segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Eric Hobsbawn


O historiador inglês Eric Hobsbawn (foto: Eduardo Martino), aos 90 anos, continua lúcido e de esquerda. Em entrevista à "F. de S. Paulo", de 30/09/07, prevê o fim do império americano e afirma que as idéias não viajam de tanques, e que o mundo é hoje muito complexo para ser dominado por um único país.

O império não permanecerá, diz ele, porque as fragilidades da economia americana vão requerer mudança de prioridades para atender às questões internas. Ressalta que valores não são impostos a outros povos pelas armas. Argumenta com o exemplo francês, apontando a difusão das idéias da Revolução Francesa por todo o mundo e o fracasso gaulês, quando tentou impor-se pelo poder militar.

O império pode acabar, admite Hobsbawn. Como, aliás, acabaram todos. Só não se sabe é quando. O que não tem fim mesmo é a história, como imaginou um pretencioso acadêmico americano, de nome Francis Fukuyama, salvo engano.

2 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Dá agora sinais de fracasso o império americano. Por ali talvez os democratas se esforcem por adiar o naufrágio, mas chegam tarde. Podem enganar por algum tempo; os jogos, a sorte, porém, estão lançados. Na Ásia despertam gigantes como a China, a Índia, cujas economias crescem agora a taxas vigorosas. Ocorre que o próprio governo americano lança-se em empresas atrozes em busca de benefícios e economias materiais, como a invasão do Iraque. Contesta também o poderio americano a ação radical, terrorista, do fundamentalismo islâmico. Situação e problemas a exigir que o atual presidente lhes fosse um grande, ousado estadista, como Lincoln, como Roosevelt – verdadeiros gigantes ante a pequenez de visão e de atitudes de um George Bush Júnior.

Anônimo disse...

"Somos um país viciado em gasolina". Pela primeira vez, tenho que concordar com George Bush.A que custo, para nós, inclusive, eles estariam dispostos a renunciar ao modelo insustentável?