quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Didi

Calma gente, não é do impagável Renato Aragão, o nosso Didi, que irei falar.

É do Didi que jogou Fluminense, Botafogo, e foi da seleção brasileira, que desejo lembrar.

O jogador elegante, o príncipe etíope (Nelson Rodrigues), o homem que passa (Armando Nogueira), dos passes certeiros de não menos de 35 metros, autor da jogada única, inimitável, a folha seca.

Haroldo Maranhão em seu Dicionário de Futebol, assim a definiu: Chute de bola parada com os três dedos do pé direito, em que ela descreve uma curva ascendente de muito efeito, para descair rápido e entrar no gol.

Muitos tentaram, e às vezes conseguiram, repetir as jogadas de Pelé, as bicicletas de Leônidas, os elásticos de Rivelino e as pedaladas de Robinho. Creio que nunca ninguém repetiu a folha seca de Didi e as fintas de Garrincha.

O jogador e a história da sua magia no trato com a bola, estão no livro de Peris Ribeiro, Didi: o gênio da folha seca.

Saiba mais no suplemento Ideias & Livros do Jornal do Brasil, edição de 08/08/09.

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Este Dicionário, se devesse incluir um verbete relativo ao Fortaleza, clubezinho de futebol local, acrescentaria estas informações: timeco de peladas sediado na cidade de mesmo nome.

Está entre os últimos do Campeonato Brasileiro e talvez, neste ano, não se habilita senão a ir integrar a série C, ou ZZZ... daquele torneio.

Ostenta como símbolo uma bandeirola tricolor, agora de cores muito apagadas, desvanecentes, francamente debilitadas, senis, e um leão, mas a fera anda muito doente e não tem o ânimo de um calango sequer.

Notável também, na imprensa local, a torcida apaixonada, obsessiva, cega, da maior parte das editorias esportivas de O Povo e do Diário do Nordeste.

Esta gente, devendo fazer Jornalismo e ANALISAR, CRITICAR lucidamente o estado do futebol entre nós e o do seu timezinho predileto, prefere fingir que se engana: eufemismos frequentes, linguagem torcida, derrotas mitigadas.

Pior ainda quando esta crônica esportiva tem de encarar o sucesso relativo do Ceará, que está bem na classificação.

Em O Povo, na semana passada, foi necessária a intervenção da Ombudsman: os editores chegaram a “trocar” os símbolos dos dois times.

Suprema coincidência, redatores e revisores não “viram” o erro.

É a maior ironia que esta Cidade, sem ter sequer uma crônica esportiva capaz do bom Jornalismo, está entre as cidades-sedes da próxima Copa de Futebol.

Como se sabe, futebol, se não for tomado como esporte, mas pode ser como negócio, negociata, jogatina.