domingo, 2 de novembro de 2008

Nudez

O ator Pedro Cardoso desatou uma polêmica ao se opor contra o que considera um abuso da nudez no cinema e na televisão. Fê-lo em discurso, antes da exibição do filme de Domingos de Oliveira, Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, durante o Festival do Rio. Sugiro para o manifesto, o título de Toda Nudez Será Filmada.

O conhecido ator, que não tem nada de moralista, denuncia as implicações morais e trabalhistas da exigência de nudez para atender ao voyeurismo e disfunção sexual de diretores e roteiristas que nos impingem essas cenas macabras. Forte, não? Para ele, a nudez na arte, que foi uma conquista contra a repressão sexual, tornou-se apenas um modo de atrair público.

Haveria, assim, uma nudez natural, artística, aceitável, dentro de um determinado contexto narrativo. E outra forçada, pornográfica, destinada a chamar público ou atender instintos dos que detém uma posição de força em relação aos artistas.

A banalização da nudez não tem inspiração estética. Reproduz cenas de prostíbulos, que já abastecem os interessados, via canais especializados da TV a cabo. É o nu prostituto, erotismo de balcão.

Ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo, vários diretores e atores se pronunciaram com entendimentos divergentes sobre a questão.

A atriz Cláudia Abreu, que apareceu nua e fez uma cena de sexo com Rodrigo Santoro, no filme Os Desafinados, apóia a posição de Pedro Cardoso, dizendo ter passado por uma situação dessas recentemente.

Já Lucélia Santos, afirma que o ator que tem vergonha de ficar nu é por um problema pessoal. Se como atriz perco a espontaneidade nua, não funciona.

Saiba mais na Folha de São Paulo, edições de 10 e 13/10/08.

2 comentários:

Kilmer Castro disse...

Ainda que não seja voz das mais abalizadas para tal protesto, viva Pedro Cardoso. Pena que a Escrava Isaura pense que um ator é mero receptáculo de uma outra personalidade, completamente desvinculada dos seus próprios valores e trejeitos. Ora, Marilyn era maravilhosa por ser Marilyn assim como Odorico Paraguaçu jamais será igualado à intrepretação de Paulo Gracindo por conta da ligação personagem-ator. O abuso de cenas de nudez apenas vulgariza algo que há de mais agradável na natureza humana. Quando vejo uma Mulher Melancia julgando-se celebridade, penso que estamos mesmo no fim do mundo.

Kilmer Castro disse...

Sugiro um link de uma pesquisa a respeito do assunto: http://deseretnews.com/article/1,5143,705260085,00.html?linkTrack=Email%2DGME