Lúcio. Cordialmente