quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Livro


Acabei de ler Calúnia - Elisa Lynch e a Guerra do Paraguai, de Michael Lillis e Ronan Fanning, ambos irlandeses, editado pela Terceiro Nome.

Trata da vida dessa bela e elegante irlandesa, concunbina de Solano Lopez, que a conheceu em Paris, os inimigos dizem-na egressa de um bordel, e que desfrutou de grande influência na política e na sociedade paraguaia.

Além de dar-lhe sete filhos foi de uma lealdade exemplar acompanhando-o até o fim, quando no cenário desolado de Cerro Corá viu serem mortos o marido e o filho para os quais cavou as sepulturas com as próprias mãos.

Mulher instruida, de hábitos cosmopolitas, despertou na acanhada Assunção resistências e antipatias que decorriam de seus costumes e da influência que gozava junto à Lopez.

Muito já se escreveu sobre ela, de vida aventurosa e cheia de percalços, alvo de muitas publicações durante e após a guerra, que lhe atribuiram má reputação e uma existência alimentada pela ambição e a ganância.

Parte dessa imagem foi construida pela propaganda brasileira e argentina contra o inimigo.

Tida como cortesã, teria distribuido favores amorosos a personalidades que de alguma forma a ajudassem na consecução de seus objetivos.

Difícil é distinguir quanto nessa fama há de verdade e intriga tecida nos bastidores do poder junto à uma sociedade hostil ao seu comportamento independente, liberto da mediocridade local.

De qualquer forma trata-se de uma personalidade fascinante, protagonista importante de um dos episódios mais ferozes da história, que resultou na destruição de um país e no aniquilamento de um povo.

Considero que o livro traz uma visão equilibrada sobre Elisa, hoje, como Solano Lopez, entronizada no panteão das glórias nacionais da república guarani.

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