quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Imprensa

A imprensa, de um modo geral, não falo da brasileira em particular, no afã de interpretar fatos e esquadrinhar comportamentos, padece de leviandade analítica, para o que contribui a reconhecida arrogância desses profissionais e o envolvimento político e ideológico de muitos deles.
Afirmações feitas com a soberba dos infalíveis, são desmentidas em seguida, mal são conhecidas as opiniões emitidas com o ar de profecias.
É que muitas vezes, as impressões são enunciadas mais para induzir que para informar.
Exemplo do que digo, é o que se passa com a companheira de chapa do candidato a Presidente dos Estados Unidos pelos republicanos, John McCain, a Governadora do Alasca, Sarah Palin (foto).
Conservadora, com pouca experiência política e administrativa, caçadora de alces, defensora do porte de armas, tão logo lançado seu nome, foi intensamente criticada pela imprensa, que de imediato levantou dúvidas sobre sua reputação.
Foi acusada de uso indevido de diárias, possível adultério, ocultação de gravidez da filha solteira e inimiga da natureza. Chega? Com este portfólio, jornalistas descredenciaram a escolha de McCain e previram seu naufrágio eleitoral.
Os dias seguintes mostraram que não era bem assim, como imaginavam as pitonisas. As sondagens eleitorais mostraram que após a convenção que homologou a chapa, o republicano empatou ou ultrapassou o concorrente, dependendo do autor da pesquisa.
A mídia passou a atribuir o impulso da candidatura à escolha da vice, antes repudiada.
Toda esta mudança de cenário ocorreu em menos de uma semana.
Mais modéstia e menos presunção. Mais isenção, menos paixão. Tudo isso ajuda a fazer uma imprensa melhor.

8 comentários:

Anônimo disse...

A imprensa brasileira é notoriamente a favor do partido democrata, "viúva" dos Clintons, tão prestigiados por aqui. Como se isso influísse de alguma forma no resultado da eleição americana!!!

Ambos os partidos, Democrata e Republicano defendem, com diferenças insignificantes e sutis, os chamados "valores americanos". E não poderiam sobreviver de outra maneira.

Hoje, 11 de setembro ambos os candidatos estarão juntos homenageando suas vítimas.

Célio Ferreira Facó disse...

Entre nós é ainda pior a má qualidade da maioria dos jornais e revistas. Mal escritos, medíocres, quase óbvios ou sem imaginação. Má redação, informação ausente ou adulterada. Neste momento, a turma debate-se pela exigência do diploma para exercer o jornalismo. Favorável ao projeto, escreveu nesta semana Adísia Sá em O Povo. Boa jornalista, não acha, porém, bons argumentos. Por que fortalecer o corporativismo de sindicatos, e Fenaj, e ANJ? Condenáveis os lobbies. Nem se trata de exigir um diploma para jornalistas já que engenheiros e veterinários precisam de um para montar banca. Juristas anotam a inconstitucionalidade do projeto. Defensores do tal projeto deviam pari passu clamar pelo fim do caráter elitista e dos oligopólios da imprensa. Gente séria isto desejará muito mais que um certificado de conclusão de curso adrede.

Anônimo disse...

Aqui no Brasil não é diferente a imprensa toda é tendenciosa, daí o sucesso dos Blogs, eu por exemplo não perco meu tempo lendo certas revistas brasileiras.

Kilmer Castro disse...

Mormente as críticas aqui dirigidas aos jornalistas, de forma geral, quero ressalvar o nome de nosso glorioso Érico Firmo, de O Povo.

Anônimo disse...

Outra solução é a transparência. Os veículos podem revelar para seus leitores suas opções editoriais e seus valores éticos, morais e ideológicos, para nortear a leitura. Nada de inocular mensagens nas entrelinhas.

Nos EUA, os jornais que criticaram Palin são alinhados com os democratas, especialmente o grupo Times. E isso é dito ao público. Alguns jornais chegam a dar apoio formal a candidatos, através do editorial. O canal Fox é ligado aos republicanos. Quanto menos segredos, melhor.

Anônimo disse...

Dr. Lúcio,

A candidata a vice na chapa republicana fez a diferença na campanha americana, e na mídia empenhada em criar mais uma celebridade . Apesar de não ser um membro da elite de Washington, demonstrou firmeza, segurança e coragem, ao não temer o confronto com o adversário.

Mas o ponto importante foi sem dúvida quando ela calou a boca de uma imprensa largamente favorável ao candidato democrata, ao rebater as acusações de que não tinha experiência suficiente para o cargo. Falou que
"Ser prefeita de uma cidade pequena é como ser um ativista comunitário, mas com responsabilidades reais”
referindo-se de forma sutil à experiência de Obama, que controlava uma ONG antes de virar senador.

O empurrão que ela deu nas pesquisas já estão aí, mudando o quadro. Embora nada esteja ainda definido.

Cris

Unknown disse...

aqui os "analistas" posam de independentes ma são mesmo é dedpendentes até o talo!!! acho que não preciso citar o exemplo mais conhecido da cidade!!!

Anônimo disse...

É o colunista que sustenta a marquise, marco?