terça-feira, 23 de junho de 2009

Siderúrgica

Semana passada foi assinado o memorando de entendimentos para implantação de uma usina siderúrgica, na área do Complexo Industrial do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará. É empreendimento de grande importância para a economia do Estado.

Assinaram o documento o governador do Ceará, o prefeito do São Gonçalo do Amarante e representantes das empresas Dongkuk e Vale do Rio Doce.

À mesa principal faltavam vários atores, que muito contribuíram para que se chegasse àquele momento, e que sequer foram mencionados.

Essa é uma luta que vem de muito longe. O que se viu foi mais um capítulo dessa longa história.


Quando fui governador do Ceará, junto com o presidente Lula, assinamos em Seul, com a coreana Dongkuk, a italiana Danieli e a brasileira Vale do Rio Doce, protocolo para instalação da usina siderúrgica.


Em dezembro de 2005, era lançada festivamente a obra no Pecém, vindo esta a ser paralisada em seguida, pela recusa da Petrobras em fornecer o gás pelo preço antecipadamente e formalmente acertado, incorrendo em flagrante quebra de compromisso.

Isso, após receber do Governo do Estado adiantamento, sob a forma de vantagens fiscais, vinculadas à oferta do combustível, segundo o preço avençado.

Aliás, após o calote, a Petrobras negou sistemática e cinicamente, pela voz de seu presidente, a existência da dívida, até que ameaçada de execução, teria se comprometido com o Governo do Ceará a pagar parte do montante, sob a forma de compensação ambiental.

Não se conhece o teor do acordo, que ignoro se foi submetido previamente ao exame da Assembleia Legislativa, bem assim tenha havido quitação do débito; e, em caso afirmativo, como teria se dado tal liquidação.

Desconfio que esse dinheiro, patrimônio do povo cearense, nunca tenha retornado aos cofres públicos.

5 comentários:

Augusto disse...

O José Sérgio Gabrielli é um arrogante e incompetente.
E pior são os políticos que não reconhecem o trabalho dos outros para o sucesso desse empreendimento.
Segunda-feira passada, quando assistia à TV Senado, o senador Inácio Arruda citou o nome de Lúcio Alcântara como um dos colaboradores do empreendimento do Pecém. Pelo menos ele, aparentemente, não tem memória seletiva.

Sávio Bezerra disse...

Na foto do seu lado está: Tasso, Ciro, Patrícia, etc...

Sávio Bezerra disse...

u em o estado de s.paulo
Atos secretos envolveram 37 senadores




Prática também aparece associada a 24 ex-parlamentares desde 1995, evidenciando que era bem conhecida

De Leandro Colon e Rosa Costa:

A edição de atos secretos beneficiou ou obteve a chancela de pelo menos 37 senadores e 24 ex-parlamentares desde 1995. Não há distinção partidária - PT, DEM, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PRB, PTB e PR têm representantes na lista. São senadores que aparecem como beneficiários de nomeações em seus gabinetes ou que assinaram atos secretos da Mesa Diretora criando cargos e privilégios. A existência de tantos nomes indica que a prática dos boletins reservados era bem conhecida.

Sávio Bezerra disse...

21/06/2009 - 08:25 - Agência Estado

O Conselho de Ética do Senado, responsável por investigar a quebra de decoro parlamentar, fez parte do esquema de atos secretos da Casa. Usando um boletim sigiloso, o senador Magno Malta (PR-ES) plantou um assessor no conselho durante a análise do processo de cassação de seu mandato - Malta foi absolvido.

Angela Lima disse...

Minha falecida avó costumava dizer "O bocado comido é o bocado esquecido" e assim funciona a memória de alguns aqui no Ceará.