A banana é a fruta mais consumida no mundo.
Como alimento, só perde no consumo para o trigo, o arroz e o milho. É cultivada em 130 países. Originária do sudeste asiático, seu berço provável foi a Nova Guiné. São, ao todo, 35 espécies espalhadas pelo mundo.
Seu nome é fácil de pronunciar em qualquer língua, e ela é de uma versatilidade insuperável. Come-se in natura, assada, processada, cozida, amassada, doce ou salgada. Só ou acompanhada.
Versatilidade igual, só a das metáforas que sugere.
Dar uma banana é insultar alguém; o banana é um frouxo; entrar numa bananosa é estar em dificuldade. E da profusão de alguma coisa diz-se a preço de banana.
Pela sua forma tornou-se um símbolo fálico, que se presta a demonstrações e usos heterodoxos.
Está na letra de canções, nos trajes e cenários de musicais. Basta lembrar, como exemplo, a octogenária melodia, que falava da Chiquita Bacana, lá da Martinica, que se veste com uma casca de banana nanica...
É inspiração para a moda, o design, as artes plásticas, o cinema e a decoração. A banana é fashion.
Delícia exclusivamente tropical, quando conhecida, encantou europeus e americanos. Para terem uma idéia, um americano consome, em média, 150 bananas por ano.
Produto tão popular, envolve uma economia nada desprezível...
E aí, chegou à política. Ou melhor, à sua versão armada, guerras e revoluções.
Dois livros recentes, saídos nos Estados Unidos, Banana - The Fate of the Fruit that Changed the World, de Dan Koeppel e Bananas - How the United Fruit Company Shapped the World, de Peter Chapman, contam o que se passou em torno dela, sobretudo nos países da América Central, que ficaram conhecidas pelo apodo genérico de banana republics.
Os golpes, a corrupção e a violência desencadeadas pelas empresas interessadas em dominar a produção e o comércio da fruta inspiraram, também, muitos escritores. Os colombianos Gabriel Garcia Marquez e Alvaro Cepeda Samudio e o guatemalteco Miguel Angel Asturias são bons exemplos disso.
Agora, chegou a vez de sabermos que a prosaica banana é tão vilã quanto o petróleo, no fomento às guerras, misérias e tragédias mundo afora.
Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 26/04/08.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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7 comentários:
Fantástico, este seu post.
Com toda admiração que lhe tenho, posso concluir que a sua versatilidade textual é pau a pau com a da banana!
Texto delicioso, cheiroso, tudo "como" a banana...
Por falar em banana,uma para os políticos ultimamente eleitos no Ceará!
Dr. Lúcio,
Dizem que É COM BANANA E BOLO QUE SE ENGANA OS TOLOS. Será que esse é o lema desse desgoverno que está aí?
Nada surpreendente que bananas tenham já definido guerras, acordos, destinos. Chá precipitou a independência das Treze Colônias que foram depois formar a federação dos Estados Unidos. Canela, cravo, gengibre e especiarias, trazidas do Oriente pelos árabes, que as revendiam com exclusividade aos italianos, colaboraram por enriquecer a Itália. Financiaram em parte o Renascimento. Fizeram que portugueses e espanhóis buscassem avidamente um caminho marítimo para as Índias, para fugir do monopólio árabe. Amor, desejo geraram infindáveis movimentos, reformas. Ver, p. ex., a reforma da igreja Anglicana, na Inglaterra, para pacificar o de Henrique VIII. Não raro o amor constrói palácios. V. o Taj Mahal. Ou os Jardins Suspensos da Babilônia.
Neste mundo, nada se dá por acaso. Tudo segue uma ordem necessária, conseqüente, encadeada, crescente. É o que Voltaire estudou, no seu Dicionário Filosófico, no verbete Causas Finais. Acaso não há; é simples palavra cunhada para designar o desconhecimento dos motivos reais, concretos, absolutos – como os há para tudo. Até o caos, como elemento da astronomia e da matemática, pode submeter-se à lógica imperiosa, inafastável, da relação de causas e efeitos. É o que se estuda no capítulo dos fractais. Quais as terríveis conseqüências de deixar Fortaleza e Estado nas mãos de uma família, grupelho só?
Meu sempre glorioso e eterno Governador dr. Lúcio:
Desde a sua saída daqui, e com a chegada no Novo Mandatário, estamos cá nós, neste Palácio Iracema, dia após dia, mergulhadas entre a esquisofrenia da Odete Roitmann e o esterismo da viúva Porcina. Sempre temos um rude espetáculo que nos consome a alma.
Este tempo tem sido fortunoso para meu aprendizado de vida.
Em minhas rezas, que não são poucas, sempre estão minhas lembranças voltadas para o senhor, para o dr. Afonso Celso e para a dona Auxiliadora.
Preclaro amigo Facó, vc estará presente ao evento patrocinado pelo nosso nobre anfitrião?
Banana é bom para tudo. É fonte de potássio. Já foram escritas até teses acadêmicas a respeito da dita cuja. A mais famosa tem como título: "A IMPORTÂNCIA DA FOLHA DA BANANEIRA PARA A FABRICAÇÃO DE PÉ-DE-MOLEQUE." O "acadêmico" era lá para as bandas do Itapagé.Dizem que a banca tascou 10 por unanimidade.
E viva a banana!
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