terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Nostalgia

De um panfleto de divulgação das atrações de uma discoteca colhido em um balcão qualquer da Baixa lisboeta :

A nostalgia é um prazer venenoso que nos embebeda de saudade e nos leva a dizer "antes é que era". O antes já foi e o que interessa é o que vamos fazer agora.

E conclui no verso com a palavra AHEAD em letras garrafais.

Será mesmo assim? Sem esse doce veneno muita poesia teria sido abortada...

2 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Este anglicismo tolo do panfleto terá parecido insuportável à média dos mortais portugueses, sempre tão ciosos da beleza e da conservação do idioma lusitano.

Sugerido pelo deus-mercado, neoliberal, predador, o panfleto trata apenas de garantir a maior venda de ingressos possíveis.

Ser universal é ser local, sem as peias da intolerância e do bairrismo, sem o fundamentalismo xenófobo, amigo mais da humanidade que dos partidos, crítico fraterno do próximo.

Nada devia afastar-nos da beleza confirmada pelos tempos, nada devia privar-nos das belas criações que a modernidade e a contemporaneidade podem trazer-nos talvez.

O ser, como a vida deve tentar um equilíbrio sutil entre as instituições e o novo. Este, como se sabe, nunca será tão novo assim.

Mas um espírito bem formado terá sempre muito que recusar, sabe achar o belo e o bom em todas as épocas e lugares.

Anônimo disse...

Que nossas poesias não sejam ABORTADAS em 2010..
São os votos do GRUPO CHOCALHO...