terça-feira, 22 de setembro de 2009

Perda


Aos 87 anos, faleceu em Brasília, no último domingo, 20 de setembro, Paulo Cabral de Araújo.

Filho de Guaiuba, no Ceará, projetou-se cedo no rádio, conduzindo programas populares de grande repercussão na Ceará Rádio Clube, a PRE-9.

Do microfone da emissora saltou para a Prefeitura de Fortaleza, a que concorreu inscrito na UDN. Foi pioneiro em abrir caminho para a política através do rádio. Creio que data de sua administração a nova usina que supriu Fortaleza de energia elétrica.

Depois foi deputado estadual, penso que por um único mandato.

Seguiu carreira no jornalismo ascendendo a elevadas posições nos Diários Associados, que dirigiu por largo tempo em Minas Gerais e depois Brasília. Com a morte de Assis Chateaubriand, presidiu o condomínio que administra a organização associada, da qual se afastou há poucos anos.

Exerceu a presidência da Associação Nacional de Jornais (ANJ), no período 1994-2000, tendo sido ainda secretário-geral do ministério da Justiça, no governo de Ernesto Geisel (1974-1979).

Meu pai e ele foram amigos, apesar de militarem em partidos distintos, e eu fui colega de seu filho Paulinho, sendo que juntos recebemos o diploma de doutores do ABC.

Muitos anos depois meu pai adquiriu a casa onde morara, aqui em Fortaleza, à avenida Sargento Hermínio, em Monte Castelo, onde vim a residir depois de casado. Guardo a lembrança da casa com a ampla varanda e um gramado verde onde sobressaia uma enorme castanholeira.

Colada ao muro estava a igreja do Senhor do Bonfim, que me permitia, assim quisesse, assistir à missa sem precisar sair de casa. O templo mais tarde transferiu-se para um prédio moderno e a bucólica igrejinha remanescente foi destruída, após criminosa conversão em oficina de carros.

Um comentário:

Fernando Flexa disse...

Lúcio: doutor do ABC e mais doutor ainda da maturidade.
Volta, Lúcio, o Ceará carece de sua experiência pública.