segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Crise

A produção e o faturamento do setor industrial cairam em outubro. O consumidor ficou mais cauteloso, planos de investimento foram suspensos, lançamentos imobiliários foram adiados e demissões começam a ocorrer.

Os primeiros dados de novembro confirmam a tendência de enfraquecimento da economia, apesar dos esforços feitos para estimular o mercado e reanimar o crédito.

A crise já alcançou o Brasil. O que ainda se ignora, e por isso se teme, é sua extensão e duração.

O Presidente Lula, ao mesmo tempo que adota providências para abrandar os seus efeitos, tem palavras de otimismo, que visam tranqüilizar as pessoas e evitar o pânico.

Aqui entre nós, talvez com o mesmo objetivo de acalmar os ânimos, o Governador do Estado disse que a crise poderá ser benéfica ao Ceará. Exagerou na dose. As duas possíveis consequências positivas citadas, não são consistentes.

O ganho nos empréstimos em dólar, em fase de contratação, face a desvalarização do real, o que possibilitaria mais investimentos, é anulado pelo acréscimo no desembolso para quitar prestações vincendas da dívida fundada, contraída em moeda estrangeira.

O provável incremento do turismo, gerado por estrangeiros atraidos pelos preços mais convenientes, e pelos brasileiros que troquem viagens internacionais, encarecidas, por destinos internos, pode ser anulado por aqueles que, por prudência, ou empobrecidos, simplesmente deixem de viajar.

Ainda que as hipóteses sugeridas se confirmassem, que não me parece seja o caso, os resultados estariam muito longe de compensar o efeito cruel da crise, que angustia as pessoas só com o receio que ele ocorra: a perda do emprego.

Saiba mais nos jornais O Povo, edições de 05 e 06/12/08 , e O Estado de S. Paulo, edição de 05/12/08.

2 comentários:

Sávio Bezerra disse...

Só espero que essa crise passe o mais rápido possível, pois quem "paga o pato" no final é o trabalhador.

Anônimo disse...

"A crise será benéfica para o Ceará".

Nem o Governo do Estado do Ceará nem o Estado do Ceará ganharão com a crise.

O Governador do Ceará perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado!