Tem se sucedido incidentes envolvendo integrantes da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) e da outra polícia, a Ronda. Eles decorrem de situações circunstanciais, que desencadeiam o conflito. Todavia, há, é inegável, um substrato comum que os alimenta.
Refiro-me ao fato de se ter criado com a Ronda, uma terceira polícia, quando, de fato, não deveria passar de uma ação, por eficaz que seja, desenvolvida no âmbito da Polícia Militar, e, como tal, sujeitos seus integrantes às normas e subordinações hierárquicas vigentes na corporação.
Comando paralelo, fardamento distinto, salários diferenciados e veículos luxuosos acabaram por criar um quisto dentro da Polícia Militar. Ilustro o que digo, com dois exemplos. O salário de um policial da Ronda, com menos de um ano de serviço, é igual ao de um tenente da Polícia Militar. O concurso aberto para recrutar novos policiais é anunciado para ingresso na Ronda, como se esta fosse uma instituição à parte.
Fascinado pelo marketing, o Governo quer vender um projeto como se tivesse criado uma nova organização policial.
Não importa que isto implique na desagregação da Polícia, comprometa a hierarquia e gere ressentimentos e antagonismos no interior do organismo militar.
Valoriza-se a aparência em detrimento da substância das coisas.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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15 comentários:
Concordo com a sua opiniao, Dr. Lucio. Seria bem melhor, organizar a PM do que criar uma "nova policia". A situacao de um PM nao eh das melhores, em questao de salario, estrutura, ferramentas, etc. Mas, temos que salientar que a corrupcao eh algo enraizado na estrutura da PM. Nao podemos eh claro, generalizar, dizendo que todo PM eh ladrao, aceita propina, etc. Mas nao podemos nos fazer de cego, as relacoes entre alguns PMs e o crime. Entao, talvez a criacao de uma "nova policia" comecada do "zero" pode de um certo modo, ser benefico, pois nao fariam parte de alguns esquemas de parta da PM... Talvez para a nossa sorte, o Ronda nao se corrompa, nao traia o seu principio.
(Desculpa a falta de acentos e cecedilha nos meus posts, pois uso um notebook com teclado americano, e isso me deixa chateado (risos))
Também concordo com sua opinião, Dr. Lúcio.
Li nos jornais que serão entregues novos equipamentos à Secretaria de Segurança Pública hoje à noite.
E o local escolhido foi o calçadão da Beira Mar, em frente ao Náutico, no horário de pico, para fazer festa, para enganar a população.
Como o sr. disse, fascinado pelo marketing.
Enquanto isso, exatamente no mesmo dia, O POVO traz uma reportagem do sr. Roberto Monteiro afirmando que a Polícia Civil está falida, sem condições de investigar os milhares de inquéritos que estão parados nas delegacias.
Mas carros luxuosos andando por aí não faltam...
Também não é assim.
Depois de implementar o ronda em todo o Ceará, a polícia militar toda usará os veículos nos mesmo padrão do ronda, Algumas delegacias especiais já tem uma viatura no padrão ronda.
Os fardamentos, eu já ví policiais em viaturas velhas mas com fardamento novo(estilo ronda) e logo toda a PMCE usará os fardamentos nesse padrão.
Os policiais que aderirem ao sistema de trabalho do ronda, trabalham 7 dias e folgam 1, se não me engano, receberão o mesmo salário de um policial do ronda.
A crítica é válida, realmente existe uma, podemos chamar de, inveja da parte dos policiais que não fazem parte do ronda, por terem que rodar em carros velhos, com fardamentos feios e salários menores, mas isso é por pouco tempo.
Faço corrida na beira mar,e eh comun ver os carros estacionatos na orla,so que,com os policiais dentro do carro com o motor e o ar ligado.Bem diferente do pessoal que anda em outras viaturas,grade parte delas sucateadas.
Imagine se o dirigentes da Policia Federal resolve criar tambem uma nova policia dentro da PF...
E bom lembrar que todas as policias militares do Brasil sâo fruto de uma hierarquia oriunda do primeiro regimento de policia militar criado no na Cidade do Rio de Janeiro com uma tradição de varios anos de existência.
veja os numeros:
Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro - 1835
Corpo de Guardas Municipais Permanentes - 1831
Corpo Municipal Permanente da Corte - 1842
Corpo Policial da Corte - 1858
Corpo Militar de Polícia da Corte -1866
Corpo Militar de Polícia do Município Neutro - 1889
Regimento Policial da Capital Federal - 1890
Brigada Policial da Capital Federal - 1890
Força Policial do Distrito Federal - 1905
Brigada Policial do Distrito Federal - 1911
Polícia Militar do Distrito Federal - 1920
Polícia Militar do Estado do Guanabara - 1960
Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro - 1835
Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro - 1844
Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro - 1865
Força Militar do Estado do Rio de Janeiro - 1889
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro - 1920
será que foi dai que apareceu a palavra RONDA ???
Dr. Lúcio,
Olhe a situação da SEGURANÇA PÚBLICA, na visão do prórpio Secretário de Segurança, em matéria no OPOVO DE HOJE:
Secretário de Segurança confirma falta de condições científicas e de pessoal para apurar eficientemente os crimes de execução na Capital. Para Roberto Monteiro, a federalização dos casos seria vexatória para o Ceará Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio da Redação
ita pelo próprio se-
cretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará, Roberto Monteiro, a frase desaba ainda mais pesada: "Enquanto tivermos uma estrutura de Polícia Civil falida como é hoje, não vamos ter uma maneira de investigar de forma efi ciente essas execuções. A Polícia Civil está falida". A afi rmação vem carregada de constrangimento, diante de uma matança assustadora na Capital e suas cidades metropolitanas, com 248 mortes até julho deste ano contra 337 ao longo de 2007. Como investigar homicídios sem efetivo? Como confi rmar a autoria de uma morte sem polícia científi ca? Como intimidar a ação de alguns policiais que se corrompem para o crime e matam sumariamente por serviço ou vingança? E as milícias clandestinas, que sacramentam o "bico policial" e estabelecem um poder paralelo? Roberto Monteiro admite que o trauma das execuções urbanas não arrefece. Mesmo com programas públicos de policiamento ostensivo como o Ronda do Quarteirão, ou medidas emergenciais adotadas, como a criação de uma força-tarefa de delegados para investigar esse tipo de crime. Nos próximos dias, ele confi rma que assinará portaria para reunir um novo grupo de delegados e reabrir a apuração de assassinatos por encomenda em Fortaleza. Contagem Na força-tarefa anterior, os cinco delegados designados descobriram pelo menos nove mortes associadas a um mesmo grupo de PMs da ativa e a seguranças clandestinos, que agiam a mando de empresários ou vingavam a morte de colegas de farda. Um dos casos, sobre a morte do comerciante Miguel Luiz Neto, ocorrida em 27 de abril de 2007, esmiuçado pela Polícia por mais de um ano, levou ontem quatro dos sete réus a julgamento, na 5ª Vara do Júri. Para o secretário, a federalização na investigação desses casos seria uma vergonha, "um desprestígio para o Ceará". Monteiro até admite que a incapacidade de investigar tantas ocorrências de execução e a falta de pessoal o obrigam a interferir e escolher quais devam ser priorizados na apuração. Há uma ordem expressa dele, desde os primeiros dias que assumiu o cargo no Ceará, no início de 2007. Diariamente, um dos primeiros relatórios que recebe em sua mesa é o da contagem de "homicídios suspeitos". É assim que internamente a SSPDS denomina os "crimes contra a vida cometidos mediante paga ou promessa de recompensa, comumente chamados de pistolagens", quando a vítima quase sempre não tem chance de defesa. Pouco antes de conceder a entrevista ao O POVO, em seu gabinete, duas semanas atrás, o secretário havia sido informado de mais um crime de pistolagem ocorrido na noite anterior. De lá para cá, já foram vários a mais. (Colaborou Thiago Cafardo) C O N C E P Ç Ã O E A R T E C E C IL IA A N D R A D E / L A Y O U T G IL D IC E LL I
FORTALEZA-CE,
QUINTA-FEIRA - 4 DE SETEMBRO DE 2008 O POVO - O senhor disse que as execuções eram o calcanhar-deaquiles da Segurança Pública no Ceará. Continuam sendo? Roberto Monteiro -Continuam. E já afi rmei também que esse tipo de delito continua crescendo. Crescimento pequeno (0,9%), mas sistemático em relação a 2007, embora o número de homicídios em geral tenha diminuído. No ano passado dava um média de 0,9 homicídio por dia. Hoje temos em média 1,1 homicídio por dia. Esta estatística (de 2008), passada pela Ciops em junho, tivemos 34 homicídios suspeitos de execução em janeiro, 34 em fevereiro e 37 em junho. É bem verdade que esse relatório ainda não está consolidado. Vai ser consolidado pela Coin (Coordenadoria de Inteligência da SSPDS) para evitar as discrepâncias que podem haver. O homicídio suspeito de execução tem todas aquelas gêneses, de pistolagem, vingança, acerto de contas, as mais diversas. O matador de aluguel mata porque acha que deve matar ou porque acha que só resolve o problema da segurança matando bandido. OP - O que o senhor elencaria como causa dessa não intimidação desses grupos ou pessoas? A prática não diminuiu. Roberto -Não se intimidaram com a operação "Companhia do Extermínio", onde prendemos até um ofi cial graduado. Não se intimidaram com a presença do Ronda, principalmente em Caucaia e Maracanaú, onde mais ocorrem casos. O Ronda não tem sido fator inibidor para esse tipo de ocorrência. Realmente, não me arriscaria a dizer a causa da não intimidação. São profi ssionais, sabem das limitações da Polícia. Escolhem o momento exato para praticar o crime. Têm todo um planejamento. Uma execução não é feita de supetão. OP - A principal característica do grupo é o fato de a maioria ser policial. Esses policiais atuam também em grupos de milícias, com uma força paralela muito perigosa. Que política a Secretaria pensa contra essa prática? Roberto -Esse crime específi co é o que mais me preocupa. São vidas humanas que estão sendo ceifadas de forma deliberada. Esse tipo de crime coloca o Estado numa posição muito incômoda perante os órgãos federais e perante a comunidade internacional, pessoas ligadas a direitos humanos. Recebo o relatório da Anistia Internacional e lá dão enfoque ao Ceará por ter problemas dessa natureza. Há um mês respondi a uma cobrança do Procurador Geral da República, sobre uma série de homicídios de autorias desconhecidas desde 2006. O assunto é nossa preocupação. Nesse ofício, o próprio Procurador disse que a minha resposta serviria de subsídio para o pedido de deslocamento de competência (federalização). Mas para nós isso não interessa, pois representa um desprestígio para o Estado. OP - A federalização é pelo caso do Lenimberg (Rocha, morto em 2006, confundido com outro rapaz acusado de matar um PM)? Roberto Sim. E outros casos também. A nós não interessa a federalização, representa um desgaste para o Estado. Segundo porque o homem de polícia cearense não vai poder desenvolver sua capacidade para investigar esse tipo de delito. Estamos remontando a força-tarefa que foi dissolvida para investigar esses crimes. A delegada (Alexandra Medeiros) que presidia a anterior pediu afastamento por motivos pessoais. Quero pelo menos três delegados na força-tarefa. OP - E a Divisão de Homicídios? Roberto Essa, sim, vai impor mais respeito. Porque a força-tarefa é temporária, provisória. Ela é pontual. Uma investigação dessa natureza tem que ser feita de uma forma integral. Tem que pegar vários casos e confrontá-los. OP - Foi o que aconteceu, por exemplo, no caso de um policial que receberia promoção pela morte de um acusado e, durante a investigação, acabou-se usando essa ação para provar a participação dele em outro crime. Roberto Exatamente. Por isso que não gosto muito de elogiar. Só elogio quando ele prende e a pessoa fi ca viva para contar os crimes que cometeu. O ideal é que prenda o infrator vivo. Esse que a gente prendeu em Jaguaribe (Renilson Torquato), eram atribuídos a ele 20 homicídios. Ele só confessou seis. Mas quem confessa seis confessa 20. OP - Falamos aqui o que poderia não intimidar esses criminosos... Roberto -Já orientei o pessoal do Ronda e a Civil a abrir inquérito porque a montagem de qualquer empresa de segurança precisa ser autorizada pela Polícia Federal. Pegamos em Ipu uma empresa este ano. Já passei pelos bairros orientando as pessoas a não pagarem pelo serviço, a chamarem o Ronda. Essas empresas de segurança particular alimentam a criminalidade. Até provocam certas situações para justifi car, perante a comunidade, a necessidade de se contratar uma empresa. Bico é uma coisa perigosíssima para a Segurança Pública. A Secretaria tem que remunerar bem e ocupar o homem durante seu expediente, para que ele não privatize a segurança pública com empresários. OP - E a falta de polícia técnica nas delegacias de Polícia Civil. A delegacia do Bom Jardim, por exemplo, tem 97 inquéritos desde 2004 parados sem nada. Roberto -Fico constrangido em falar sobre isso. Na realidade, não temos efetivo. Um delegado tem o tempo dele todo ocupado resolvendo problemas imediatos. Ou seja, ele precisa ter uma equipe para investigar o homicídio. Se ele não tem efetivo para isso, fi ca difícil. Às vezes há 20 presos numa delegacia e apenas um inspetor. Cadê aquele homem que fi ca o dia todo nas ruas, investigando, conversando com as pessoas? Uma investigação é complexa, um detalhe acaba sendo a solução. Enquanto tivermos uma estrutura de Polícia Civil falida como é hoje, não vamos ter uma maneira de investigar de forma efi ciente essas execuções. A Polícia Civil está falida. OP - Qual é o grande caso hoje que o senhor tem conhecimento que as distritais estão investigando? Ou só fi cam mesmo na factualidade, no que ocorra de imediato? Roberto Ficam na factualidade. Um ou outro que chegam até mim eu faço gestões para que seja investigado de uma forma mais visível, para que o pessoal "corra atrás" da investigação. O caso da senhora que morreu queimada, por exemplo. Eu chamei o doutor Dantas (Luiz Carlos Dantas, superintendente da Polícia Civil) que ele falasse com o delegado. Aí ele correu atrás e descobriu. É o que acontece em alguns casos... OP - O senhor diz que esses casos precisam ter uma interferência? Roberto Exato. Todas as manhãs e tardes recebo da Ciops a relação dos fatos mais importantes. Soube, por exemplo, que hoje houve uma execução. Ligo para o Dantas e peço que ele acompanhe. Quando há casos envolvendo policiais, tomo mais cuidado. Zelo pela integridade dos policiais. Reforço e fi co acompanhando, cobrando. OP - A Polícia é obrigada a trabalhar só com prioridades? Roberto Trabalha. Como não tem estrutura, trabalha dessa forma. OP - Como melhorar a estrutura da criminalística? Roberto Estamos equipando. Gastamos R$ 9 milhões com essa reforma. Vai abrigar o IML e o Instituto de Criminalística. Vamos equipar com o que há de mais moderno. Já temos bastante coisa moderna. Estamos tentando resolver esses problemas.
Era justificativa do Executivo Estadual, de Cid Gomes que a opção pelas CARRUAGENS DE LUXO ofereceria a maior economia já pelo largo tempo de vida útil do equipamento, já pela própria qualidade da marca. Agora são já muitas na oficina. Não é preciso lembrar que cada um destes carros permitiria comprar com folga dois de outros fabricantes tão bons ou tão frágeis quanto. Anote-se também que se trata da sangria do orçamento de um Estado pobre da Federação.
É um projeto inteligente, nunca aprovado, o que determina a fusão das polícias Civil e Militar. Agora faz pior este Executivo Estadual, por Cid Gomes: gera ressentimentos DENTRO da PM.
O Bruno Aguiar só pode estar de gozação !!!
O Secretário de Segurança só faltou dizer o essencial: o governo trata a segurança se forma superficial e politiqueira. Não interessam ações que a melhorem, interessam ações que gerem "sensação" de segurança e, mais que isso, gerem votos!!!
... e ainda compram patinetes de luxo!
Faltou o Governador Lúcio dizer o mais importante. Quem paga o pato pelo clima "carregado" na centenária Polícia militar é A POPULAÇÃO.
Meus amigos é tudo pelo MKT.
Olha aí o estelionato eleitoral de 2006 mostrando as vísceras,meu povo!!!E agora o povo do Ceará que prepare o lombo para passar uns 30 anos sob o chicote do"grupelho"
(creditos para o Célio Ferreira Facó)TASSO-FERREIRAGOMISTA!E vamos ter muito cuidado para que a Patrícia Gomes não se eleja prefeita se não o Ceará vai virar a FERREIRAGOMESLÂNDIA!!!Vamos todos de ADAHIL 22!
Olá Dr. Lúcio, sou policial militar, e quero dizer que durante seu governo a PM obteve três conquistas significantes, que foram:
O reajuste de salário de 22%.
Acabou de vez com a escala extra dos PMS de folga.
E promoveu de uma só vez 1314 soldados à cabo.
Enquanto isso o governo atual está fazendo tudo ao contrário.
Escala de escravidão de 6 dias por 1 de folga.
Cancelou todas as promoções dos praças.
E por fim dividiu a PM; será o fim?
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