quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Poesia

Em perseguir-me, Mundo, que interessas?
Em que te ofendo, quando só intento
por belezas em meu entendimento,
não meu entendimento nas belezas?

De Sor Juana Inés de la Cruz, escritora, religiosa mexicana. Protagonizou uma célebre polêmica, a propósito de um sermão do Padre Vieira, sobre a condição da mulher. Seus argumentos, refutando o jesuíta português, foram expostos em carta, sob a promessa de sigilo, ao Bispo de Puebla, que terminou por divulgá-la. Os versos acima traduzem seu temor em despertar, por sua obra e estudos seculares, a fúria da inquisição.

5 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

50000 acessos. Para conhecer leitores e debater novas tecnologias da comunicação, quis o autor deste Caderno organizar uma reunião, que ocorreu, segundo leio, com sucesso. Foi feliz iniciativa. Convidou a todos, sabedor de que a modernidade requer o conhecimento amplamente divulgado. Lamentei que as obrigações do serviço público, que integro, me impedissem de comparecer naquela data. Haverá mais oportunidades. Nestes tempos em que jornalistas, fechados num corporativismo cego, requerem para si a prerrogativa de somente exercer o ofício quem detiver um diploma adrede, são alguns destes Cadernos eletrônicos a demonstração cabal de que é possível exercer o melhor jornalismo sem o certificado de conclusão de curso. Com fidelidade aos fatos, o exercício da crítica e a consciência da necessidade de fiscalizar o Poder. Não raro melhor que alguns periódicos diários. Saúde, vida longa aos que assim honram o próprio trabalho.

Anônimo disse...

Sequer "bruxos contemporâneos" têm a fleuma de sê-los. Vagabundos, vagabundos e desonestos, esses são os termos adequados para os que ora usam as glórias dos enganos do tempo.
Observemos todos os comportamentos. Pois, o caráter, bom ou mau, este, permanece.

Célio Ferreira Facó disse...

Em Antônio Vieira, como se sabe, assume a perfeição artística o manejo do idioma português. O Padre foi prócer do catolicismo e da ordem dos jesuítas no Brasil. De lembrar o caso de Sóror Juana Inez de La Cruz, no México. Com efeito, a religiosa, dona de muitos talentos e notável força espiritual, caiu em grave descrédito e se tornou vítima de perseguição de seus superiores e outros políticos depois que se publicou sua discórdia de um sermão de Antônio Vieira. Para o fim da vida, retiraram-lhe até os livros de ler. Octávio Paz fez dela maravilhosa biografia.

Na ponta da língua disse...

Se não me falha a memória, o grande poeta e crítico Octavio Paz escreveu uma biografia de Inés de la Cruz.
Paz tem também um texto muito bom sobre o falar em línguas, tão em voga nos meios pentecostais.(Barros Alves).

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,

Lembra o senhor daquela musiquinha antiga que falava assim: "MULHER QUE CHORA, HOMEM QUE JURAAAA, NÃO ACREDITEM NÃO. É MENTIRA PURA.....?

Não sei porque lembrei dessa música ao assistir a uma propaganda eleitoral pra prefeitura de Fortaleza......