segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vincos

Vincos na face não doem, a menos que estejam também na alma.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Doem-nos já as cicatrizes como nação "do futuro" que nunca chega sequer ao presente do resto do mundo desenvolvido.

Dizemos "fim de ano" e, entretanto, ele não acaba, não passa; antes transporta-se todo para o seguinte. Este, pois, não é, não pode ser, novo, nada tem de novidade.

Acaso viu-se alguém no 1o. de janeiro outra pessoa?

Não estavam todos, cada um dentro da mesma vida?

Lá fora, além da janela do apartamento, havia memos sujo e engarrafamento nas ruas?

No individual como no coletivo.

Numa das primeiras comédias a que assistimos pela televisão, aparece-nos Luizianne Lins.

Diz a Prefeita o mesmo discursinho do marqueteiro, com o olhar mal ensaiado na tela à sua frente onde lê um textinho. Neste, obras públicas PARADAS ou atrasadas, como o Transfor e o Hospital da Mulher (Imagina ela construir outros, depois, separados, para o homem, o adolescente, o velho?) são referidas como “em andamento”; populações ribeirinhas, periféricas ou não, muito DESDENHADAS pelo seu governo, diz a Prefeita que tratou no primeiro mandato.

Além da cidade de Fortaleza, no Estado todo, no País, voltam-nos as mesmas notícias.

Igual espocar de fogos de artifício nos prédios, nas praias.

Enchentes iguais, recorrentes, muito previsíveis, mas nunca evitadas, nas metrópoles.

Na televisão, as mesmas novelinhas tolas com que a Globo pretende entreter, domesticar, verdadeiramente “governar” as populações Brasil afora.