No Brasil está difícil escrever uma biografia não autorizada que seja veraz mas não apologética.
Familiares têm se insurgido contra biógrafos e suas obras, acionando autores na justiça e requerendo apreensão de livros expostos à venda.
Foi assim com a biografia de Garrincha, Estrela Solitária -Um Brasileiro Chamado Garrincha, de Ruy Castro, e mais recentemente a de Roberto Carlos, Roberto Carlos em Detalhes, escrita por um fã, Paulo César Araujo, cuja circulação foi interditada pela justiça a pedido do cantor.
Agora é a vez de Raul Seixas. Kika Seixas, a quarta, das cinco mulheres do maluco beleza, já advertiu, por telegrama, o jornalista Edmundo Leite Oliveira Jr do risco que corre, com o seguinte teor:
Caso o senhor insista na realização irregular de tal biografia, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis.
O autor envolvido no projeto há cinco anos se surpreendeu com a ameaça pelo fato dela ter sido uma das primeiras pessoas a quem comunicou a ideia de escrever a obra.
Na recente Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, Ruy Castro revoltado com a censura que os biógrafos sofrem, assim se manifestou:
É muito melhor biografar morto do que vivo. Porque o biografado vivo vai mentir para você, e ainda vai atrás de outras pessoas para fazerem elas mentirem para você também. Os mortos não mentem, você só tem que lidar com os herdeiros deles.
O deputado Antonio Palocci (PT-SP) apresentou projeto de lei para modificar o artigo 20 do Código Civil, que tem embasado decisões judiciais recentes de censura a livros.
Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 30/09/09.
sábado, 10 de outubro de 2009
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