sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Dia da Árvore


Se você ja derrubou alguma árvore, não volte a fazê-lo. Se nunca plantou uma árvore, comece a fazer isso hoje. A natureza, mãe da vida, espera por você.
Para homenagear a árvore no seu dia, escolhi o poema de um poeta estranho, que viveu pouco e só escreveu um livro, Eu e outras poesias. Falo de Augusto dos Anjos, o paraibano que cantou o sofrimento, a memória e a natureza, com pessimismo melodioso estruturado na sonoridade de termos científicos que o leitor não compreende. Mas se encanta.

A árvore da vida

- As árvores meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso corta-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs alma nos cedros...no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma!...

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
" Não mate a árvore, pai, para que eu viva"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

Pau D'Arco, 1905

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