terça-feira, 6 de maio de 2008

Imprensa e Estado I

No Brasil, a imprensa é filha do Estado. Nasceu com os prelos ingleses que chegaram aqui com a mudança de D. João VI, que se transferia para o Brasil acossado por Napoleão. Por decreto de 13 de maio de 1808, foi criada a Impressão Régia, editora encarregada de publicar obras de literatura, ciência e outras de interesse da administração.

Iniciativas anteriores de implantação de tipografias na colônia foram reprimidas pela coroa. Dos prelos régios, saiu também o primeiro periódico impresso no Brasil: a Gazeta do Rio de Janeiro. O jornal, sob a tutela da Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, publicava atos referentes aos assuntos da pasta, avisos, anúncios, notas fúnebres, aniversários, notícias de interesse da família real. Tratava-se de uma espécie de Diário Oficial, aberto às publicações estranhas aos assuntos administrativos.

Muitos anos depois viriam outros jornais oficiais, pertencentes aos governos de diferentes níveis. Quem lembra da Noite, no Rio de Janeiro, sediado em imponente edíficio na Praça Mauá, órgão do Governo Federal?

Não seria diferente com o surgimento do rádio. Basta falar na Rádio Nacional, que durante anos liderou audiência Brasil afora. Os estados, na medida do possível, seguiram os passos da União, instalando jornais e rádios sob seu controle. Até pouco tempo, o Governo da Paraíba ainda dispunha de um jornal de circulação diária, chamado União.

Com o advento da televisão não foi diferente. Copiando o modelo europeu, onde os países costumam ter emissoras estatais, o Governo Federal e muitos governos estaduais implantaram estações de televisão, algumas com propósitos educativos, inspiradas na proposta do ensino à distância, como forma de impulsionar a instrução pública.

O avanço do Estado no campo da comunicação, deu-se amparado em diferentes motivações. Invocava-se a necessidade de suprir lacunas da iniciativa privada e preservar a unidade nacional, levando notícias a regiões remotas; oferecer programação cultural de qualidade, não atendida pela mídia privada, demasiadamente comprometida com as exigências do mercado; expandir oferta de ensino utilizando o potencial da comunicação para a educação pelo rádio e a televisão. Um outro objetivo, pouco mencionado, ou dissimulado, era o de promover a propaganda e a defesa do Governo face uma imprensa livre, às vezes francamente hostil.

A onda liberal que assolou o mundo nos últimos anos, pregava a redução do tamanho do Estado e a necessidade deste se desfazer de ativos onerosos ou estranhos às suas funções clássicas. Foi o período das privatizações, da venda de bens públicos, da adequação do Estado ao novo modelo preconizado por economistas e instituições financeiras multilaterais internacionais.

A decisão do Governo Federal de criar a TV Brasil vai na contramão dessa tendência. Fundada com o objetivo de atender aos interesses nacionais, relegados pela imprensa privada, depara-se com o desafio de ser pública. E não governamental.

5 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Consórcio inegável, no Brasil, entre a imprensa e gestões político-administrativas por todo o país. Governos reservam dos orçamentos um naco formidável para fazer propagandas com mais zelo do que dedicam, pr.ex., à saúde. CONTRA A PROPAGANDINHA do PT e a má administração de Luizianne escreve hoje ADÍSIA SÁ em O Povo. A propagandinha, como se sabe, esconde a realidade; faz a festa (mais uma – direcionada) da Prefeitura com os órgãos de imprensa, notadamente rádio e televisão. Esta Prefeitura, aliás, não se quer senão promotora de festas, de cujo orçamento nem sempre dá contas claras. Sobre os transportes públicos, p. ex., a tal propagandinha alardeia passagem barata. Não é; é CARA para os insuficientes ônibus que há, longa espera, aperto e sujeira habitual dos carros velhos. Nas ruas sujas, inseguras, os pontos de parada – também sujos, descuidados – tratam de desfazer o slogan do grupelho da reeleição. Conclui Adísia Sá, com magistral felicidade, que por “bela” não querem dizer senão DELA, i.e. desta administração municipal confusa, candidata agora à continuação da própria OMISSÃO. Nada fez, nada faria noutra ocasião. Fortalezenses não deviam senão recusar este engodo com veemência e exigir, por todas as vias legais, a tomada de todas as contas do Executivo Municipal. Deveria exigir também que a Câmara Municipal não declinasse de cumprir os seus deveres constitucionais.

Anônimo disse...

ATENÇÃO AMIGOS, MAIS OUTRA VEZ CID GOMES É DESTAQUE NACIONAL. NO SITE DO JORNALISTA CLÁUDIO HUMBERTO ( www.claudiohumberto) DO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE TEM UMA NOTA SOBRE O COMPORTAMENTO TURÍSTICO DE CID GOMES. VEJAM SÓ:

"PASSEIO VIP.

No Ceará, a oposição (dois dos 46 deputados estaduais) investiga outra viagem do governador Cid Vip Gomes de jatinho, em dezembro, para os Estados Unidos, com o filho e os sobrinhos, filhos do mano Ciro Gomes." OBRIGADO CID GOMES, MAIS UMA VEZ!!!!

Anônimo disse...

ei, gente, no jornal O GLOBO de hoje, tem outra nota sobre as peripércias de cid gomes. obrigado cid gomes por jogar o nome do ceará na LAMA...

Célio Ferreira Facó disse...

CAPAS faz O Povo cada vez menos parecidas com capa de jornal; parece preferir o ambiente das histórias em quadrinhos. Mesmo se descabido, inapropriado. Veja-se a de hoje, sobre a greve dos operadores de ônibus. Caos urbano que a fotografia exagerada de O Povo não consegue traduzir: pôs ali tanto amarelo vibrante, tantas luzes acesas, um azulão tão pacífico, que só a lupa resistente do leitor consegue achar ao fundo, com boa vontade, os carros parados e o congestionamento. Fotografia e manchete dissidentes entre si. De lamentar, com efeito, o CAOS dos transportes públicos em Fortaleza. Ônibus insuficientes, serviço precário. Motoristas e cobradores, maltratados, nunca ouvidos, não vêem senão a greve como recurso que tentar. A população padece, vítima da ambição desmedida de patrões e da omissão do Poder Público – prefeitura municipal, sobretudo – que não logra intervir, agir a tempo de evitar o pior. Deixados sozinhos, sem claras metas sociais, trabalhistas que cumprir, nunca os empresários da iniciativa privada hão de preocupar-se com o bem estar de seus funcionários. Eis onde não podia omitir-se o Poder Público, a Prefeitura e agir como árbitro, mediador. Agora mesmo uma PROPAGANDINHA do PT e de Luizianne alardeia este sistema de transporte público de Fortaleza como grande realização sua. Por aí se vê o logro.

Anônimo disse...

Por que será que o governador Cid Gomes é tão capacho dos familiares da esposa dele,heim?Primeiro foi a sogra que há mais de 3 semanas está causando estrago na imagem do governador,inclusive ontem no Casseta e Planeta eles e rolaram na gozação em cima da viagem do governador com a sogra.O referido episódio tem sido motivo de muita chacota e muitas reportagens na mídia nacional e claro deixado o povo cearence indignado com o governador do estado que usa o nosso dinheiro prá passear às nossas custas.Agora é o sogro que foi indicado,pelo governador,coordenador da EXPOCRATO,que está gerando desconfianças e muita polemica.Essa exagerada atenção do governador Vip,ops,Cid Gomes em atender aos pedidos dos familiares de sua esposa parece muito estranho prá alguém que se intitula tão "ético e honesto"...Será que o governador refem de alguma coisa?...Será que aí tem alguma secreta?...rs rs rs rs rs