Que livro abalou seu mundo?
Para responder a essa pergunta, a editora Casa da Palavra a formulou a dez personalidades, transformando as respostas recebidas em livro, que fez publicar.
Vamos às escolhas das pessoas consultadas:
1- José Mindlin: Père Goriot - Honorè de Balzac.
2- David Toscana: A Metamorfose - Franz Kafka.
3- Lúcia Riff: O Deserto dos Tártaros - Dino Buzzati.
4- Sérgio Augusto: Educacão Sentimental - Gustave Flaubert.
5- Bráulio Tavares: The Encyclopedia of Science Fiction - Org.Peter Nicholls.
6- Heloisa Seixas: O Primo Basílio - Eça de Queirós.
7- Ruy Castro: Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll.
8- Beatriz Resende: A Idade da Razão - Jean Paul Sartre.
9- Rui Campos: cita vários, mas não elege um.
10-Milton Hatoum: Um Coração Simples - Conto de Gustave Flaubert.
Os editores da Casa da Palavra não resistiram e acabaram mandando também suas contribuições:
1 - Júlio Silveira: O Caso da Borboleta Atíria - Lúcia Machado de Almeida.
2 - Martha Ribas: Profissão - Isaac Asimov.
3 - Nina Schipper: A Metamorfose - Franz Kafka.
Praticamente todos os consultados revelaram a dificuldade que tinham em mencionar um único livro. Quem acabou não indicando nenhum mencionou a livraria como um sítio capaz de abalar o mundo.
Pensava que só eu tinha dificuldade em responder a perguntas do gênero desta. Fico sempre embaraçado quando sou indagado sobre preferências literárias ou instado a mencionar obras que me marcaram. São muitas, certamente.
Algumas de que já não me lembro, mas que ficaram dentro de mim. Outras de que me recordo, por terem sido importantes para mim em determinado momento de minha vida.
Certamente estarei sendo injusto com muitas delas, nas quais me refugiei para encontrar consolo, espaço para a imaginacão e a fantasia, e estímulo para viver, mas vou citar algumas:
1 - Tesouro da Juventude.
2 - Cazuza - Viriato Correia.
3 - A Cidadela, e outros livros de A. J. Cronin. Só há pouco tempo me dei conta da importância que este autor teve na minha opção pela carreira médica.
4 - O Arco do Triunfo - Erich Maria Remarque.
5 - O Livro de San Michel - Axel Munthe.
6 - Batismo de Fogo - Mário Vargas Llosa.
7 - Angústia - Graciliano Ramos.
8 - O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo.
9 - Memórias -João Neves da Fontoura.
10 - Baú de Ossos, e tudo mais de Pedro Nava.
Tem muito mais. O espaço não comporta. A internet não tolera os prolixos.
Desculpem-me os muitos esquecidos. Toda lista é feita de injustiças e omissões.
E você, caro(a) leitor(a), atreve-se a fazer a sua?
Mãos à obra!
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11 comentários:
ORAÇÃO AOS MOÇOS, de Rui Barbosa, li na adolescência, levado pela bibliografia de outras obras, políticas, que lera do grande escritor. No ardor da primeira juventude, soaram-me os conselhos do Paraninfo como as sentenças de um oráculo a iluminar, propor o caminho. Por algum tempo, experimentei mesmo estudar nas madrugadas, para fazer também como fizera outrora o estudante Rui, na Bahia. De mim, eu queria escrever como Rui, estudar como Rui, saber e discursar como ele. O tempo trouxe-me revezes; não levei a bom termo todos os sonhos acalentados. Descobri, em seguida, VOLTAIRE, que me pareceu Rui Barbosa aperfeiçoado: muitos mais temas, estilo muito mais rápido, muito mais jovialidade. As Cartas Inglesas, que escreveu de Londres, tratavam de contrapor à França, com o modelo feliz da Inglaterra, a imagem do próprio atraso, medievalismo. Em todos os campos: político, social, militar, educativo, religioso. Voltaire preparou seu país para a Grande Revolução; até o fim da vida manteve-se igual a si mesmo: iconoclasta e livre. Seu Dicionário Filosófico, ensina a pensar, a ler, a escolher. Muitos foram os livros lidos; eles acompanham-me sempre. Entro às vezes a pensar, porém, que não os aprendi completamente. Relembro uma assertiva de conhecido ator italiano, Vittorio Gassman: “Deveríamos ter todos pelos menos duas vidas aqui; a primeira só para treinar”.
Ah, um livro que certamente mudou a minha infância foi "Os meninos da rua Paulo", de Ferenc Molnár.
Esse livro sempre me vem à memória, mas confesso que também tenho muita dificuldade com esse tipo de lista.
Ah, Dr. Lúcio, quando vejo que nós, cearenses, tivemos um governante do seu nível, o orgulho me toma por completo. Mas, infelizmente, caio na realidade atual do meu Ceará. Quanto equívoco, pobreza de espírito público...
Que o tempo nos faça perceber nossos erros.
Ivana Maia
O Caso da Borboleta Atíria, citado por Júlio Silveira, traz boas recordações de minha infância. Aliás, li quase todos da Coleção Vagalume, entre eles O escaravelho do diabo, Spharion, O mistério do cinco estrelas...Doces lembranças...
Recentemente, inclui na minha lista A menina que roubava livros, de Marcus Zusak - indicado pelo senhor. Muito bom mesmo.
"Cartas a um jovem poeta" de Rainer Maria Rilke e "A normailista" de Adolfo Caminha. Aquele por nos mostrar que os dilemas da vida devem ser enfrentados com o coração. Este, fruto do gênio cearense, expõe temas avançados para uma sociedade do século XIX.
- O CRIME DO PADRE AMARA - Eça de Queiróz;
- Le rouge et le noir - Standall;
- A Boa Tera - Lin Yutang;
- Os Reis Malditos - 7 volumes - Maurice Druon;
Maria Antonieta - Stefan Zweig;
- Os Pilares da Terra - Ken Follet;
- O Amigo de Infância Donna Tartt;
- Servidão Humana - Somerset Maugham;
- David Copperfield, Os Maias, Como era verde o meu vale.....Meu ]Deus, muito obrigado ao meu pai que me levou ao hábito da leitura e a Vós por ter olhos e saber ler.
Dois livros simples mas muito significativos para mim,fizeram a diferença em minha adolescência/juventude:O Valor das Pequenas coisas e O Pequeno Príncipe.Também todos os livros de Gibran que li,dentre eles O Profeta,Uma Lágrima e um Sorriso,Almas Rebeldes, foram fundamentais para minha formação humana.
Tenho a sensação de que aprendí a ler antes de frequantar a escola. Os primeiros livros que lembro ter lido foram O SÍTIO DO PICA-PAU-AMARELO e AS AVENTURAS DE PEDRO MALASARTES. Depois quase tudo de Jorge Amado, parte do Érico Verissimo. Me emocionei ao, ainda criança, ler a tragédia da seca nordestina em VIDAS SECAS. Depois, CEM ANOS DE SOLIDÃO, ... ... ...
Fazer lista é difícil, ler sempre é imperativo.
O blog continua cada vez melhor !!!
Dr. Lúcio,
Seu blog é a sua cara, tem sua fotografia nele pregada e isso é maravilhoso em um blog.
Aqui podemos melhor conhecer o HUMANISTA Lúcio Alcântara. O Estadista já conhecemos muito bem.
Vai aí uma proposta:
Que tal fazer uma enquete sobre as dez músicas que mais lhe tocaram a alma? Por um dever de brasilidade acho que deveríamos dar preferência às músicas populares brasileiras, porém isso não seria excludente.
Como sou AVEXADO aí vão minhas dez músicas preferidas, que me tocam a alma.
1 - Lamento - Pixinguinha;
2 - Bacchianas nº 05 - Villa Lobos
3 - Quando tu passas por mim´- Vinícius e Antônio Maria;
4 - Primavera - Bossa Nova, mas não recordo o autor, acho que Baden ou Carlinhos Lyra;
5 - Três apitos - Noel Rosa;
6 - Até pensei - Chico Buarque;
7 - Valsinha Brasileira - Tom Jobim;
8 - Cordão da Saideira - Edu Lobo;
9 - Acreditar - Dona Ivone Lara;
10 - Todas as do Lupicínio kkkkk
Obrigado pelo blog Dr. Lúcio.
Igualmente Jorge Luís Borges, a idéia que tenho do paraíso é que deve ser uma grande biblioteca. Se assim for será só felicidade, até porque terei aq eternidadade para ler alguns livros de amigos, os quais precavidamente não caíram na besteira e mos emprestar.
Quando eu morrer quero levar para ler do outro lado todos os meus livros, com especial atenção para os seguintes:
1. Os Miseráveis - Victor Hugo
2. Os Sertões - Euclides da Cunha
3. Grande Sertão: veredas - Guimarães Rosa.
4. Nada de Novo no Front - Eric Maria Remarque.
5. Os Lusíadas - Luís de Camões
6. Confissões - Agostinho de Hipona
7. O Homem que Calculava - Malba Tahan
8. As Mil e Uma Noite
9. Tudo de Machado de Assis
10. Tudo de Jorge Luís Borges.
Que maravilha!!!
(Barros Alves)
Valha-me Deus, na minha lista esqueci de colocar CEM ANOS DE SOLIDÃO, inolvidável romance de Gabriel Garcia Marques.
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