sábado, 22 de dezembro de 2007

Emenda e soneto

O Diário do Nordeste, edição de hoje, traz matéria na qual informa sobre visita de surpresa que o Governador fez à Assembléia Legislativa, ocasião em que dialogou com deputados.

Dirigindo-se a um deles, deputado Augustinho Moreira, informou que a razão da transferência da TV Ceará, da alçada da Secretaria da Cultura para a Secretaria da Casa Civil, era a divergência insanável entre os dirigentes dos dois órgãos. Este é um caso típico de aplicação do brocardo popular: a emenda saiu pior que o soneto.

A decisão denota desarmonia na equipe e falta de autoridade. Revela ainda improvisação e ausência de planejamento. Na impossibilidade de restabelecer a convivência e a hierarquia, um dos dois titulares teria que ser exonerado. Foi o que teria ocorrido no caso da demissão do coronel Bessa do Comando da Polícia Militar.

No caso presente, em nome do litígio, segundo o Governador, sacrifica-se a missão institucional de um importante orgão de comunicação. Onde estava, a TV Ceará poderia cumprir relevante papel cultural de interesse público. Para onde vai, tem tudo para ser um braço político do governo. Pode até vir a ser a primeira televisão digital do Ceará, mas jamais será verdadeiramente pública.

Se quiser realmente atenuar essa expectativa negativa, o Governador bem que poderia, à semelhança do que ocorre na TV Brasil, instituir um conselho plural e uma corregedoria que seriam instâncias guardiãs da independência indispensável à uma televisão democrática e cidadã. A exigência cresce diante da nova vinculação hierárquica.

7 comentários:

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,

Uma das coisas que caracterizam os homens de bem é a preocupação com suas atitudes e ações, com o sério compromisso de que suas palavras são devedoras.

Perante à sociedade, isso imprime um teor de credibilidade ou de descrédito, a depender de quão a sério se leve a importância que este fato representa. Principalmente ao homem público, que é recebedor da confiança do cidadão para gerir seus rumos.

O que o infeliz argumento do Sr. Cid Gomes nos revela é o total despreparo que ele tem para assumir função de tamanha relevância quanto a de governador de Estado. Envergonha-nos assistir a explicações tão levianas sobre matéria tão relevante, como se tudo não passasse de um simples ato para separar briga "insanável" de comadres (insanas?).

Sei não, desconfio que sua sugestão de criarem-se um Conselho e uma Corregedoria seria apenas um arremate na emenda do soneto, ou seja: o descrédito é tamanho, que nem sei se a criação destas duas instâncias não serviria pra aboletar mais apaniguados, que teriam a função dúbia de dar um verniz legal pra platéia e, nos bastidores, a de esbulhar a lei.

Mas torço para que em 2010 V.Sa. recupere seu mandato e tenha a oportunidade de consertar este vergonhoso caos que se instalou na administração estadual cearense...

FELIZ NATAL e um 2008 pleno de sucesso e realizações. Que Deus continue a iluminar seu caminho!!!

Cris

Anônimo disse...

Dr. Lúcio um governo que não reconhece o direito de greve dos funcionários públicos é um governo despótico. E agora, gostaria de saber como ficam os DEFENSORES PÚBLICOS DO CEARÁ, que na sua gestão, pintaram e bordaram contra o senhor, e mesmo assim o senho reconheceu o direito de protesto. E agora , dr. lúcio, será que os defensores públicos vão querer acampar em frente ao palácio de iracema? E como fica a ex-presidente da ADPEC e agora DEFENSORA PUBLICA GERAL DO CEARA, DRA. FRANCILENE, que antes criticava o seu governo? Pois, como ela própria disse apoiou a candidatura do cid gomes. EAGORA? ACHO QUE OS DEFENSORES PUBLICOS DO CEARÁ TROCARAM O CERTO PELO DUVIDOSO. Não tiveram uma das virtudes de um homem sábio que é a PACIÊNCIA....VÃO AMARGAR POR MAIS 03 ANOS......

Anônimo disse...

Esse governo aí que está , veio mostrar a que veio. São concentradores de poder. Como é que um governo não admite e nem reconhece o direito de greve?Aonde está o lado democrático desse homem? O senhor CID FERREIRA GOMES deu um balão em muitos servidores. Nós, Defensores Públicos do Ceará, estamos sofrendo pele ( ainda bem que nao votei nele, pois sei quem são os ferreiras gomes). Nossos salários estão defasados em 304%. E então governador, o que o senhor tem a falar sobre isso???

Anônimo disse...

Falta autoridade, competência e senso crítico neste desgoverno.

Anônimo disse...

lucio,

achei importante a ida do governador à assembléia -

pena que não houve uma sabatina -- acho até mesmo que essa sabatina deveria ser institucionalizada,

contudo, a exagerada informalidade do cid diminuiu o impacto da ocasião e, ao deprimir a solenidade, deprimiu a imagem dos 2poderes,

e o que tinha tudo para ser histórico, acabou historinha, bate-papo no salão do cafezinho no colégio de compadres,

não havia nas perguntas e nas respostas o desejado sentido de Estado

e, assim sem objetivo, ninguém tratou pra valer de qualquer coisa relevante,

o grande exemplo dessa falta de seriedade aconteceu na falação sobre segurança -- questão resumida pelo próprio governador a quimérica ronda do quarteirão, programa sem programação, que chumba o governo...

a bajulação incomodou até mesmo o governador

a cereja desse bolo açucarado acabou acontecendo no dia seguinte, no arrastao de natal no centro de fortaleza

quem disse que ia tudo bem, quem apenas elogiou, teve ao final deste sábado o seu discurso desmascarado...

pena que já é recesso...

www.blogueisso.com/norton

Anônimo disse...

Governador,

Se não há oposição para que explicação? Para quem o homem iria explicar? Aos seus párias?

Neste caso o Governador corre livre, leve e solto. Fará tudo o que lhe der na sua telha de vidro.

A imprensa independente teria a obrigação de debater, chamar a atenção do cidadão.

Cadê ela?

José de Freitas

Anônimo disse...

Acho que a Assembléia mostrou-se subserviente ao Governador. Quer dizer que basta chegar lá, assumir a tribuna e discursar aos Deputados?
A separação dos Poderes pensada por Montesquieu, inscrita no art.2° da nossa Constituição Federal, visa divisão das funções de Estado, devendo ser mantida a independência de cada um.
O Governador faltou com respeito ao Parlamento, e o pior é que os Deputados nem notaram.