Alguns livros são para provar, outros para engolir, e uns poucos para mastigar e digerir.
Francis Bacon, no ensaio Dos Estudos
quinta-feira, 14 de julho de 2011
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2 comentários:
Verdade absoluta não há, como não há a ciência absoluta, derradeira sobre o
seu objeto - qualquer que seja.
Cada ciência, devendo estudar o seu objeto, descreve-o, recorta-o, seleciona-o para si. Não pode captá-lo no todo, na essência, mas só em acidentes. Será, pois, uma lente a ver-lhe uma parte somente.
Cada método, um objeto e estes relacionam-se dialeticamente.
É uma das grandes descobertas da contemporaneidade que não basta nenhuma ciência completamente a nenhum objeto.
É antes necessário o concurso das muitas disciplinas sobre ele para vê-lo melhor. É o que se chama o estudo multidisciplinar, descoberto no século XX, pelo Círculo de Viena, que estabeleceu o giro linguístico.
Este tal giro linguístico vem a ser: toda a verdade e o saber passam pelas palavras, são textos, e, pois, não são o objeto mesmo, mas a representação dele no mundo das idéias, dos conceitos.
Notabilíssimo exemplo do fracasso de compor uma ciência única para estudar o que quer que seja foi, no Direito, o esforço de Hans Kelsen, por vê-lo somente a partir da norma, depurado dos fatos da conduta e dos valores históricos da sociedade.
Parecia a Kelsen que a História, a Sociologia, a Filosofia, notadamente a Metafísica, introduziam vieses que conspurcavam a visão do direito como ciência.
Viu-se que o sistema de Kelsen, imponente, foi, porém, incapaz de abranger todo o Direito.
Por isso retornaram, na segunda metade do século XX, depois da catástrofe nuclear, o Direito Natural e a axiologia como vetores interiozados do Direito, mas a ele anteriores, basilares.
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