domingo, 10 de janeiro de 2010

Expresso Oriente

Este lendário comboio, símbolo de luxo e elegância, parou de vez no último dia 14 de dezembro. Vencido pelos TGV e os voos de baixo custo.

Foi em 1889 que começou a trafegar ligando Paris a Istambul numa distância de mais de três mil quilômetros quando a travessia do Danúbio na Romênia exigia que os passageiros se apeassem para, na ausência de uma ponte ferroviária, faze-la de barco.

O conforto do trem chegou a ser comparado por um passageiro a um apartamento de luxo servido por um chef francês que preparava dez pratos diferentes por refeição e entregava os passageiros ao fim da viagem em míticos hoteis da antiga Constantinopla, como o Pera Palace, transformado em museu.

Em um de seus quartos Agatha Christie escreveu Um Crime no Expresso Oriente, uma das aventuras do detetive belga Hercule Poirot.

James Bond, criação de Ian Fleming, também circulou no mítico comboio  a bordo do livro Da Russia com Amor, assim como personagens de Graham Greene em O Expresso de Istambul, seu primeiro sucesso editorial, aparecido em 1932.

Mais tarde versões para o cinema se encarregaram de difundir mundo afora o glamour do trem que cortava a europa espalhando charme com sabor de aventura.

Se você estiver disposto apagar 5670 euros ainda poderá viajar no trecho Veneza / Istambul, mantido pela empresa austríaca proprietária, desfrutando de jantares, para os quais é exigido gravata, servidos em copos de cristal.

Saiba mais no jornal Diário de Notícias, edição de 03/01/10.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Prazer inefável a leitura de Agatha Christie em Assassinato no Expresso...

Eu era adolescente e devia ler aquele conto para as aulas de literatura.

Qual não foi a surpresa descobrir a maestria da narrativa em manter o suspense até o fim.

Depois, a solidez da argumentação de Hercule Poirot para demonstrar a autoria do assassinato e como a descobriu.